Resumo do Filme Bicho de Sete Cabeça
Por: 03421920435 • 24/9/2021 • Resenha • 725 Palavras (3 Páginas) • 2.318 Visualizações
Resumo filme bicho de sete cabeças
Aluna: Dihorzemiris Marques da Silva
Matricula: 202008613671
O filme aborda a vida do personagem Neto, um adolescente que se sente deslocado da família e por isso procura as suas próprias identificações. O pai constantemente desconfia das atitudes de Neto, até que um dia ele descobre um cigarro de maconha que caiu do bolso do casaco do filho. A família não propõe o diálogo e muito decididamente, o pai resolve internar Neto em um hospital psiquiátrico.
No hospital, diversos maus-tratos são cometidos. Quando o personagem consegue falar com os pais sobre o que se passa, ele é visto apenas como um sintoma decorrente de sua suposta patologia. Nesse sentido, a psiquiatria se ocupou da doença e se esqueceu do sujeito. O sistema hospitalar psiquiátrico retratado se assemelhava a penitenciárias e o motivo da internação foi simplesmente o fato de ser diferente ou ir contra o que é socialmente aceitável.
A realidade em questão é parecida com o sanatório Colônia em Barbacena, considerado o maior hospício do Brasil. No manicômio de Barbacena, as pessoas eram enviadas aos pátios nas geladas noites da cidade, com as vestimentas molhadas, e eram ali largadas para morrer. A última cela foi desativada somente em 1994. Ou seja, levaram anos para que a reforma psiquiátrica pudesse se consolidar.
Em 1978, Basaglia visita o Brasil, assim como outros nomes de destaque na luta da reforma psiquiátrica, como Felix Guatarri e Robert Castel, que vieram em virtude I Simpósio Sobre Políticas Grupo e Instituições, uma atividade pensada pelo Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), movimento esse que esteve bastante engajado com a reformulação da assistência psiquiátrica no Brasil. As discussões sobre a saúde como um todo, nela abrangendo a saúde mental, foram ganhando notoriedade e em 1986 acontece a 8ª Conferência Nacional de Saúde, na qual a reformulação do sistema nacional de saúde foi amplamente debatida. E em 1990, o Sistema Único de Saúde (SUS) é instituído. (Amarante e Nunes, 2018).
O SUS foi uma grande conquista e teve fortemente a participação popular. Há três princípios doutrinários do SUS, nos quais o legitimam. Esses princípios são a universalidade, que garante acesso à saúde para todos, inclusive estrangeiros estando em terras brasileiras; a integralidade, que se trata de uma concepção ampliada da saúde e enxerga o sujeito em sua estruturação biopsicossocial-espiritual, além de promover a saúde em seus três níveis de atenção, ou seja, as ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação devem ser garantidas; e a equidade, em que se entende que deve ser ofertado mais para quem precisa de mais, numa tentativa de diminuir as desigualdades.
A partir da vigência do SUS, a articulação da saúde em rede também foi pensada. Desse modo, houve a implantação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). A RAPS foi importante por trazer pontos essenciais no cuidado à saúde mental, tais como: a internação só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes; e considera que todos os pontos de atenção à saúde da população devem estar conectados para garantir a integralidade e a resolutividade das ações em saúde mental. Isso significa que a Atenção Primária à Saúde (APS), os serviços de urgência e emergência, como o SAMU e as UPAS e os hospitais de referência também fazem parte da RAPS.
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