Seminário sobre DST's com gráficos
Por: jey_lly • 8/3/2017 • Seminário • 2.173 Palavras (9 Páginas) • 433 Visualizações
I – INTRODUÇÃO
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) constituem um importante problema de saúde pública por sua magnitude, sendo as principais causas de morbidez em todo o mundo. Apesar da incidência, vários problemas envolvem seu elevado índice, dentre os quais ressaltamos o desconhecimento da população quanto à forma de transmissão, o despreparo dos profissionais de saúde quanto ao diagnóstico clínico, o custo elevado dos exames laboratoriais e a demora em iniciar o tratamento efetivo, possibilitando a disseminação da doença e o risco para contrair a infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida – HIV.(1)
As vias de contágio das DST mais conhecidas são: Sexo vaginal, anal e oral respectivamente. Isso ocorre possivelmente por serem estes os meios mais comuns de contágio das doenças, e também os mais difundidos pelos meios de comunicação e em campanhas voltadas para a prevenção.
A realidade, porém, mostra que grandes proporções de adolescentes se engajam em contatos sexuais, como sexo oral e anal, sem reconhecê-los como fonte de contágio de DST, não sabendo ainda que esses contágios também podem ser transmitidos pelo uso do banheiro, pela saliva, roupas, de mãe para filho e via sanguínea, o que nos mostra que, apesar da difusão pelos veículos sociais de informação, esta não tem alcançado a população de forma efetiva.
A adolescência é um período de transição entre a infância e a idade adulta, caracterizada por intenso crescimento e desenvolvimento, que se manifesta por marcantes transformações anatômicas, fisiológicas, psicológicas e sociais. Neste processo, a questão da corporalidade assume um aspecto muito importante, pois as modificações do corpo neste período ocorrem de forma rápida, profunda e marcante para o resto da vida do indivíduo. Essas intensas transformações físicas e biológicas, nesta fase do desenvolvimento humano, influenciam todo o processo psicossocial da formação da identidade do adolescente. A menarca, na garota, e as ejaculações involuntárias no rapaz e, depois, a própria masturbação, são manifestações fisiológicas evidentes, vinculadas à nova e profunda alteração que se está processando psicologicamente. Esta fase caracteriza-se por diversas transições, sendo a sexualidade a de maior repercussão. O papel que cada adolescente assume no campo social, durante a prática de sua sexualidade, pode representar risco a sua saúde.
Estudos comprovam que a adolescência é a faixa de idade que apresenta a maior incidência de doenças sexualmente transmissíveis (DST). Aproximadamente, 25% de todas as DST são diagnosticados em jovens com menos de 25 anos (2). Essas doenças representam um sério impacto na saúde reprodutiva das adolescentes, porque podem causar esterilidade, doença inflamatória pélvica, câncer de colo uterino, gravidez ectópica, infecções puerperais e recém-nascidos com baixo peso, além de interferir negativamente sobre a autoestima. As porcentagens de adolescentes que desconhecem os sinais ou sintomas das DST são ainda maiores em relação ao desconhecimento das formas de contágio.
Além desses aspectos amplamente negativos das DST, sua abordagem passou a merecer atenção especial, quando se comprovou que sua presença é um fator de risco para a contaminação pelo vírus HIV (1). A baixa idade das primeiras relações sexuais, a variabilidade de parceiros, o não uso de preservativo e o uso de drogas ilícitas são apontados como fatores de risco às doenças sexualmente transmissíveis.
Alguns estudos mostram que os adolescentes possuem maior conhecimento sobre prevenção de DST que os adultos, e o nível de informação aumenta conforme ocorre a melhoria nas condições socioeconômicas, somando-se, ainda a questão de gênero, em que as mulheres se mostram mais bem informadas do que os homens. No entanto, embora exista a informação, essa compreensão é escassa e insuficiente para promover um comportamento sexual seguro. A camisinha masculina é o método de prevenção de gravidez e DST mais conhecido e mais usado entre os adolescentes (8,9) e os principais motivos alegados para a sua não utilização de modo consistente são: não gostar de usá-las, confiar no parceiro e a imprevisibilidade das relações sexuais (10).
São múltiplos os caminhos que levam um adolescente a ter relações sexuais desprotegidas, e os números que vêm à tona sobre DST e gravidez, sem dúvida são menores do que os números reais. Os adolescentes são distintos entre si e lidam com sua sexualidade de forma diversa.
II - DESENVOLVIMENTO
O desenvolvimento da sexualidade na adolescência tem sido tema de muitos estudos na atualidade devido as vulnerabilidades inerentes ao seu exercício neste grupo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a grande maioria dos adolescentes inicia a vida sexual cada vez mais cedo, a maioria entre 12 e 17 anos (3). A descoberta do prazer, muitas vezes, dá-se nessa época, havendo necessidade de ações de educação em saúde para orientar esses adolescentes sobre riscos para contaminação com doenças sexualmente transmissíveis (DST)(4).
A estratégia básica de prevenção da transmissão das DST/aids é informação de forma direcionada a capacitar o indivíduo à percepção de fatores de risco, levando-os a mudanças no comportamento sexual e adoção do preservativo(5).
O jovem deve ser orientado, desde cedo, a se prevenir das DST, por meio de um diálogo aberto que permita sua expressividade e esclarecimentos de dúvida(5). Desta forma, cabe ao profissional orientar tanto os pais quanto os jovens a respeito desse assunto. Muitas vezes, esses adolescentes não têm nenhum tipo de diálogo em casa sobre sua sexualidade e a informação sobre sexo é discutida entre os próprios jovens, de forma errônea, pois observa-se que a ausência de informação adequada e atualizada dificulta o controle dessas doenças, resultando na falta de visibilidade dessa problemática(6).
As questões de gênero também influenciam o uso do preservativo na adolescência, pois as mulheres encontram dificuldades de negociar com seus parceiros o uso da camisinha e se submetem à vontade masculina, pois o machismo é explícito, até mesmo por parte delas. Tornando-se, então, relevante trabalhar as questões de gênero na adolescência com o intuito de reduzir ou igualar as ações de busca por comportamentos saudáveis.
“A menina, às vezes, tem vergonha de falar de camisinha com o homem, e sempre acaba fazendo o que o cara quer só para não perdê-lo.”
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