Toxicologia Ocupacional
Por: Josiane Lima • 6/2/2017 • Trabalho acadêmico • 3.887 Palavras (16 Páginas) • 491 Visualizações
AVALIAÇÃO DE ÁCIDO HIPÚRICO COMO BIOMARCADOR DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL EM TRABALHADORES DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS
Gracieli Lorenzetti Grendele[pic 1]
Discente do Curso de Farmácia da Fundação Uni- versidade do Contestado - UnC-Concórdia. E-mail: graci_lorenzetti@hotmail.com
Mário Lettieri Teixeira[pic 2]
Farmacêutico graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS; Mestre em Biolo- gia Celular e Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS; Docente titular da Fundação Universidade do Contestado - UnC-Con- córdia; Docente do Curso de Farmácia no Centro de Ciências da Saúde da Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ. E-mail: mario.lettieri@terra.com.br
RESUMO: Um dos combustíveis mais comercializados é a gasolina, que con- siste em uma mistura de hidrocarbonetos derivados do petróleo. Os hidro- carbonetos aromáticos, como o benzeno, tolueno e xileno estão presentes na composição da gasolina. O ácido hipúrico é considerado um marcador de exposição ocupacional para o tolueno. Desta forma, o objetivo deste tra- balho foi de avaliar a exposição de trabalhadores de postos de combustíveis por meio da dosagem na urina de ácido hipúrico. O presente estudo foi re- alizado no município de Concórdia (Santa Catarina), no período de maio a junho/2009, com trabalhadores de postos de combustíveis. Foram esco- lhidos 10 (dez) postos de combustíveis, as amostras foram constituídas por
30 (trinta) trabalhadores, 2 (dois) envolvidos diretamente com as bombas de combustíveis e 1 (um) trabalhador que não mantinha contato direto (escri- tório), totalizando 30 (trinta) amostras. As amostras foram coletadas ao final da jornada de trabalho da semana, depois de quatro horas de exposição. A dosagem de creatinina e ácido hipúrico foram realizadas em um laboratório particular com metodologia recomendada pela Norma Regulamentadora n.
7, do Ministério do Trabalho. Dos trabalhadores avaliados, 73,3 % foram do sexo masculino, 34 % de faixa etária de 21 a 30 anos, e com tempo de trabalho inferior a 1 (um) ano para 40 % dos entrevistados. Apenas 1 (um) funcionário apresentou um valor de ácido hipúrico superior ao preconizado pela legislação. Entre os trabalhadores expostos ao tolueno, verificou-se que apenas um trabalhador apresentou associação entre o tempo de exposição e a intoxicação. Os demais analisados não apresentaram qualquer indício de exposição ocupacional.
PALAVRAS-CHAVE: Saúde dos trabalhadores; Biomarcadores farmacológi- cos; Bombas de gasolina.
HIPPURIC ACID ASSESSMENT AS AN OCCUPATIONAL EXPOSURE BIOMARK- ER IN WORKERS OF GAS STATIONS
ABSTRACT: One of the more marketed fuels is the gasoline, that consists of a mixture of derived petroleum hydrocarbon. The hydrocarbons aromatics, as the benzene, toluene and xylene are present in the composition of the gaso- line. The hippuric acid is considered a marker of occupational exposure for the toluene. This way, the objective of this work was to evaluate the workers' exposure in the gas station through the urine dosage of hippuric acid. The present study was accomplished in the municipal district of Concordia (Santa Catarina), in the period of May to June, 2009, with gas station workers. They were chosen 10 gas station, the samples were constituted by 30 workers, 2 involved directly with the filling station and 1 worker that didn't maintain direct contact (office), totaling 30 samples. The samples were collected at the end of the week work day, after four hours of exposure. The creatinine dosage and hippuric acid were accomplished at a private laboratory with methodol- ogy recommended by Regulatory Norm number 7 of the Labor Department. From the appraised workers, 73.3% were male, 34% of age group from 21 to[pic 3]
30 years old, and with less time of work to 1 year for 40% of the interviewees. Only 1 employee presented a value of hippuric acid high to the extolled by the legislation. Among the exposed workers to the toluene, it was verified that just a worker presented association between the time of exposure and the intoxication. The others analyzed they didn't present any indication of occupational exhibition.
KEYWORDS: Occupational health; Pharmacological biomarkers; Gas pump.
INTRODUÇÃO
A saúde do trabalhador representa importante área da Saúde Pública que visa identificar, descrever e analisar as relações entre o trabalho e a saúde, com o objetivo de intervenção com medidas de prevenção nos níveis primário, secundário e terciário, da história natural das doenças ocupacionais (BRASIL, 2001; AZAMBUJA; MENDES, 2003).
A toxicologia ocupacional é a área de toxicologia que se ocupa do estudo das ações dos efeitos tóxicos, sobre o organismo humano, das substâncias químicas utilizadas ou produzidas em processos industriais. O conhecimento da probabilidade da substância determinar um efeito adverso no ser humano e no ambiente (risco) ou não (segurança), é fundamental para o estabelecimento de uma política racional de proteção da sociedade (SCHWARTZMAN, 2001). Na prática, isto implica em conhecer os processos produtivos, os agentes presentes no ambiente de trabalho, sua toxicidade, seus efeitos à saúde, a forma de exposição do trabalhador ao agente e na definição de níveis de exposição permitidos no ambiente de trabalho. Estes níveis podem ser expressos em concentrações atmosféricas permitidas ou em níveis biológicos permitidos para o agente ou seus metabólitos (LACAZ, 2002).
Os biomarcadores de exposição são o próprio agente químico ou seu metabólito, dosados no sangue, na urina, ou em outro material biológico. Este parâmetro pode refletir a quantidade da substância absorvida, armazenada em um ou mais compartimentos do organismo, ou presente no sítio alvo, quando este pode ser acessado, mas pouca ou nenhuma informação sobre seu significado biológico. Já os biomarcadores de efeito medem os efeitos do agente tóxico, como, o ácido hipúrico, em resposta à exposição ao tolueno (HEINRICK-RAMM et al., 2000; CAPELA; SILVA, 2001; COUTO; SIQUEIRA; LEITE, 2002).
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL,
2008), sobre segurança e medicina do trabalho, a aplicação desta norma considera Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. E entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual todo aquele por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
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