Trabalho Sobre a Doutrina Demonista
Por: Maiza Rodrigues • 23/11/2022 • Trabalho acadêmico • 660 Palavras (3 Páginas) • 104 Visualizações
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A ideia da doutrina demonista, de forma em geral, foi de considerar os comportamentos bizarros enquanto demonizados.
Essa ideia se difunde na Idade Média e se ganha uma sistematização no Renascimento.
Essa mitologia é, de certa forma, uma raiz do cristianismo e evolui em dois sentidos: as divindades pagãs são demonizadas e quem as seguem são instrumentos do demônio. Essas direções são os fundamentos da intolerância e perseguição aos considerados pagãos, também conhecidos como hereges.
Diversos padres apologistas difundiram ideias e obras polêmicas em resposta aos pensadores do paganismo. Eu trouxe brevemente a sequências dessas crenças:
- Em 118, a Epistola de Barnabé sugere que existem dois reinos, o bem e o mal, e acredita que os anjos da luz lutam com os das trevas.
- Em 156, Policarpo afirma que na verdade o demônio está dentro dos homens e que há uma luta entre duas almas – a angelical e a demoníaca.
- Em 167, Justino afirma que os deuses pagãos são corporificações dos demônios e tentam enganar os homens através da magia. Essa ideia fundamentará posteriormente o chamado “caça as bruxas”.
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- Em 180, Taciano impõe uma doutrina mais radical e demoniza, além dos deuses e pagãos, todos aqueles que busquem explicar fenômenos sem referência divina.
- Em 202, Irinei contradiz essas doutrinas ao considerar que o universo foi criado por um espírito da razão e que o demônio, na verdade, é um anjo decaído que sentia inveja dos homens, criatura privilegiada pela natureza, e que sendo assim, procura desgraçar os homens.
- Em 220, numa doutrina mais racional, Tertulino diz que há naturalmente nos homens a tendência do bem e do mal, e que a paixão por Cristo reduz o poder do mal. Inclusive, esse pensamento é uma noção pioneira do demonismo cristão.
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Séculos depois, Agostinho de Hipona, mais conhecido como Santo Agostinho reformula a demonologia cristã ao propor que o mal é privação do bem, e que o universo é uma obra perfeita de Deus e que o próprio permite a ação do demônio enquanto uma forma do homem se aperfeiçoar ao buscar Deus. Dessa forma, os efeitos demoníacos passam a depender das fraquezas humanas do mau uso do livre arbítrio.
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Essas doutrinas medievais são enraizadas em ideias muito remotas, mas, no entanto, fundamentou os processos inquisitoriais.
Justino fundamentou a ideia de que tudo que parece mágico está ligado ao demônio.
Irineu fundamentou a ideia de que comportamentos estranhos são intervenções diabólicas.
Tertuliano fundamentou a ideia que o demônio ensina magia às mulheres, tenta os homens ao pecado e deve ser combatido com o exorcismo.
Agostinho fundamentou a ideia de que os acidentes naturais são obras demoníacas.
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Esse processo inquisitório perseguia determinados grupos, entre eles, os monges.
Alegavam que os monges eram alvos favoritos dos demônios e que exerciam suas forças neles, que podia ser afirmada ao observar os comportamentos dos monges, como irritação no nariz, coceiras, sono durante as orações, entre outros. Inclusive acreditavam que o tédio era causado pelo demônio do meio dia, que causava a impressão de que o tempo estava num ritmo lento e de que o sol estava parado.
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