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Atividade de Campo - Observação da interação humanística entre fisioterapeuta-paciente

Por:   •  3/2/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.728 Palavras (7 Páginas)  •  620 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB

DEPARTAMENTO DE SAÚDE - DS

CURSO DE FISIOTERAPIA

 DISCENTES: Filipe Menezes do Amaral
                              Fernanda Oliveira Santos


ATIVIDADE DE CAMPO
Observação da interação humanística entre fisioterapeuta-paciente

Introdução
No dia 13 de julho de 2016 foi realizada uma visita a Clinica Escola de Fisioterapia (CEF) em cumprimento ao cronograma da disciplina de Psicologia Aplicada a Saúde, ministrada pela docente Jussara Midlej aos discentes do I semestre do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Durante a visita, foram observados dois casos, de dois setores (Neurofuncional e Pediátrico) com o objetivo de obter uma perspectiva da atuação humanística do profissional fisioterapeuta, por graduandos do 9º semestre. Vários aspectos foram observados como a estrutura da clínica, os recursos utilizados durante esse atendimento e os seus planos de ação para cada caso, as patologias e particularidades de cada atendido, mas principalmente a relação Fisioterapeuta-Paciente. A visita foi elementar para a nossa formação, atribuindo a compreensão da atuação do fisioterapeuta, sua importância em vários estados da saúde, a necessidade da humanização nos procedimentos e seus impactos, quando não se faz presente.

Humanização: aspectos gerais

A humanização do atendimento em saúde é relevante uma vez que a constituição de um atendimento fundado em princípios como integralidade, equidade e participação social, precisa da revisão das práticas cotidianas, com o foco na expansão de locais menos alienantes que valorizem a dignidade do paciente e sua saúde. Buscar formas efetivas para humanizar a prática em saúde implica em aproximação crítica que permita compreender além de componentes técnicos, instrumentais, mas essencialmente, as suas dimensões psicossociais que caracterizam o atendido.

Aspectos considerados "desumanizantes" estão relacionados a falhas no atendimento, nas condições de trabalho, no relacionamento fisioterapeuta-paciente e principalmente na mecanização do atendimento técnico.

Interação entre o paciente e a equipe profissional

É importante ressaltar que falar sobre o paciente e o profissional da saúde, se faz necessário à reflexão sobre o papel e o lugar que cada um ocupa neste processo. A fisioterapia, e a psicologia neste contexto, tem como função a cooperação na atuação humanística, preocupada com a individualidade do paciente, frente à realidade de vida apresentada pelos mesmos.


Ainda assim, muitas vezes para os profissionais da saúde tratar o paciente acaba se tornando uma rotina, pois sua profissão lhes permite familiarizar-se com a condição de saúde ruim, preocupando-se apenas com a queixa física, sendo que as expectativas e as emoções acabam por não serem consideradas como aspectos importantes para o sucesso do tratamento. Há, nesse sentido, dificuldade por parte desses profissionais ao lidar com temas não relacionados à sua formação específica, o que os levam a substituir o indivíduo pelos aspectos puramente técnicos, transformando a interação profissional-paciente em uma experiência tecnicista, perdendo a complexidade e o potencial dessa relação. Entretanto, ao contrário dessa percepção que alguns profissionais apresentam em relação ao período de reabilitação, o paciente tende a uma visão diferenciada do processo, uma vez que para ele a doença não se apresenta como um fato corriqueiro, manifestações conhecidas ou soluções previsíveis, mas como uma ameaça a sua integridade física, psíquica e social (Canto & Simão, 2009).                          

Dessa forma o profissional fisioterapeuta deve agir como facilitador, proporcionando autonomia e a reorganização da vida do paciente e de suas relações sociais, pois, mesmo que essas pessoas apresentem limitações frente aos comprometimentos de saúde é possível desenvolver habilidades e potencialidades, possibilitando a minimização da vulnerabilidade e ampliação dos vínculos afetivos. O próprio paciente, quando se encontra envolvido no processo de reabilitação por meio das relações afetivas, desenvolve por si mesmo a autonomia necessária para se tornar independente dos cuidados dos profissionais e familiares. Além disso, a equipe de saúde juntamente com os pacientes, pode construir novas relações, possibilitando assim, a reorganização da vida frente às condições de saúde, por meio da comunicação, do acolhimento, da escuta e de atividades criativas, estabelecendo novas
relações sociais.

Metodologia
Foi realizada uma observação cuja principal proposta é compreensão a cerca das relações humanísticas entre fisioterapeuta-paciente. “Há uma busca pela compreensão individual, pela apreensão do sentido da vida humana como um todo, rompendo com a distinção entre sujeito e objeto de estudo, uma vez que ambos compartilham das mesmas características por meio da intencionalidade” (Freitas, 2007).


Para tanto foram realizadas observações críticas, havendo a nossa participação dos observadores como dos observados. A nós coube refletir sobre as respostas faladas do profissional, expressando a experiência do mesmo, ainda que grande parte das ideias finais foram tidas da ação não questionada, durante os exercícios fisioterapêuticos.


O primeiro momento que tido foi de fato a observação do processo clínico. Tivemos a oportunidade de olhar afundo dois atendimentos, procedidos por profissionais diferentes em uma clínica muito bem ambientada. Participaram da observação o paciente Gabriel (acompanhado de sua mãe) e Lúcia (acompanhada de sua filha), e os dois estagiários, graduandos do curso de fisioterapia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).  


Lúcia tem 36 anos e sofre das sequelas de um tumor no cérebro e no intestino. Já foi internada por suspeita de AVC depois da segunda cirurgia. Apresenta uma grande independência nos afazeres do dia-a-dia, e certa dependência para banho e locomoção. Seu problema está ligado as dores e o desconforto ao dormir, muitas vezes impossibilitando a atividade.      

Gabriel tem 1 ano e alguns meses, sofre de uma síndrome, não sinalizada na entrevista, caracterizada pela ausência de movimentos no corpo. Gabriel utiliza sonda para algumas atividades fisiológicas e não tem mobilidade de uma criança da sua idade. Ação fisioterapêutica nele visa o fortalecimento estrutural e a geração de firmeza corpórea.

Para a análise das ações fisioterapêuticas foram considerados três pontos; A prática da humanização durante os procedimentos prestados pelo profissional fisioterapeuta, a empatia quanto a dor e os limites do paciente, e as respostas quanto as ações do profissional atendente. Cabe ressaltar que todos os nomes abordados são fictícios, considerando o sigilo ético.

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