A Manipulação de biscoitos veterinários contendo 250 mg de Albendazol
Por: thais.silva.64 • 20/11/2017 • Projeto de pesquisa • 2.430 Palavras (10 Páginas) • 589 Visualizações
MANIPULAÇÃO DE BISCOITOS VETERINÁRIOS CONTENDO 250 mg DE ALBENDAZOL
Thais Martins da Silva1, Lohanna Faria Lopes1, Larissa Ataíde Siqueira2, Thays de Carvalho Amorim2, Bianca de Oliveira Botelho2, Alda Trivellato Lama Neto2, Janaína Cecília Oliveira Villanova1
1Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, Departamento de Farmácia e Nutrição/CCENS, Avenida Alto Universitário, s/n, Guararema - 29.500-000 – Alegre (ES), Brasil, thais_andreanni@hotmail.com, lohannalopes@hotmail.com, pharmacotecnica@yahoo.com.br.
2Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias - Departamento de Medicina Veterinária/CCAE, Alegre – ES, Brasil, larissa.ataide.15@hotmail.com, mv.thaysamorim@gmail.com, biancabotelho93@hotmail.com, alda.neta@hotmail.com
Resumo – Os parasitos intestinais estão entre os agentes patogênicos mais comumente encontrados em animais de companhia e constituem-se como uma das principais causas de transtornos gastrointestinais em cães. O tratamento destes se baseia no uso de antiparasitários, medicamentos que representam o maior segmento do mercado de produtos terapêuticos de uso veterinário. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi preparar formas farmacêuticas alternativas contendo 250 mg de albendazol visando melhorar a adesão ao tratamento. Para tal, foram manipulados biscoitos veterinários preparados por moldagem, que tiveram o aspecto, a palatabilidade e o peso médio avaliados. Foram obtidos biscoitos de 12 g, com peso médio adequado à especificação farmacopeica para produtos de dose unitária e, com aspecto e sabor considerados adequados do ponto de vista farmacotécnico.
Palavras-chave: Albendazol, desenvolvimento farmacotécnico, biscoito veterinário.
Área do Conhecimento: Farmácia/Farmacotécnica
Introdução
Cães e gatos representam a maioria dos animais de companhia nos domicílios brasileiros, o que os coloca em permanente contato com o homem e, consequentemente, como fontes de riscos à saúde dos seus donos pela possibilidade de transmitirem doenças, dentre as quais, aquelas de origem parasitária (ROBERTSON et al., 2000). As parasitoses gastrointestinais estão entre as doenças mais frequentes e importantes dos cães, constituindo um grave problema na clínica pela alta prevalência dos parasitos e pelo fato de algumas delas serem consideradas zoonoses. Helmintoses causadas por parasitos dos gêneros Toxocara spp., Ancylostoma spp. e Giardia spp são consideradas problemas de saúde pública (PRATES et al., 2009). O elevado índice de cães portadores de infecção por endoparasitos evidencia o risco potencial de transmissão de zoonoses a que está exposto o ser humano que convive com animais infectados. Muitas vezes, um animal aparentemente sadio está eliminando no solo fezes contendo ovos embrionados desses parasitos e os humanos podem facilmente infectar-se ou reinfectar-se pela ingestão dos ovos (LEITE et al., 2007). Neste sentido, torna-se fundamental o controle adequado das endoparasitoses, com o objetivo de diminuir a contaminação do meio ambiente pelas formas infectantes e, consequentemente, minimizar os riscos de infecção humana (PRATES et al., 2009).
Entre os fármacos disponíveis para profilaxia e tratamento das zoonoses destacam-se aqueles da classe dos benzimidazóis, como o mebendazol, o fenbendazol, o metronidazol e o albendazol. De modo geral, os benzimidazóis exercem bloqueio da polimerização da tubulina, inibição do transporte de glicose e inibição da fumarato-redutase, causando parasilia e morte dos parasitos por inanição. Ainda, possuem ação ovicida (NELSON, COUTO, 2006).
O albendazol é um fármaco da classe dos anti-helminticos e antiparasitários utilizado para tratar grande variedade de condições causadas por parasitos. É um dos fármacos de escolha tanto para uso humano como para o veterinário, sendo que a classe à qual pertence é o de maior segmento do mercado de medicamentos veterinários (PRADO, et al, 2003).
O tratamento com albendazol é indicado na dose de 25 mg/kg, a cada 12 horas, até atingir quatro doses, demonstrando eficácia em cessar a eliminação de cistos por cães infectados, devendo ser utilizado com restrições em animais prenhes. A eficácia relatada para seu uso é de 90% (BOWMAN et al. 2010).
Os principais obstáculos ao desenvolvimento de formulações específicas para uso veterinário são o escasso conhecimento dos formuladores acerca de informações sobre a farmacocinética e a biodisponibilidade dos fármacos de uso veterinário e, a baixa adesão dos animais ao tratamento, especialmente, para a administração de medicamentos pela via oral, considerada a via de preferência pelos proprietários (VILLANOVA et al., 2014).
Os medicamentos de uso veterinário podem ser industrializados ou manipulados. Os medicamentos industrializados são produzidos em grande escala, utilizando equipamentos que têm capacidade para fabricar lotes de até milhões de unidades, sendo que todas as unidades de um mesmo lote possuem a mesma dose, ou seja, a mesma quantidade de fármaco, de modo a serem utilizados por um grande número de animais (KAYNE, JEPSON, 2004). Por outro lado, medicamentos manipulados são preparados em Farmácias Magistrais licenciadas pelo MAPA, sendo preparados para atender a uma prescrição em quantidade suficiente para suprir as necessidades específicas de cada tratamento. A concentração do fármaco, bem como o tipo e a quantidade dos demais componentes das fórmulas são definidos respeitando a posologia, porte, peso e demais variáveis fisiológicas inerentes a cada espécie. São produtos personalizados (QUEIROZ, BATISTA, 2004).
A manipulação de medicamentos veterinários se torna de grande importância, principalmente, quando não existem produtos comercialmente disponíveis ou quando é requerido o uso de produtos com doses fracionadas, dificultando a administração pelo dono do animal e/ou contribuindo para erros de dosagens (VILLANOVA et al., 2014). Neste sentido, o objetivo do presente trabalho foi contribuir para a terapêutica veterinária de cães, propondo a preparação de biscoitos contendo 250 mg de albendazol, com o intuito de melhorar a adesão dos animais ao tratamento, mediante ingestão de toda a forma farmacêutica administrada.
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