O PROJETO FISIOTERAPIA ESPORTIVA

Fisioterapia Desportiva aplicada ao Futebol        [pic 1]

        

1. Apresentação e Justificativa

Atualmente a cidade de Vitória da Conquista vem apresentando um crescimento expressivo nos aspectos econômico, social, cultural e esportivo. Em agosto de 2010 a revista VEJA destacou a cidade como o sétimo município que mais cresce em todo país. Além da indústria, comércio e da construção civil, que estão em plena ascensão, é notório também, que Vitória da Conquista apresenta um crescimento significativo na área do desporto. O futebol é uma das modalidades esportivas mais praticadas na cidade e, agora conta com dois times na primeira divisão do campeonato baiano de futebol.  

Esse é um esporte de contato físico muito intenso constituído de movimentos curtos, rápidos e descontínuos que provocam inúmeras adaptações orgânicas. Entretanto, os movimentos de aceleração, desaceleração, mudanças de direção, saltos e pivoteamentos exigem muito do sistema osteomioarticular podendo provocar traumas mecânicos comprometendo a disponibilidade física do atleta aos treinamentos e aos jogos. Além do desgaste no aparelho músculo – esquelético, ocorre também uma sobrecarga cardiorrespiratória que se não tratada diminui drasticamente o desempenho do jogador.

A viabilidade da inserção da fisioterapia no Clube consiste em minimizar os danos diretos e indiretos provocados pelas lesões desportivas. Do ponto de vista econômico algumas dessas lesões necessitam de cuidados médicos intensos, algumas vezes por períodos variáveis de internação. Isso pode resultar em afastamento do atleta das suas atividades de treino e competição, além dos altos custos para o clube ou empresa gestora.

Nesse contexto, a fisioterapia torna-se essencial na composição da equipe médica, pois além de tratar e reabilitar o atleta lesionado, também adota medidas preventivas a fim de reduzir as ocorrências de lesão. A fisioterapia age preventivamente instituindo um programa de alongamento e flexibilidade, treinos de estabilidade e equilíbrio, treinamento muscular respiratório e condicionamento ventilatório.  No processo de reabilitação, a fisioterapia diminui o tempo de recuperação através da aplicação de recursos analgésicos e pré – cinéticos evoluindo para mobilizações articulares, exercícios ativos e ativos/resistidos, treinos de propriocepção, e posteriormente para trabalhos de condicionamento aeróbico e anaeróbico.

1. Objetivo

O objetivo do projeto consiste em prestar uma assistência fisioterapêutica, da prevenção à reabilitação, aos atletas amadores e profissionais do Esporte Clube Serrano.

1. Objetivos específicos

• Determinar os fatores de risco potencialmente lesivos ao atleta.
• Prevenir a ocorrência de lesão músculo – esquelética através da análise dos fatores de risco.
• Avaliar os sistemas cárdio – respiratório e osteomioarticular para obtenção dos dados funcionais dos atletas.
• Instituir um programa de condicionamento ventilatório aos jogadores.
• Promover palestras educativas aos atletas.
• Otimizar o desempenho dos jogadores através de um programa de condicionamento cárdio – respiratório.

1. Fisioterapia Desportiva

A Fisioterapia Desportiva é um componente da Medicina do Esporte que visa recuperar, sanar ou prevenir lesões provenientes da prática esportiva. Consiste na aplicação de métodos intensivos que promovam um retorno mais rápido do atleta às suas atividades após uma lesão. Através de uma avaliação cinética – funcional individualizada, o fisioterapeuta pode colaborar com o treinamento orientando os indivíduos e respectivos treinadores quanto aos possíveis desequilíbrios musculares presentes e o desempenho biomecânico do esporte em questão. Frank e Keller  et  al  afirmam  que  o  futebol  é  responsável  pelo maior  número  de  lesões  desportivas  do mundo. Estima-se que essas lesões são responsáveis por 50 a 60% das lesões esportivas no Brasil e que 3,5 a

10% dos traumas físicos tratados em hospitais são causados pelo futebol. Ainda segundo o autor, as principais lesões provenientes do futebol são: distensão, contusão, tendinites, lesões ligamentares, entorses, luxações e subluxações, fraturas, calos, bolhas e abrasões. Todas essas lesões inviabilizam o treinamento e conseqüentemente compromete o desempenho do jogador. Atuando na fase aguda da lesão a fisioterapia diminui os efeitos deletérios do processo inflamatório evitando dessa forma a dor, o edema e os espasmos musculares protetores. Posteriormente, já em uma fase subaguda, exercícios isométricos e mobilizações são encorajados e sempre em associação com a termoeletroterapia. Quando a dor estiver sido abolida ou minimizada é iniciado a fase de treinamento de força, resistência e propriocepção e retorno à prática com bola.

