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Religião: Evangélica Praticante

Por:   •  18/6/2018  •  Artigo  •  1.108 Palavras (5 Páginas)  •  324 Visualizações

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UFPE – medicina 4º período - M141 – 2018

Pedro Henrique Cabral Amorim

Yuri Piauilino do Nascimento

Dados do Paciente

Nome: M.N.S.

Idade: 54 anos (30/6/1963)

Escolaridade: Ensino fundamental incompleto (7º ano do colegial)

Profissão: Autônoma

Naturalidade: município de Rio formoso, Usina Cucaú (literalmente uma usina de cana de açúcar SIC)

Procedência: Já morou em diversas cidades por curtos espaços de tempo, todas na zona da mata

Residência: Cabo de Santo Agostinho

Estado civil: Casada há 35 anos

Etnia: Parda

Religião: Evangélica Praticante

QPD

Tosse por mais de 15 dias

HDA

Há 8 meses atrás (final de setembro 2017), paciente relata apresentou  um quadro de gripe com evolução, aumento de produção de coriza e espirros. Com o passar de poucos dias surgiram episódios de tosse que permaneceram presentes mesmo após término da gripe continuando por 15 dias. Houve a procura de atendimento médico e pouco depois da consulta começaram episódios de dispneia. Houve, dessa consulta, uma suspeita de pneumonia que resultou no seu encaminhamento para o Hospital Dom Helder Câmara, no Cabo de Santo Agostinho,  e internamento por 7 dias.

Dona Maria informou que desse internamento não obteve diagnóstico conclusivo, que então resultou na alta médica.  Em seguida houve um segundo internamento de 14 dias. Após uma bateria de exames sem diagnóstico definitivo,  a dispneia que apresentava teve aumento súbito de intensidade, a paciente, que estava no Hospital Dom Helder Câmara, foi então encaminhada ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco.

Com a saída dos exames que havia feito nesse período de pioras no quadro sintomatológico, após 30 dias, ocorreu o 3º internamento que então foi sugerido e feito uma  biópsia cirúrgica do parênquima pulmonar no Hospital das Clínicas. Dessa biópsia foi-se confirmado uma tumoração maligna (leia-se adenocarcinoma de  pulmão EC IV ) que seguiu então  para início do tratamento de quimioterapia e internação na Enfermaria de Oncologia, no 11º andar do HC-UFPE no dia (26/4/2018).

História da visita

Foi realizada a visita a fim de avaliar a relação dos pacientes com suas doenças e o ambiente hospitalar, levando em conta o perfil psicológico do paciente e o contexto da história por trás da doença, incluso seus aspectos sociais. Após coleta de dados perguntou-se a cerca das mudanças ocorridas em decorrência da instalação e diagnóstico da doença, a experiência de estadia no hospital, a experiência de enfrentamento da doença, as impressões relacionadas ao tratamento no hospital, as perspectivas do futuro e a relação com familiares, amigos e a sociedade em geral.

Dona Maria, como é importantíssimo relatar, é umas das filhas de muitos outros filhos, ela é oriunda de um engenho, próximo ao Município de Cabo de Santo Agostinho, no qual mora atualmente. Em analogia à literatura, poderíamos dizer que Dona Maria, em seu aspecto histórico, é , antes de tudo, uma forte. De origem humilde, sem privilégios, obviamente, e sem muitos recursos , foi à luta para conseguir o sustento da família, que nessa época eram sua mãe, pai e irmãos. Relata ainda instabilidade nas suas ocupações, quero dizer, não tinha emprego definitivo, que poderiam variar de vendedora de frutas, nas feiras pelas quais passou, ou mesmo trabalhando no engenho do qual residia à um sem-nome-de-profissões. Acostumara-se a exercer diversas funções, desde que conseguisse manter seus familiares com o pão nosso de cada dia. Em meio a histórias, por vezes confusas, ela nos refere a perda de um filho quando mais moça (a forma, tonalidade e palavras com que isso foi dito, evidenciou-se que ela carrega esse trauma, ou, no mínimo, se recorda com grande pesar ).

A conversa com Dona Maria mostrou-se proveitosa em termos de conhecimento de mundo, suas vivências quando jovem eram exaltadas constantemente pela forma com que ela falava. Há resquícios de saudosismo, de saudades do passado distante, no qual estava bastante saudável , viva, e consciente de si mesma. No entanto, mesmo diante desse fato, dona Maria em certos momentos aparentava abatida. Ciente do quadro que se encontrava, como ela própria se referia debilidade, afinal de contas a doença em si já a afirmava a sua inapetência para atividades rotineiras, ou seja, o adenocarcinoma impunha a ela um quadro de dispneia muito grande,  mesmo em descanso, quero dizer, parada , não conseguia manter um padrão respiratório tido como normal pela maioria da população.  Restrita por sua doença, ela passa o dia no quarto assistindo programas de televisão ou sentada numa cadeira, em frente ao seu quarto, a observar do corredor a rotina dos médicos, enfermeiros e outros pacientes “gosto de observar a vida que segue lá fora” foi dito por ela. Mesmo que o “lá fora” ao qual ela se referia, era apenas o corredor do Hospital e, curiosamente, descobrir-mos, a posteriori, que ela tem uma visão ruim, quero dizer, deficitária. Com uma máquinazinha que a ajudava a respirar, não sei dizer ao certo o que seria aquilo, mas a ajudava a falar conosco e respirar normalmente, ela, no momento da nossa visita estava acompanhada da prima. Referiu ter visitas de amigos da igreja.   M.N.S. se mostrou com boas perspectivas, quando foi arguida sobre seu animo frente à enfermidade respondeu positivamente, com uma confiança de que doenças são curáveis se os tratamentos forem realizados adequadamente e tudo ocorrer de acordo com a vontade de Deus. (Deus, nesse sentido, assim como a religião, se mostrou um grande pilar para Dona Maria enfrentar o Câncer. Se tornou um hábito comum para ela ler a bíblia, consultar a palavra divina, trazer reconforto para seu corpo. Deus, nesse ponto, preenche lacunas. É o que acreditamos. E foi o que percebemos quando a paciente falava da sua relação com aspectos mais metafísicos na entrevista ) .  Quando perguntada sobre a descrição de seu processo de evolução da doença chegou a incluir episódios de dispneia a pequenos esforços, como falar ou tomar banho, e levou-a a utilizar oxigênio, porém no exato momento da entrevista ela já parecia melhor, mesmo ainda utilizando oxigênio, e descrevia também se sentir de tal modo. Submetida a quimioterapia somado ao fato de alimentar esperanças no plano divino, M.N.S estava com melhora substancial do seu quadro clínico quando comparado ao  quadro de início do tratamento .

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