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Utilização de drogas por profissionais de saude

Por:   •  7/4/2016  •  Monografia  •  4.299 Palavras (18 Páginas)  •  396 Visualizações

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O USO DE DROGAS POR PROFISSIONAIS DA SAÚDE E SEUS IMPACTOS

Elem Machado Caldeira1

Daniele Santos Kuroba2

RESUMO

Este artigo de revisão é um estudo reflexivo sobre a questão do uso de substâncias lícitas e/ou ilícitas pelo profissional de saúde e objetiva refletir sobre os fatores que podem levar ao consumo de drogas. Esse fato pode ocasionar prejuízo à sua saúde e, conseqüentemente, comprometer o cuidado ao outro. A pesquisa bibliográfica compreendeu o período 2003-2012. Destacam-se estudos que apontam profissionais de saúde utilizando álcool, tabaco e como os mais suscetíveis à dependência de determinadas drogas devido à maior possibilidade de auto administração e livre acesso a tais substâncias em seu trabalho. Muitas vezes as drogas são utilizadas na tentativa de minimizar ou reverter a síndrome de desgaste profissional. Com isso desenvolvem outros desequilíbrios e infringem os preceitos éticos da profissão, pois o efeito da droga altera o comportamento, o raciocínio lógico, a tomada de decisões e a execução de procedimentos especializados, colocando em risco a vida das pessoas sob seus cuidados e comprometendo a sua própria saúde.

Palavras-chave: Transtornos relacionados ao uso de substâncias. Atenção a Saúde. Profissionais de saúde. Consumo de drogas.

1Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, aluna do curso de Pós Graduação em Enfermagem do Trabalho da  FATEC/FACINTER.

2 Enfermeira (Centro Universitário Campos de Andrade - Uniandrade, Curitiba PR), Pós-graduada Auditoria e MBA e serviços de saúde, Supervisão da ESF do Samambaial - Itapoá SC, orientadora de TCC do Grupo Uninter

Introdução

Atualmente, vivencia-se uma situação em que o uso do álcool e drogas tem sido um tema de ampla complexidade, pois os órgãos governamentais, não governamentais, e outros, não têm conseguido gerar respostas efetivas para o problema. Essa situação pode ser estendida à toda sociedade, na medida em que a família, a igreja, instituições de saúde e escolas representados por seus membros, têm enfrentado dificuldades para reagir frente à ocorrência vinculadas ao uso de álcool e de mais drogas.

É evidente também que a história do uso de substâncias, em vários momentos, se confunde com a história dos curandeiros, alquimistas, bruxas, xamãs e da medicina (Moraes, 2008). ZEFERINO et al ( 2006) completa que a droga era algo que servia de ligação entre o divino e o humano, possibilitando a manifestação dos espíritos, sendo controlada culturalmente por meio de práticas rituais na comunidade.

O uso de substâncias psicoativas marcam a relação existente entre os seres humanos e a busca por diversos tipos de substâncias, em diferentes contextos, com objetivos e motivações diversas, correspondendo a uma prática humana milenar e universal (Moraes, 2008).

Segundo MORAES et al (2008) os estudos antropológicos apontam que o álcool é a droga consumida pela humanidade, além de ser a mais antiga e utilizada, e com diferentes fins, de anestésico a narcótico.  No que se refere a internações o uso do álcool foi o principal causador de internações por transtorno mental no País entre 1988 e 1999, respondendo por 90% dessas.

Um outro exemplo de substância psicoativa, que tem suas origens datadas dos tempos do neolítico é a maconha. Há registros de seu uso no Antigo Oriente, na China e na Índia, estando na base de remotas formas religiosas e diversos usos medicamentosos (Moraes, 2008).

O tabaco começou a ser utilizado aproximadamente ano 1000 a.C. em rituais mágico religiosos, nas sociedades indígenas da América Central. Em meados do século XX, com o incentivo das técnicas de publicidade, o uso do tabaco se espalhou por todo o mundo (Serradilha et al, 2010).

Numa perspectiva histórica, pode-se dizer que as drogas tornaram-se um problema de saúde pública a partir da metade do século XIX, tendo a sua dimensão moderna com o progresso da química industrial, da farmacologia e da medicina (Pinho et al, 2009).

Segundo OLIVEIRA et al (2006) a expansão, diversidade e complexidade que envolve o consumo de drogas têm demandado estudar o assunto de forma a contemplar o indivíduo, a substância e o contexto em que a mesma é usada.

Inicialmente, o foco de ação da comunidade internacional sobre as drogas era restrito às questões de tráfico de drogas. Atualmente, o fenômeno passou a ser discutido no contexto da saúde (Ventura, 2010).

Verifica-se que a sociedade não tem avaliado muito os riscos do uso de uma nova droga ou uma nova forma de uso de uma velha droga. Por exemplo, a partir do começo do século XX, inovações tecnológicas tornaram a produção de cigarros mais fácil. Além disso, o preço do cigarro caiu dramaticamente. Segundo LARANJEIRA (2010), progressivamente, houve aumento no número de fumantes em todo o mundo e, por muitos anos, os danos físicos associados ao cigarro não foram identificados. Muitos governos chegaram a estimular o consumo, pelos ganhos com impostos.

A conjuntura social, política e econômica apresenta aspectos distintos em relação às drogas: a tolerância e o incentivo para substâncias como o álcool, tabaco e medicamentos, consideradas legalmente como lícitas; o delito e a punição para o uso e/ou abuso de substâncias como maconha, cocaína e crack, determinadas legalmente como ilícitas ou ilegais (Oliveira et al, 2006).

O uso abusivo de bebidas alcoólicas e outras substâncias psicoativas constitui problema relevante nas sociedades. Em um estudo de BASTOS et al (2005), mostrou que a média de idade em que as pessoas utilizaram bebidas alcoólicas pela primeira vez foi de aproximadamente 17 anos.

O acesso livre aos psicotrópicos é uns dos fatores que facilitam o uso de drogas. Essa questão faz pensar, pois da mesma maneira que se tem acesso às substâncias psicoativas, se tem acesso a vários materiais de consumo.

Desde a década de oitenta, os especialistas têm apontado vários fatores que estariam influenciando o uso de álcool e drogas, como o desemprego, insegurança do indivíduo em relação ao futuro, carência de alternativas de lazer e trabalho para os jovens.

O uso de substâncias entorpecentes causadoras de dependência são sempre muito agradáveis e dão uma forte sensação de bem estar a quem as ingeriu, inalou ou injetou, ou seja, há a dependência física e a dependência psicológica.

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