REDAÇÃO SOBRE O RIO DOCE APOS O ROMPIMENTO DA BARRAGEM EM MG
Por: crismsilva • 13/12/2015 • Abstract • 1.149 Palavras (5 Páginas) • 2.009 Visualizações
TRABALHO DE BIODIVERSIDADE E ESTUDOS DO SOLO
ALUNA: Cristiane Macedo Silva
CURSO: Técnico em Meio Ambiente
PROFESSOR: Roberto Marchesini – Engenheiro Florestal
Ainda não é possível mensurar com exatidão os danos ambientais que serão causados pela “onda de lama” com rejeitos usados no processo de mineração da empresa Samarco, no município de Mariana/MG (região central do estado mineiro). Para alguns especialistas são danos incalculáveis.
As informações, logo após o rompimento das barragens são divergentes com dos laudos e análises solicitados pelo Ministério Público, pelos órgãos ambientais bem como os governos de Minas Gerais e Espírito Santo.
As toneladas de lama que vazaram são protagonistas do maior desastre ambiental do Brasil e o maior do planeta no ramo da mineração.
Cerca de 60 bilhões de litros de rejeitos de minério de ferro foram despejados ao longo de mais de 500 km na Bacia do Rio Doce (a 5ª maior do país). Além da Bacia do Rio Gualaxo, que é afluente do Rio do Carmo, o qual é afluente do Rio Doce.
A Mineradora Samarco logo após a tragédia afirmou que a lama não continha rejeitos tóxicos por ser composta de “material inerte em compostos de areia” mas ainda não apresentou laudos que atestem a ausência de componentes prejudiciais à saúde dos seres humanos e dos demais seres vivos e plantas que utilizam da água do rio.
A primeira análise da água divulgada uma semana depois do rompimento das barragens comprova alta concentração de metais pesados no Rio Doce. Ressaltamos que resultados dos exames solicitados pelo SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Baixo Guandu/ES, atestam a presença de arsênio, chumbo, cromo, zinco, bário e maganês. Em alguns trechos do rio foram encontrados mercúrio, o qual deve se ter muito cuidado pois esse metal dissolvido nos rios originam compostos que ingressam na cadeia alimentar. Peixes, moluscos e crustáceos incorporam e acumulam o mercúrio, que afetam os organismos que deles se alimentam, atingindo maior concentração naqueles que ocupam o topo da cadeia pois o mercúrio sofre magnificação trófica, ou seja, sua concentração aumenta ao longo de uma cadeia alimentar, desde os produtores até os consumidores. O mercúrio, que tem alta toxidade, acumula-se no organismo podendo causar nos seres humanos sérias lesões do sistema nervoso.
A lama que desce o Rio Doce é considerado calcitrante, ou seja, provoca cimentação das margens do rio e encontra-se cheia de sedimentos os quais são materiais, que por serem insolúveis(ou pouco solúveis) e mais densos que a água se depositam no leito do rio causando assoreamento.
As principais consequências desse acúmulo de sedimentos na água são:
- redução da penetração da luz – o material em suspensão dificulta a entrada de luz, reduzindo a fotossíntese e comprometendo a vida dos peixes e plantas aquáticas inclusive provocando a morte desses e outros animais que vivem próximos e nos cursos de água pois não resistem à destruição do seu habitat;
- diminuição da vazão dos cursos de água: com a ocupação de parte do leito dos cursos de água por sedimentos, aumenta a probabilidade de ocorrerem inundações em terras vizinhas;
- aumento dos custos de obtenção de água potável e dos alimentos: a turbidez da água dificulta seu tratamento, por mantê-la repugnante, mesmo se as condições sanitárias forem aceitáveis. Além disso, a agricultura não poderá utilizar a água, para a irrigação de suas lavouras, por se encontrar contaminada com metais pesados.
A completa remoção da vegetação ciliar (mata ciliar) abre caminho para a deposição de sedimentos e o assoreamento bem como a erosão.
No dia 18/11, uma equipe de pesquisadores da Embrapa Solos e Embrapa Agrobiologia foi enviada ao local para fazer a análise do solo solicitado pela da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. Segundo o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Solos, José Carlos Polidoro, a equipe elaborará um diagnóstico do impacto do desastre.
Será feito um diagnóstico do grau do impacto sobre a agropecuária local e, com dados técnicos e socioeconômicos, traçado um plano estratégico de recuperação dos solos agricultáveis da região de Mariana, onde as barragens se romperam.
Os representantes da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
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