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Fisioterapia respiratória nas doenças pulmonares obstrutivas crônicas

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Por:   •  31/5/2014  •  Relatório de pesquisa  •  2.500 Palavras (10 Páginas)  •  624 Visualizações

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FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NAS DOENÇAS PULMONARES OBSTRUTIVAS CRÔNICAS

Kênia M. da Silva

Adalgisa I. M. Bromerschenckel

Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciências Médicas. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

E-mail: kenia.msilva@gmail.com

Resumo

A Organização Mundial de Saúde infere que as doenças obstrutivas pulmonares apresentam um alto índice de mortalidade devido às alterações ventilatórias decorrentes desta condição. O prejuízo da funcionalidade é demonstrado na redução das atividades físicas, que repercutem nas atividades da vida diária, assim como nas internações por agravamento do quadro respiratório. A fisioterapia pulmonar tem sido bem-estabelecida e, cada vez mais, recomendada aos pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Os elementos-chaves para o tratamento incluem uma abordagem multidisciplinar, sendo que os pacientes que mais procuram atendimento fisioterápico são os que apresentam sintomas respiratórios. A intervenção da fisioterapia respiratória deve ser precoce, pois isto minimiza os efeitos deletérios da obstrução brônquica, promovendo melhora da ventilação pulmonar e da funcionalidade do paciente, beneficiando também sua qualidade de vida. Nos programas de fisioterapia em pacientes com DPOC, a duração da reabilitação pulmonar, as estratégias de manutenção pós-reabilitação, a intensidade de treino de exercício aeróbico, o treinamento muscular inspiratório, as orientações comportamentais e o apoio psicológico fazem parte de um conjunto de atenções necessárias ao sucesso terapêutico no qual o fisioterapeuta participa diretamente. O objetivo deste trabalho, com base na revisão de literatura, é demonstrar a intervenção da fisioterapia respiratória nas alterações patológicas da obstrução brônquica e os resultados benéficos na função pulmonar.

Descritores: Doença pulmonar obstrutiva; Modalidades de fisioterapia; Ventilação pulmonar.

Abstract

World Health Organization state that obstructive pulmonary diseases exhibit a high rate of mortality due to changes in ventilatory arising out of this disease. The loss of functionality is demonstrated in the reduction of physical activities that have an impact on activities of daily living, as well as on hospitalizations by worsening respiratory symptoms. Pulmonary physical therapy has been well established and increasingly recommended in patients with chronic obstructive pulmonary disease (COPD). The key elements to the treatment include a multidisciplinary approach. In general, patients seek physical therapy care when have respiratory symptoms. Respiratory physical therapy intervention must be early, as it will minimize the deleterious effects of bronchial obstruction, promoting improvement of pulmonary ventilation and patient's functionality, improving their quality of life. In COPD patients, physical therapy programs are crucial, such as: pulmonary rehabilitation duration, orientations of maintenance therapy, management of exacerbations, training intensity of aerobic exercise, the inspiratory muscle training, behavioral guidelines and psychological support are part of a set of necessary attention to the therapeutic success. On the basis of the literature review, the aim of this article was to demonstrate the intervention of respiratory physiotherapy in pathological changes of bronchial obstruction and the beneficial results on pulmonary function.

Keywords: Pulmonary disease, chronic obstructive; Physical therapy modalities; Pulmonary ventilation.

INTRODUÇÃO

As doenças obstrutivas pulmonares podem ser agudas ou crônicas. As doenças obstrutivas agudas, ao serem tratadas, não evoluem para alterações perniciosas e o paciente retorna a sua funcionalidade integral, sem prejuízo recorrente na qualidade de vida. As doenças obstrutivas pulmonares crônicas vêm apresentando alto índice de óbito de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS)1 e, ainda segundo esta agência de saúde, as alterações das vias aéreas no decorrer do tempo mostram um maior nível de gravidade, refletindo na redução da atividade física, que interfere nas atividades da vida diária e no número de internações decorrentes do agravamento do quadro sintomatológico.2

As doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC) acometem homens e mulheres, sendo menor a prevalência em mulhres. Segundo o estudo de Lokke et al.,2 a DPOC não têm relação direta com o gênero mas, sim, com fatores como a idade e o tabagismo. Ainda segundo o autor, a doença ultrapassa o sistema pulmonar, expandindo-se com repercussões orgânicas, sendo analisada como uma condição sistêmica. A prescrição e o acompanhamento dos pacientes portadores de DPOC pela fisioterapia respiratória é, portanto, importante para reduzir o impacto das repercussões sistêmicas.1,3

A limitação crônica do fluxo expiratório da DPOC, normalmente relacionada aos sintomas de aumento da produção de muco, dispneia e tosse, é uma avaliação importante para caracterizar a gravidade da doença e direcionar a escolha do tratamento.

No que diz respeito aos sintomas, foi publicado um estudo de coorte estável, em 20114, no qual 298 pacientes responderam a um questionário sobre qual sintoma os levou a buscar atendimento médico. O resultado indicou que a dispneia prevalece, seguida da tosse seca e com expectoração.

O diagnóstico e a gravidade da DPOC são definidos a partir dos parâmetros de função pulmonar, de acordo com as orientações da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Apesar das caracterizações clínicas estarem estabelecidas, ainda é necessário um maior conhecimento dos vários estágios da doença.3-5

As doenças obstrutivas agudas ou crônicas apresentam alterações patológicas que impedem/limitam o fluxo aéreo de forma leve, moderada ou grave. Podem estar relacionadas com: a) estreitamento das vias aéreas por broncoespasmo (contração da musculatura lisa) e inflamação e edema da mucosa (bronquite); b) presença de material intrabrônquico, como secreções e tumores; c) compressão extrínseca (tumores), alterando a função pulmonar do paciente.6

Para caracterizar as alterações patológicas do sistema respiratório, vale ressaltar as suas funções fisiológicas. O aparelho respiratório, isento de doenças, apresenta

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