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A Genética da Infertilidade Humana

Por:   •  26/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.940 Palavras (8 Páginas)  •  291 Visualizações

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GENÉTICA DA INFERTILIDADE HUMANA

A maioria dos seres humanos, desde o início do seu desenvolvimento, projeta sua vida com o objetivo de crescer, encontrar uma pessoa com a qual compartilhará sua vida e dará início a uma nova família. Nesse viés, várias são as motivações que dão origem ao desejo de se ter um filho, porém, pode-se haver diversos desafios nesse processo.

A infertilidade é a incapacidade de reproduzir naturalmente, ou seja, quando um casal não obtém gravidez mesmo sem o uso de qualquer método contraceptivo, após um ano de relações sexuais. Esse fenômeno atinge entre 8% a 15% dos casais, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O desejo de ter filhos junto a essa impossibilidade produz diversos sentimentos, tais como tristeza, ansiedade, frustração, medo, entre outros.

Essa situação pode ocasionar efeitos devastadores tanto individuais como conjugais, e é capaz de desestabilizar as relações interpessoais, diminuindo a qualidade de vida. Portanto, as análises citogenéticas e exames moleculares são necessários para fornecer a origem da infertilidade. Com o diagnóstico adequado, os especialistas em reprodução podem identificar estratégias para que o casal consiga ter filhos utilizando as modernas tecnologias existentes.

Infertilidade relacionada ao sexo feminino pode ter diversas origens, tais como problemas na ovulação (fator ovulatório), alterações tubárias (fator uterino), endometriose e ligadas à fertilização. Enquanto nos homens, existe um aumento no diagnostico de anormalidades genéticas que estão sendo identificadas como causadoras da infertilidade, dentre eles está aberrações cromossômicas, mutações gênicas e microdeleções do cromossomo Y.

“Os fatores mais comuns associados com o abortamento habitual são de ordem genética, hormonal ou anatômica. O aumento da heterocromatina encontrado nos cromossomos humanos autossomos 1, 9, 16 e no cromossomo sexual Y tem sido comumente definido como sendo uma variação da normalidade. Todavia, têm-se alguns relatos da freqüência aumentada dessas alterações em pais de crianças com anomalias cromossômicas, casais com abortos recorrentes e em conceptos cromossomicamente anormais. Sabe-se que os genes responsáveis pela fertilidade e viabilidade são encontrados presentes na heterocromatina, sugerindo que tais variantes não podem ser ignoradas.” (OLIVEIRA, et al., 2011)

Destacando as alterações causadas por fatores genéticos, temos primordialmente as alterações cromossômicas. O ser humano possui 46 cromossomos, dentre os quais dois são sexuais (XX em mulheres e XY em homens). Porém, há alguns tipos de anomalias que alteram esses cariótipos dos indivíduos, modificando seus genótipos e fenótipos, ou seja, causando síndromes que afetam diretamente suas vidas. Dentre elas:

  1. Síndrome de Klinefelter (47, XXY)

A Síndrome de Klinefelter não é uma doença hereditária, mas resultado de uma falha genética que ocorre durante a formação do ovo, esperma ou após a fecundação (também conhecido como “não-disjunção”). Essa síndrome é a mais freqüente das aberrações cromossômicas entre os homens inférteis, atingindo 7 a 13% dos azoospérmicos, podendo haver indivíduos com esta síndrome e cariótipo em mosaico (46,XY / 47,XXY e outros), com graus variáveis de comprometimento da espermatogênese.

Estudos foram realizados com o objetivo de analisar se a herança materna ou paterna do cromossomo X poderia predizer presença de espermatogênese em homens com SK. Para esse estudo, foi usada a extração testicular de espermatozóides (TESE), no qual esses espermatozóides são recuperados em cerca de 30%-50% dos homens com síndrome de Klinefelter. Porém, os resultados não foram satisfatórios, visto que a razão para a ausência ou presença de espermatozóides em metade dos homens com SK permanece desconhecida e a origem do cromossomo X adicional não prediz a ausência ou presença de espermatogênese.

  1. Síndrome de Turner (45, X)

Outra anomalia cromossômica numérica é a Síndrome de Turner, que se trata de uma condição genética – anormalidade dos cromossomos sexuais – mais comum nas mulheres, ocorrendo em 1 a cada 1.500-2.500 crianças do sexo feminino nascidas-vivas. A constituição cromossômica pode ser ausência de um cromossomo X (cariótipo 45,X), mosaicismo cromossômico (cariótipo 45,X/46,XX), além de outras anomalias estruturais do cromossomo X. Ela causa uma série de problemas no desenvolvimento do indivíduo, como baixa estatura, malformações cardíacas, dificuldade de iniciar a puberdade e infertilidade.

Pelo fato de os ovários das mulheres com síndrome de Turner serem rudimentares, eles não têm óvulos, tonrnando-as inférteis. Já nos casos de mosaicismo, elas podem ter óvulos, mas em uma quantidade muito reduzida. Quando ocorre a gravidez, existe um risco aumentado de abortamento em casos de homens ou mesmo de ter filhas com a mesma síndrome, portanto a doação de óvulos é a melhor alternativa para as mulheres com a síndrome de Turner conseguirem engravidar. Nos casos de mosaicismo, a FIV (fertilização in vitro) associada ao PGD irá reduzir o risco de transmissão da síndrome e o risco de aborto.

Em síntese, a síndrome de Turner está associada à infertilidade pela ausência ou redução extrema na quantidade de óvulos. Existem tratamentos capazes de fazer com o que o sonho de ser mãe vire realidade.

  1. Síndrome do Cromossomo X Frágil

Essa se relaciona ao espermatozóide e ao óvulo, aos problemas nos cromossomos ou em outras estruturas que realizam a manutenção dos dois gametas impedindo a fertilização.A partir da adolescência, os homens podemapresentar macro-orquidia, ou seja, um aumento anormal do volume dos testículos. Mais velhos, aumenta o risco de perda de coordenação motora e tremores. Já as mulheres estão mais sujeitas a desenvolver problemas de fertilidade, insuficiência ovariana e menopausa precoce.

A síndrome do X frágil é uma desordem ligada ao cromossomo X. De caráter dominante, basta que um dos pais seja portador da pré-mutação para que a criança receba uma cópia do gene defeituoso. Em geral, os meninos desenvolvem quadros mais graves do que as meninas. Isso acontece, porque elas possuem dois cromossomos X, um herdado do pai e o outro da mãe, o que, de certa forma, as protege. Se um estiver afetado, o gene normal pode compensar a alteração. Os homens, no entanto, possuem um cromossomo X herdado da mãe e um cromossomo Y herdado do pai. Se o X estiver danificado, o outro não estará preparado para suprir a deficiência.

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