Inovação na indústria farmacêutica (IF) sobre o processo de detecção e desenvolvimento de novos medicamentos e medicamentos
Pesquisas Acadêmicas: Inovação na indústria farmacêutica (IF) sobre o processo de detecção e desenvolvimento de novos medicamentos e medicamentos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: luizmanzi17 • 26/10/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 7.478 Palavras (30 Páginas) • 559 Visualizações
Faculdades Objetivo
Curso: Farmácia
Alunos:
Trabalho de APS
Inovação em medicamentos
Resumo
O tema central do artigo é a inovação na indústria farmacêutica (IF), no que se refere ao processo de descoberta e desenvolvimento de novos fármacos e medicamentos, utilizando-se como referência a rota de síntese química. Apontam-se alguns fatores a serem considerados no planejamento estratégico, para que uma empresa possa estabelecer um portfólio de projetos e construir seu pipeline, de modo a garantir o aporte regular de produtos inovadores. Apresenta-se o Ciclo do Medicamento Inovador, descrevendo-se as funções da pesquisa e desenvolvimento (P&D) farmacêutica. Apresenta-se, também, o modelo “Design Racional de Drogas Medicinais” como um meio para acelerar os tempos para levar à comercialização um novo medicamento, e o estado-da-arte da P&D farmacêutica no Brasil; ou seja, o estágio tecnológico em que as empresas nacionais e laboratórios públicos produtores se encontram.
Apontam-se as políticas industriais implementadas para o setor e ressalta-se a importância de fomentar a inovação na IF no Brasil. A metodologia de pesquisa utilizada foi a revisão de literatura; baseando-se também em um estudo de caso de um laboratório público produtor, além de dados levantados em pesquisas recentes de outros autores sobre a inovação tecnológica em empresas farmacêuticas brasileiras.
Na atualidade, a inovação tecnológica tem sido reconhecida como o fator diferencial na competitividade entre empresas e países. A Indústria Farmacêutica (IF) é baseada em ciência e se destaca como sendo uma das mais lucrativas. Inovar é vital para a sobrevivência das empresas neste setor industrial. Contudo, é um processo extremamente complexo, longo e caro: leva-se de cinco a 12 anos para se trazer à comercialização um novo medicamento. A descoberta de novos princípios ativos para medicamentos tem ocorrido, na maioria das vezes, “por acaso” (serendipity). O desenho racional de drogas, na última década, vem sendo apontado por alguns autores como o mais eficaz para chegar às inovações e vem se consolidando como modelo para acelerar os tempos da pesquisa e do desenvolvimento de produtos, apesar do aumento das exigências e requisitos regulatórios por parte das agências governamentais.
O processo de inovação na indústria farmacêutica é que conforma a dinâmica competitiva do setor. Expressa-se através de diversas atividades e “funções” complexas, que interagem entre si, em um processo de idas e vindas simultâneas. A noção de que as atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) obedecem a uma seqüência linear, que vai desde a pesquisa básica à pesquisa aplicada; desta, ao desenvolvimento tecnológico; e deste, finalmente, ao produto de uso prático já não é a melhor descrição do que ocorre no processo de inovação no mundo real (SCHWARTZMAN, 2001). A literatura especializada, sobretudo sobre a experiência japonesa, sugere a existência de uma seqüência invertida (CORIAT, 2000), que tem início com atividades de busca de demanda (ouvindo o consumidor e avaliando o mercado), criando ajustes no sistema de produção e culminando no desenvolvimento de pesquisa básica e experimental, podendo resultar em inovação de produto, gerando novos aprendizados – traduzidos em domínio de competências para a criação de inovações mais complexas e oportunas.
As estratégias para inovar das grandes empresas têm mudado: não é mais a verticalização o padrão competitivo dominante.Terceirizam-se tanto as etapas da produção, como também são buscados ativos tecnológicos complementares, através de parcerias com outras empresas. Saber relacionar-se com outros agentes é uma competência essencial na obtenção de investimento, assim como para suprir os gaps de competências tecnológicas.
O artigo está assim organizado: no item 2, discute-se o que significa “inovar” na indústria farmacêutica e a diferença entre invenção e inovação. No item 3, apresentam-se os estágios tecnológicos (necessários a um país dominar para que um novo medicamento chegue a ser comercializado), a cadeia produtiva e a curva de valor na IF. No item 4, discutem-se alguns fatores a serem considerados para uma empresa desenvolver um planejamento estratégico factível e para que possa estabelecer um portfolio de projetos e construir seu pipeline, para garantir o aporte regular de produtos inovadores. No item 5, apresentam-se as funções da pesquisa e desenvolvimento (P&D) farmacêutica, através do Ciclo do medicamento inovador.
No item 6, analisa-se o modelo de design racional de drogas medicinais. No item 7, traça-se o estado-da-arte da P&D farmacêutica no Brasil (estágio tecnológico em que as empresas nacionais e laboratórios públicos produtores se encontram). Finalmente, à guisa de conclusão, no item 8, analisam-se as políticas industriais e enfatiza-se a necessidade do Brasil fomentar a inovação na IF.
A inovação na indústria farmacêutica
A inovação na IF possui características específicas e diferenciadas dos demais setores industriais. A P&D tem um peso específico na lucratividade do setor e são os medicamentos inovadores que trazem, de fato, novos mercados e lucros extraordinários. Assim, inovar constitui o principal fator de sobrevivência para as empresas industriais que operam no mercado. Os vencedores no mercado global têm sido as firmas que têm demonstrado ter uma resposta imediata, rápida e flexível em inovação de produtos, junto com a capacidade gerencial para efetivamente coordenar e reposicionar suas competências internas e externas.
Invenção e inovação: qual a diferença?
O conceito de inovação tecnológica está ligado à introdução de um novo produto ou novo processo industrial; e, sobretudo, à idéia de sua introdução no mercado, sem o que não há inovação. Tidd et al. (1997) trazem inúmeras explicações sobre as diferenças entre estes conceitos. Os autores enfatizam o fato de que, se uma invenção não
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