A Assistência Farmacêutica No Sus E O Seu Papel Na Gestão De Compra De Medicamentos

INTRODUÇÃO

A saúde no Brasil apresenta-se como um setor carente de recursos e com restrições orçamentárias bastante expressivas logo, se faz necessário controlar a escassez de recursos para que assim, os pacientes não tenham sua saúde prejudicada pela falta de medicamentos. Sendo assim, para controlar essa escassez de recursos a gestão da Assistência Farmacêutica deve elaborar metodologias que controlem e gerencie seu estoque de medicamentos a fim de oferecer um melhor controle sobre o orçamento, demanda e dispensação (LIMA et al., 2019).

Dessa maneira, para gerenciar as despesas no setor público de saúde se utiliza métodos que visam a elaboração de sistemas de gerenciamento de gastos logo, um dos métodos mais utilizados é a Curva ABC. Á vista disso, o método da Curva ABC mostra-se como o mais adequado ao processo de Gestão de Estoque em Assistência Farmacêutica, uma vez que o método utiliza o ponto de vista econômico logo, pode- se afirmar que “o uso da curva ABC propicia uma otimização na aplicação dos recursos financeiros, pois evita desperdícios ou aquisições inadequadas” (BLATT et al., 2016, p. 41).

1. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS E O SEU PAPEL NA GESTÃO DE COMPRA DE MEDICAMENTOS

A assistência farmacêutica é definida como um conjunto de ações que está relacionado com a produção e distribuição dos medicamentos, porém, não se trata apenas disso a assistência farmacêutica vai muito além visto que, são conjuntos de ações que visam principalmente, os três pilares essenciais na saúde dos pacientes que são : promoção, prevenção e recuperação na qual, compreende como o medicamento sendo protagonista desses três pilares ou seja, a assistência farmacêutica participa de todos os processos envolvendo o medicamento até mesmo no cuidado farmacêutico (REVISTA INTERFACES,2014).

1. Ciclo da Assistência Farmacêutica

Imagem 1: Etapas do ciclo da assistência Farmacêutica

[pic 1]

Fonte: Brazilian Journal (2020)

Assistência farmacêutica está interligada diretamente ao sistema de gestão de compras dos medicamentos no setor público de saúde, com isso o fator mais preocupante é a qualidade dos medicamentos que vão ser distribuídos para a população logo, a assistência farmacêutica conta com três fases de suma importância que é a fase da seleção, programação e aquisição dos medicamentos, essas três fases irão definir toda a gestão de compras (BRAZILIAN JOURNAL, 2020).

1. Descrição das três fases que definem a gestão de compras

1. Seleção: A seleção é definida como a etapa inicial desse ciclo sendo assim, nessa etapa ocorre a escolha dos medicamentos que vai ser distribuído para a população logo, para que essa seleção ocorra é definido alguns critérios, esses critérios quem define é a Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) na qual, trabalha analisando o custo, efetividade, uso seguro e o benefício que aquele medicamento terá dessa maneira, os critérios são de acordo com a epidemiologia de cada região do Brasil. (BRAZILIAN JOURNAL,2020).

1. Programação: A programação é uma etapa na qual, se atenta para a quantidade de medicamentos que vão ser fornecidos por um tempo determinado em cada região do Brasil logo, esses medicamentos são baseados na lista de Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) e pela Relação Municipal de Medicamentos (REMUME) logo, esses medicamentos deve vir com características especificas como nome genérico, a forma farmacêutica e como ele vai ser apresentado para os pacientes (BRAZILIAN JOURNAL,2020).

1. Aquisição: Na atenção básica de saúde o Farmacêutico participa também do processo da compra dos medicamentos na qual, precisa saber como é a sua demanda particular em sua unidade básica de saúde visto que, esse relatório é passado para o fornecedor geral para assim, a compra dos medicamentos serem feitos vale ressaltar que, a quantidade dos medicamentos que vai ser comprados é de extrema importância logo, o método curva ABC é mais utilizado (BRAZILIAN JOURNAL,2020).

1. A        CURVA        ABC        E        SUAS        APLICAÇÕES        NA        AQUISIÇÃO        DE MEDICAMENTOS PARA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

O método curva ABC, que separa os medicamentos por categorias, valor e demanda, mostra-se como o mais eficaz e eficiente para o controle de estoque da Assistência Farmacêutica dentro do SUS principalmente, na fase da aquisição dos medicamentos visto que, é nessa fase em que ocorre a maioria dos erros em relação ao estoque sendo que, o erro maior está na falta de um levantamento de medicamentos necessários para cada unidade básica de saúde levando assim, a um orçamento inferior do necessário causando o fenómeno da falta de medicamentos (REVISTA ELETRÔNICA ACERVO SAÚDE, 2020).

Dessa forma, a Curva ABC divide os itens em três classes: classe A constam os itens de maior valor de consumo; classe B os itens com valor de consumo intermediário; classe C por consequência os itens de menor valor de consumo (LIMA et al., 2019). Logo, essa ferramenta gerencial classifica estatisticamente os materiais, através do Princípio de Pareto, a fim de justificar os itens quando a sua relativa importância com o criador do método, o italiano Vilfredo Pareto, em uma análise da distribuição de renda dos italianos ele observou que 80% da concentração da riqueza estava nas mãos de 20% da população (PERES; RABELO; FURQUIM, 2020).

A análise de Pareto ou curva ABC é um método de classificação de informações, adotado para separar os itens de maior importância ou impacto. corresponde a uma dupla classificação dos itens: de acordo com seu valor obtido pelo preço unitário; e de acordo com sua posição no estoque, obtida pelos registros de consumo (BLATT et al., 2016, p. 38).

2.1 CLASSIFICAÇÃO DA CURVA ABC

Imagem 2: Curva ABC na gestão de estoques[pic 2]

Fonte: SCE SISTEMAS (2022)

Aplicando este princípio na gestão de estoque, 80% do valor do estoque corresponde a apenas 20% dos itens nele existente. A Curva é representada pelas letras A, B, C, que se classificam da seguinte forma: classe A: principais itens em estoque e de alta prioridade, 20% dos itens correspondem a 80% do valor; classe B: itens que ainda são considerados economicamente preciosos, 30% dos itens correspondem a 15% do valor; classe C: 50% dos itens que correspondem a 5% do valor. (ROCHA, 2017).

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