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A Morte E Os Profissionais Da Saúde

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Por:   •  21/10/2013  •  517 Palavras (3 Páginas)  •  455 Visualizações

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A morte, ao menos na grande maioria das culturas do Ocidente,seja por questões pessoais,sociais,e/ou religiosas não se apresenta como tema preferido dos cidadãos, tampouco costuma ser tratada com naturalidade.Mas, se é assim,como se apresentam aqueles que todos os dias,por força de seu oficio,precisam conviver e enfrentar a questão da morte?Qual o significado que ela assume para esses profissionais? Seriam essas pessoas diferentes das demais? Elas não se importariam com a morte do mesmo modo que a maioria das pessoas? Não seriam seres humanos?

Se lidar com a morte é extremamente difícil, para o profissional da saúde tal característica acaba por aumentar suas proporções, pois este a vê (pelo menos alguns tendem a ver dessa forma) como uma inimiga a ser vencida,tornando a ocasião de se perder um paciente em uma situação de derrota,impotência e fracasso.E tomando tal evento natural como seu rival,estes profissionais acabam por presenciar em seu ambiente de trabalho diariamente situações em que se tornam novamente os vencidos.Esse contato direto com a morte do outro traz à tona toda a fragilidade do sujeito diante da sua própria finitude.

Rachel Duarte Moritz (2005), explica que os profissionais da saúde, estão preparados para lidar com a vida, mas são confrontados com a necessidade de cuidar daquele que está morrendo.O médico é transformado em um herói de luta contra a morte,sente-se fracassado diante de um paciente vitima de doença terminal.

Atualmente a morte é tratada como um tabu, tendo sido, no decorrer dos vários anos, deslocada de casa para o hospital. Deixando assim de constituir algo natural,para transformar-se numa morte fria,escondida e profundamente indesejada.E essa dificuldade em se lidar com a morte tem gerado grandes problemas que atingem diretamente o sistema de saúde público e privado do país,especialmente em virtude do adoecimento de seus profissionais.

O cuidar em situações tão delicadas é para estes profissionais uma mistura de vivências com um grande índice de estresse onde estratégias de enfrentamento acabam sendo tomadas para que este profissional possa manter a sua saúde, tanto mental, quanto fisiológica, em equilíbrio. A morte é tratada com indiferença, conseqüência de um mecanismo de defesa dos profissionais a fim de se manterem mentalmente sãos, pois, além da falta de preparo para lidarem com a morte, muitos desses profissionais enfrentam longas jornadas de trabalho.

Em UTI’s, onde o sofrimento causado pela morte dos pacientes é intenso e constante seria necessário criar espaços para que os trabalhadores (e outros profissionais) falassem das angústias e tristezas, para que possam construir esses sentimentos. Mas como criar esses espaços para os trabalhadores,sendo que os profissionais não tiveram capacitação para isso durante a sua formação?

A melhor forma de conseguimos essa preparação é tomar consciência das nossas dificuldades frente a morte e lidar com elas procurando entendê-las, compartilhá-las com outras pessoas,fazer leituras sobre o tema e falar da morte e do morrer com mais freqüência e naturalidade.

Enfim, é importante repensar nossa forma de lidar com a morte. É preciso aprender a falar sobre a morte com a mesma naturalidade que falamos sobre a vida.

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