QUIMIOTERAPIA: ATUALIZANDO O SABER E O FAZER DO ENFERMEIRO
Por: marianafr13 • 1/4/2015 • Dissertação • 17.217 Palavras (69 Páginas) • 393 Visualizações
- Curso: Cursos do Programa Proficiência Nível Superior - E V3
- Disciplina: Quimioterapia: atualizando o saber e o fazer do enfermeiro - S V3
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QUIMIOTERAPIA: ATUALIZANDO O SABER E O FAZER DO ENFERMEIRO
Autoras: Audrei Castro Telles Curriculo
Célida Terezinha da Silva Castro Suzarte Curriculo
Trata-se do estudo do histórico e classificação dos quimioterápicos quanto à atuação sobre o ciclo celular, quanto à finalidade e quanto ao mecanismo de ação; à manipulação das drogas; à toxicidade dos antineoplásicos e sistematização da assistência de enfermagem.
Tem-se como objetivo promover educação permanente em quimioterapia para profissionais da área da enfermagem que atuam ou pretendem atuar com oncologia.
Objetivo geral
- Promover educação continuada em quimioterapia para profissionais da área da enfermagem que atuam ou pretendem atuar com oncologia.
- Atuação do quimioterápico sobre o ciclo celular
OBJETIVO
- Avaliar os aspectos históricos para compreender a atuação dos quimioterápicos sobre o ciclo celular.
Caro colega, como nos mostra a história, a grande maioria das descobertas científicas é feita quase que por acaso, baseadas no erro/acerto.
Observando-se os efeitos causados por determinadas substâncias químicas, e fazendo uma comparação com sua possível utilização para outros fins que não necessariamente os inicialmente propostos, muitas vezes, chega-se a resultados inesperados.
E, assim, a ciência avança!
Na área da oncologia não foi diferente. O exemplo clássico se deu com o gás mostarda, produzido na Inglaterra em 1822, utilizado mais tarde como arma química nas guerras mundiais.
Na Segunda Guerra Mundial, em pleno conflito, pesquisadores americanos perceberam que, ao manipularem o gás mostarda, algumas pessoas apresentavam diminuição da produção das células sanguíneas e que, por esse efeito, o gás poderia ser utilizado em portadores de doenças proliferativas.
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Gás mostarda.
Em 1946, pesquisadores dos Estados Unidos publicaram estudos clínicos sobre a mostarda nitrogenada como o primeiro quimioterápico utilizado no tratamento de vários tipos de leucemias e alguns linfomas.
Esse foi o primeiro passo, colega, para o surgimento de vários medicamentos dotados da mesma propriedade, ou seja, a de destruir células tumorais atuando durante a divisão celular.
Na década de 1950, foi a vez da plantaCatharanthus roseus1. Suas folhas eram usadas em chás para controle da diabetes pelos jamaicanos, até que pesquisadores perceberam que seu potencial no tratamento dessa doença era nulo, porém, seu extrato provocava leucopenia em ratos.
Isso foi o bastante para dar início a pesquisas com o objetivo de isolar os compostos que apresentassem utilidade no tratamento do câncer.
Surgem, assim, os alcaloides como a Vincristina e a Vinblastina, empregados ainda hoje no tratamento de leucemias, linfomas e em determinados tumores sólidos.
Esse fato ampliou a utilização da droga para o tratamento de pacientes com patologias não onco-hematológicas, como os portadores dedoença falciforme.
Outra descoberta acidental se deu com a Hidroxiureia, uma droga utilizada no tratamento das leucemias, ao ser observado como um de seus efeitos, através de exames laboratoriais, uma elevação nos níveis de hemoglobina fetal dos pacientes em tratamento.
Em 1967, foi isolado um componente da casca do Teixo do Pacífico com atividade antitumoral em uma ampla variedade de tumores em roedores. A pesquisa foi invalidada pela falta de matéria-prima, o que levou os pesquisadores a desenvolver uma bactéria (Streptomyces coelicolor) que fermenta um componente similar ao Paclitaxel.
Em 1970, os cientistas determinaram a estrutura do Paclitaxel, que se tornou uma ferramenta efetiva no tratamento de alguns tipos câncer.
A Cisplatina foi sintetizada em 1844 e sua estrutura elucidada em 1893 e, em 1960, cientistas que estudavam o efeito da corrente elétrica no crescimento bacteriano da Escherichia coli chegaram à conclusão de que a mitose das bactérias era inibida, não por fenômeno elétrico, mas por um agente químico, a cisplatina. Em 1972, o National Cancer Institute a introduziu em ensaios clínicos, para, em 1978, ser aprovada pela FDA (Food and Drug Administration) para uso clínico.
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Estrutura química da Cisplatina.
A Colchicina, um dos alcaloides antimitóticos, é utilizada nos estudos de biologia celular para interromper a mitose na metáfase, com a finalidade de preparar cariótipos. O estudo do cariótipo fornece resultados de grande interesse, revelando alterações cromossômicas presentes em tumores, leucemias e em várias doenças hereditárias.
A combinação dos esquemas de quimioterapia, assim como sua utilização em doses máximas toleradas pelo paciente (quimioterapia intensificada), tem se mostrado efetiva no tratamento e cura de neoplasias.
Na evolução do tratamento de doenças onco-hematológicas, a utilização de fatores de crescimento e proliferação das células progenitoras hematopoéticas como o fator estimulante de colônia de granulócitos tem sido efetiva para os pacientes que apresentam mielossupressão por quimioterapia.
A evolução da hemoterapia com a aférese e a irradiação dos hemocomponentes também têm feito diferença na qualidade de vida dos pacientes em tratamento quimioterápico, diminuindo as complicações provocadas pelo grande número de transfusões que recebem como tratamento de suporte.
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