A Biotecnologia Moderna
Por: cesarffraga • 18/6/2018 • Trabalho acadêmico • 1.423 Palavras (6 Páginas) • 370 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
A biotecnologia moderna trabalha com partes de organismos, frequentemente modificando-as com técnicas de engenharia genética, utilizando organismos vivos em sua forma original e melhoramento genético tradicional. (Silveira e Borges 2004).
Stanley Cohen e Herbert Boyer publicaram em 1973 a descoberta da técnica de DNA recombinante que e a criação de células artificialmente construídas para produzir novas proteínas ou as encontradas na natureza. As proteínas têm grande importância terapêutica, mas são moléculas grandes e complexas, não se dispondo de síntese química para obtê-las. Antes do DNA recombinante o único método para obtê-las era fazendo o isolamento a partir de fontes naturais. (BNDS, 2014)
Já em 1990, uma equipe médica norte americana havia inserido um gene sadio no organismo de uma menina doente e a criança melhorou após esse tratamento. Começará uma nova era. A era da terapia génica ( ou terapia genética), ou seja, o procedimento destinado a introduzir em um organismo, com uso de técnicas de DNA recombinante, genes sadios ( nesse contexto denominados “genes terapêuticos”) para substituir, manipular ou suplementar genes inativos ou disfuncionais ( LINDEN,2008).
A engenharia genética vem contribuindo para área da saúde, para realizar diagnósticos mais rápidos e precisos de algumas doenças e para encontrar a cura. A produção da insulina humana foi uma das primeiras aplicações comerciais de micro-organismos transgênicos, antes ela era extraída de porcos e causava reações alérgicas com frequência. Hoje a insulina se tornou mais segura e aumentou a eficácia no tratamento de pacientes com diabetes. Vacinas, vitaminas, anticorpos, são mais de 400 medicamentos produzidos por meio da aplicação dos transgênicos (CIB, 2009).
REFERENCIAL TEÓRICO
Nos anos 70 nasceu a “engenharia genética”, proporcionou avanços nas áreas médicas e na indústria farmacêutica. Com a criação da tecnologia de DNA recombinante foram descobertas enzimas de restrição, sendo essas capazes de reconhecer uma pequena sequência de pares de bases, cortando o DNA neste sítio de reconhecimento. Da mesma forma existem enzimas capazes de ligar os dois fragmentos de DNA, sendo assim o DNA de uma espécie pode ser cortado e ligado ao DNA da mesma ou de outra espécie. Essa tecnologia de DNA recombinante ou engenharia genética são denominadas Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). (GUERRA; NODARI 2001).
O termo biotecnologia teve sua primeira utilização por Karl Ereky no ano de 1919, o engenheiro utilizou o termo para definir a biotecnologia como qualquer aplicação técnica que utilizava organismos biológicos e seus derivados, para dar origem ou modificar produtos e técnicas para uso especifico. (MARTINS, et al 2013).
No ano de 1958 o médico Raben especialista em endocrinologia, tratou um garoto utilizando GH (hormônio do crescimento), o médico realizou a retirada do hormônio de um cadáver. (MARTINS et al 2013).
A partir do conhecimento molecular foi possível a indústria farmacêutica modelar e adaptar molécula cada vez mais especificas. (PFIZER, 2014). Com o decorrer dos anos a indústria farmacêutica realizou várias contribuições a técnicas farmacológicas e medicinais, por meio da descoberta e aprimoramento de medicamentos eficientes e seguros para o tratamento de diversas patologias. (PFIZER, 2014).
Os medicamentos sintéticos passaram a apresentar menor produtividade enquanto os fármacos biológicos apresentavam bons resultados. O que direcionava a novos horizontes com inações diversas. A biologia molecular estava alcançando seu espaço no mercado. Atualmente técnicas utilizadas a partir da biologia molecular constitui o maior número de fármacos no mercado da indústria farmacêutica. (PFIZER, 2014).
O mercado mundial de produção de fármacos biológicos atualmente representa em torno de 140 bilhões, 17% do percentual total do mercado farmacêutico e vem crescendo cerca de 20% ao ano. (COELHO, 2013).
Com aumento anual na demanda de medicamentos, a indústria farmacêutica encontrou na biotecnologia a possibilidade de crescimento, sendo possível construir em larga escala medicamentos biológicos de alta complexidade e importantes para tratamento de diversas doenças (MADEIRA et al., 2015).
Hoje temos como principal exemplo de biofármaco a insulina que é um hormônio muito importante na regulação do metabolismo de carboidratos dos animais. Essa e uma proteína composta por 51 aminoácidos organizados em duas cadeias polipeptídicas, ligadas por pontes dissulfeto. Tendo como principal função a de facilitar a entrada de glicose nas células, sendo também muito importante na metabolização de carboidratos, proteínas e lipídeos (MARZZOCO,2011). Em vários tecidos do organismo há receptores de insulina, habitualmente encontrado no cérebro, músculos e fígado, mas também os não habituais como por exemplo os ovários. Sua empregabilidade é muito importante na homeostase, quando há um erro na sua produção ou em seu reconhecimento, leva a uma doença crônica conhecida como Diabetes Mellitus, cerca de 5% dos óbitos ocorridos mundialmente divulgado pela organização mundial de saúde (OMS) é ocasionada pela doença crônica Diabetes Mellitus, estima-se que haverá um aumento em 15% devido a ausência de medidas para controle (OMS/PAHO; MCPHEE,2011).
A insulina anteriormente utilizada nesse tratamento era obtida através das glândulas de animais como porco e cavalo, havia uma grande preocupação em torno da qualidade desse hormônio devido a possíveis reações alergias que poderiam apresentar, além de um significativo aumento na demanda de hormônio por ano. Houve necessidade na obtenção da insulina em larga escala e a procura de uma nova fonte que não fosse animal (JOHNSON, 1983).
Na produção e no desenvolvimento dos medicamentos em todas as suas etapas devem estar sob atenção constante, para que não ocorra nenhuma alteração que comprometa a eficácia dos mesmos ou venha provocar efeitos diversos ao paciente, tendo que considerar que estes são produzidos de organismos vivos (CARREIRA et al.2013).
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