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Teorização em Enfermagem

Por:   •  20/7/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.526 Palavras (11 Páginas)  •  781 Visualizações

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Introdução

O presente trata-se de uma análise de um conjunto de conhecimentos sobre a “Perspectiva geral da teorização em enfermagem”, dando ênfase na importância do desenvolvimento de tal teoria na disciplina de enfermagem.

Mais concretamente referimos sobre como o contexto histórico influenciou em tal desenvolvimento. Podemos dizer que último século pode ser considerado como de consagração para a enfermagem. A grande evolução teórica permitiu o reconhecimento da enfermagem enquanto disciplina e profissão.

De Florence Nightingale, que pela primeira vez identifica a necessidade de organizar o conhecimento de enfermagem por meio da observação, registo e análise estatística, até às diversas Teóricas, que pretendiam alcançar o imperativo de constituir a enfermagem como uma ciência, temos um longo trajeto, pelo qual teoria, pesquisa e prática se tornam inseparáveis. 

 Cada época, autores diversos autores e os próprios profissionais de enfermagem com suas experiencias e idealizações, forneceram um contributo para o desenvolvimento da teoria em enfermagem.

Podemos dizer que a enfermagem passou por fases de conhecimentos totalmente diferentes, saindo de uma posição de profissão dependente em busca de sua total autonomia.

Como alunos do Mestrado de Enfermagem, existe a impreterível necessidade de refletir sobre o caminho percorrido. Os conhecimentos históricos, teóricos e filosóficos, pedra angular da epistemologia da enfermagem e das competências científicas da profissão, conferem ao mestrando modelos conceptuais de excelência do cuidar, garantindo não só a qualidade do cuidado mas também a satisfação do profissional e cliente.

Tal estudo tem por objetivo, de maneira que esta inserido na unidade curricular de Fundamentos de Enfermagem como um dos intrumentos de avaliação, refletir sobre a importância do desenvolvimento da Teoria na Disciplina de Enfermagem.

Desenvolvimento

1- Enfermagem e sua história como profissão e disciplina.

Desde o inicio da vida que existe necessidade de cuidar “os seres humanos sempre precisaram de cuidados, quer para manter a vida, quer para lutar contra o mal que os ameaça constantemente. Isto é, os cuidados são desde sempre necessários quer para a continuidade da vida, quer para o afastamento do sofrimento e da morte” Vieira (2009, pag. 11).

Essa necessidade vital de cuidar, indispensável à sobrevivência, constituiu e desenvolveu os primeiros saberes, baseados na experiencia por tentativa e erro, tendo em conta a relação que o ser humano estabelecia com o ambiente que o rodeava, originando a diversidade do conhecimento empírico.

Em tempos antes de Cristo as pessoas entendiam que a doença era um castigo proveniente de Deus, esta convicção fez com que estes povos primitivos recorressem aos sacerdotes ou feiticeiros, que no contexto, possuíam as funções que hoje conhecemos como médicas, farmacêuticas e de enfermagem.

Os tratamentos eram conseguidos através de sacrifícios à diversas divindades. Ao se adquirir os conhecimentos práticos sobre plantas medicinais, o preparo e a administração desses remédios foram delegados a assistentes, que tinham as funções de farmacêutico e enfermeiro1.

Com a difusão do Cristianismo, cuidar era uma atividade humana, não remunerada, exclusiva a mulheres, sobretudo de natureza religiosa. Segundo Colliere (1989), ao longo dos tempos o cuidar foi atribuído à mulher, pois esta tinha a finalidade de garantir a continuidade da vida e da espécie. “ Prestar cuidados ao outro (…) começou assim no mundo ocidental, por ser uma actividade desenvolvida maioritariamente por mulheres que, convertidas ao cristianismo faziam na caridade o seu caminho de santificação.” Vieira (2009, pag.14)

Tempos depois, os movimentos da Reforma Protestante, encaminhou a enfermagem para uma fase de decadência, com a expulsão dos religiosos do ambiente hospitalar, as atividades por eles antes desenvolvidas passaram a ser de responsabilidade de pessoas tidas com pouco brilho social, na grande maioria por mulheres marginalizadas.

Somente após a reforma capitalista, no século XIX, surge na Inglaterra a Enfermagem como profissão institucionalizada. E em 1816, graças a organização das primeiras técnicas que possibilitaram a instrumentalização do cuidado de enfermagem, desenvolvidas por Florence Nightingale, podemos considerar que a enfermagem ganhou um marco na sua evolução. Dessa forma a enfermagem passa a ser considerada moderna, retirando a enfermagem da decadência e colocando-a em uma dimensão profissional (PAIXÃO, 1979).

Segundo[a] Alligood (2004) foram vários os fatores que influenciaram o desenvolvimento da teoria de Nightingale, os valores individuais, sociais, possuía um estatuto social elevado, a educação que recebeu era pouco habitual para uma rapariga, seu pai ensinou lhe disciplinas como matemática e filosofia. A nível profissional tem como momento importante quando é chamada para ir para a Guerra da Crimeira, para treinar as enfermeiras para cuidarem dos soldados feridos, o seu grande objetivo durante o seu trabalho foi melhorar as condições ambientais em que se encontravam os soldados que contribui para uma redução da mortalidade. Por ultimo a sua teoria também e influenciada pela sua afiliação religiosa, em que atuação para beneficio dos outros é um modo importante de servir a Deus.

Segundo Cruz (2005,pag 51) “Florence Nightingale representa o fim da actividade da enfermagem empírica e exclusivamente vocacional. A ela se deve a profissionalização da enfermagem. Ao romper com o empirismo, inicia a organização da profissão, educação formal das enfermeiras”.

Com Florence, o cuidado ganha especificidade no conjunto da divisão do trabalho

social, é reconhecido como um campo de atividades especializadas e necessárias/úteis para a sociedade e que, para o seu exercício, requer uma formação especial e a produção de conhecimentos que fundamentem o agir profissional.

Partindo do princípio que profissão é “uma vocação ou ocupação aprendida que tem status de superioridade e precedência dentro da divisão de trabalho” (Melanie e Evelyn, 2009, p.28), podemos dizer que a Enfermagem é uma profissão desenvolvida por um grupo detrabalhadores qualificados e especializados para a realização de

atividades socialmente necessárias.

O que motivou  os estudos de Florence foi a necessidade social de qualificar o cuidado de enfermagem para amplos os grupos populacionais, nascendo assim o processo de construção da disciplina Enfermagem3. Considerando que disciplina é “um ramo do conhecimento ordenado por meio de teorias e métodos que evoluem a partir de mais de uma visão do fenómeno de interesse” (Parse, 1997, p.79), a disciplina de enfermagem   vai ganhando corpo com a sistematização das técnicas de enfermagem e dos princípios científicos que as fundamentam, e com a construção das teorias de enfermagem

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