Síntese Sobre Leitura de Texto Valle
Por: Elisangela Faria • 29/10/2017 • Trabalho acadêmico • 985 Palavras (4 Páginas) • 405 Visualizações
Elisangela de Lima Faria – RA 26105
George Luís Teixeira – RA 727046
Na primeira intervenção apresentada pelo autor é possível identificar que o profissional realizou um trabalho de educação (identificação do mosquito) e prevenção (borrifação de inseticida) baseados na intervenção agindo apenas no foco do problema que era o mosquito vetor e não analisando a realidade da população que tinha outros problemas além do mosquito transmissor da Doença de Chagas. O técnico tentou agir apenas no foco do problema sem avaliar a realidade na qual aquela comunidade estava inserida e nos demais problemas enfrentados por esta tentando resolver apenas o que lhe havia sido “determinado”.
No segundo exemplo ocorreu um trabalho de educação preventiva onde o próprio autor informa que houve a assimilação por parte dos procedimentos de higiene, entretanto, não ocorreu um aprofundamento por parte da equipe técnica nos conceitos de higiene. Ou seja, não ocorreu a aprendizagem e entendimento dos reais motivos de se realizar ou deixar de realizar o procedimento de esterilização, o que aconteceu foi apenas uma reprodução do conhecimento. Os profissionais deixaram de abordar a importância da higiene fora do contexto de esterilização da mamadeira. É imprescindível quando se trabalha com educação em saúde abordar todos os aspectos e critérios que envolvem a problemática de uma má higiene não apenas de utensílios, mas de todos os problemas que a falta de higiene acarreta para a saúde. A problemática nesse caso envolve um trabalho maior por parte dos profissionais de conscientizar e aprofundar nos conhecimentos da população a qual se quer atingir. Dessa forma o profissional assume o papel de educador e não apenas transmissor do conhecimento e do saber.
No terceiro exemplo apresentado houve apenas uma reprodução do conteúdo por parte dos receptores e falta de contextualização por parte do profissional em inserir o seu aprendizagem na realidade que o usuário está inserido. O profissional apenas reproduziu o conhecimento acadêmico sem considerar a realidade na qual a sua atuação estava inserida.
No quarto exemplo houve apenas a sistematização de dados e informações padronizados nos quais não houve o encaixe dentro do que é previamente estipulado. O profissional apenas transmitiu a informação para a mãe e não informou o que, como e de que forma a mãe deveria atuar para fazer com que a criança “ganhasse” peso adequadamente, sendo que a mãe fez apenas o que era de senso comum e o profissional não questionou a forma como isso foi feito ficando satisfeito apenas com os resultados “positivos” apresentados.
É possível compreender assim que os profissionais de saúde tem o seu papel já previamente definido de ação e atuação junto à população que é a de intermediar o acesso à saúde que o estado oferece para a população. Tanto os profissionais de saúde quanto a população devem ser sujeitos de uma prática pedagógica onde é necessária a reeducação por parte do profissional, compreendendo-se que ele não é apenas profissionais mas também cidadão, e por este motivo faz parte dessa sociedade. Desta forma, a prática profissional junto à população deixará de dar ênfase exclusiva aquilo que é padronizado pelas instituições para fazer parte da vida do profissional, nos problemas e na realidade da população.
A partir do momento em que há uma prática comprometida com os interesses e problemas da população, há também uma reeducação por parte do profissional e pelo profissional. Assim, é possível perceber que a problematização ocorre da falta de uma ação educativa dentro da própria prática profissional com isso é possível planejar, levando em conta todos os outros fatores envolvidos na educação permanente.
Combate à endemias e a culpabilização da vítima
A ideia de que sempre existem fatores externos responsáveis por determinadas condições está impregnada em nossa sociedade e se tornou um discurso eficaz para justificar a falta de estrutura que deveria ser prestada pelo estado para a população. Utilizamo-nos sempre de ideias e conceitos vinculados a determinadas situações pré- estabelecidas para justificar a “inoperância” (VALLA, 1993) e falta de compromisso do estado e desta forma lançamos para as pessoas o resultado dessa ineficácia institucional. O autor também faz uma observação à respeito da construção da imagem social sobre o saber popular e o acadêmico que acaba por desqualificar e culpabilizar a população pelas situações enfrentadas no âmbito econômico, social e cultural.
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