RESENHA SOBRE: Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca

RESENHA

1- Introdução e objetivo

O presente trabalho caracteriza-se por ser uma resenha de um artigo científico intitulado "Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca". Este artigo foi publicado na revista Jornal de Pediatria no ano de 2010, volume 86 e número 4, páginas 285-289, e tem a seguinte autoria: Maria das Graças Moura Lins, Márcia Raquel Horowitz, Giselia Alves Pontes da Silva, Maria Eugênia Farias Almeida Motta.

A introdução do artigo se inicia com a seguinte frase: "A prevalência da alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é descrita entre 2 e 8%". Esta afirmação, de certo modo, se apresenta incompleta, pois não discrimina a população em questão.

Em seguida, os autores argumentam que, devido aos diversos critérios diagnósticos e desenhos de estudo utilizados, e devido ao fato dos diagnósticos serem baseados, na maioria das vezes, nas manifestações clínicas (em geral, percepção dos pais), os resultados são conflitantes. E neste sentido, um método diagnóstico mais objetivo se torna necessário.

Adicionalmente, é discutido que a proteína do leite é a primeira a ser introduzida na alimentação de um organismo que ainda está em maturação do mecanismo de tolerância oral a proteínas heterólogas. Assim, é preciso considerar a possibilidade de outras doenças, como doença do refluxo gastroesofágico, diarréia infecciosa, alterações anatômicas e constipação orgânica.

Assim, os autores justificam o trabalho pela dificuldade no diagnóstico da alergia à proteína do leite de vaca (APLV), resultando em prejuízo para a nutrição das crianças na fase inicial de vida e para a qualidade de vida da família. E, o objetivo é descrito para verificar a prevalência de APLV em crianças com sintomas atribuídos à ingestão do leite de vaca.

2- Resenha

Os voluntários para a pesquisa foram triados no ambulatório de Gastroenterologia Pediátrica do Hospital das Clínicas (HC), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife (PE). Estes foram convidados a participar ao relatarem sintomas adversos relacionados à ingestão do leite de vaca pela criança, ou pela mãe em amamentação ainda consumindo leite de vaca e derivados.

Os autores relatam que os critérios de exclusão incluíam outras doenças do trato digestório, alergia a múltiplas proteínas, sintomas respiratórios ou dermatite atópica isolados, em uso de antialérgicos e prematuros de muito baixo peso. E, com relação a isto, não ficou claro como foram concluídos os diagnósticos destas doenças.

O teste de desencadeamento alimentar oral aberto, teste sugerido para realizar o diagnóstico de APLV, foi realizado em crianças e mães, quando ainda amamentando. Estas foram orientadas a seguir uma dieta de exclusão do leite de vaca e derivados durante 2 semanas, utilizando fórmula de proteína isolada de soja. Havendo resolução dos sintomas as crianças eram admitidas na enfermaria por 24 horas, para realização do teste de desencadeamento alimentar oral aberto da seguinte forma: No tempo zero era aplicado cerca de 2 mL de leite de vaca na pele do antebraço esquerdo. No tempo 15 minutos foi aplicado cerca de 2 mL de leite de vaca na região perioral. E a partir dos 30 minutos, a cada 15 minutos era ofertado o leite de vaca gradativamente até o aparecimento de sintomas.

O teste de desencadeamento foi suspenso sempre que o sintoma relatado pelo