Mas se o atleta não possui nenhum componente patológico, a fisioterapia pode intervir preparando o aparelho locomotor e cárdio – respiratório para superar os limites impostos pelos fatores de risco. Para isso exercícios de alongamento passivo e ativo associado à termoterapia e/ou eletroterapia pode mser desenvolvidos, por exemplo, antes de iniciar os treinamentos. Aulas de Mat Pilates ou exercícios na Bola ajudam a desenvolver estabilidade de tronco, melhorando a postura e o equilíbrio, além de ser uma excelente atividade para ganho de força muscular.

A fisioterapia aplicada ao futebol vem se desenvolvendo rapidamente devido às inúmeras inovações tecnológicas e comprovações cientificas. Um estudo realizado na Europa em 2010 comprovou a importância do condicionamento ventilatório em atletas de elite. Essa terapia consiste em melhorar a disponibilidade de oxigênio para o organismo, através de exercícios respiratórios ativos/resistidos, contribuindo para a regulação do pH sanguíneo, otimização da função cardíaca e relaxamento.

1. O Programa

O programa de fisioterapia baseia-se na implementação de medidas focadas na prevenção e reabilitação de lesões provocadas pelo futebol.  Os métodos e técnicas utilizados nesse contexto necessitam de adesão do treinador e jogadores.

Existem inúmeras terapias que podem ser utilizadas na reabilitação de atletas de futebol. Abaixo seguem algumas dessas terapias com uma breve explicação em cada uma delas.

5.1 Terapias

• Exercícios de alongamento e flexibilidade: São manobras terapêuticas elaboradas para aumentar o comprimento de estruturas de tecidos moles patologicamente encurtadas e desse modo aumentar a amplitude de movimento. Também exercem importante papel na redução das aderências cicatriciais internas.
• Exercícios ativos e ativos/resistidos: tem como objetivo eliminar o acúmulo de metabólicos e melhorar a circulação local, auxiliando no aumento da amplitude de movimento e estabelecendo a função muscular rítmica e coordenada. É indicado quando a mialgia não é a causa predominante. Quando utilizados em repetição, ajudam a estabelecer a função muscular rítmica e coordenada. O fisioterapeuta deve dar o comando verbal e o paciente realizar o exercício solicitado sempre contraindo e relaxando voluntariamente os músculos.
• Mobilização articular: É uma técnica usada para tratar disfunções articulares como rigidez, hipomobilidade articular reversível ou dor. O fisioterapeuta realiza movimentos passivos de baixa velocidade. Eles podem ser estáticos ou oscilatórios e concentram-se na articulação.
• Treino de propriocepção: A propriocepção é um procedimento fisioterapêutico do quais pessoas portadoras de patologias traumato-ortopédicas se utilizam para a recuperação de lesões e também como profilaxia. O procedimento proprioceptivo é extremamente importante, pois eles bem ativados e potencializados de forma eficiente podem melhorar muito o sistema de proteção osteomioarticular, além de melhorar o equilíbrio, ajudando na prevenção ou recuperação de  traumas ortopédicos.
• Cinesioterapia: A cinesioterapia nada mais é que o exercício terapêutico; a terapia através do movimento do paciente. Este movimento pode ser ativo assistido ou ativo livre, passivo, resistido ou uma combinação entre eles. O somatório destes busca sempre: o aumento das amplitudes de movimento e o fortalecimento muscular. O exercício é, provavelmente, a modalidade terapêutica mais usada no campo da reabilitação, prescrito no tratamento da maioria das patologias.
• Crioterapia: A crioterapia é o uso do frio com fins terapêuticos. Usado desde a antiguidade tem como principais ações: redução de dor e espasmos musculares, redução de espasticidade, controle de edema, vasoconstrição.
• Eletroterapia: eletroterapia consiste na utilização de corrente elétrica com finalidades terapêuticas. Para uso clínico, pode ser didaticamente dividida em correntes analgésicas e excitomotoras.
• Drenagem manual: O edema pós-lesão é o principal causador da dor local. Além disto, a presença dele impossibilita várias manobras de reabilitação. Por isto considero de suma importância, previamente ao tratamento, a drenagem manual local do membro acometido, caso este apresente edema.
• Pompagem: É um trabalho miotensivo com mobilização somada ao deslizamento das fáscias do tecido conjuntivo, que tem como objetivo o relaxamento muscular, melhora na nutrição circulatória dos tecidos moles e articulações, quebra de contraturas/encurtamentos/retrações e restauração do formato ou comprimento normal das estruturas miotendíneas.
• Termoterapia: São propriedades do calor sobre os tecidos do corpo humano: vasodilatação, aumento da extensibilidade de partes moles, relaxamento muscular, analgesia e redução da rigidez articular. Ele pode ser produzido através de compressas quentes, ultra-som, ondas-curtas, imersão em líquidos quentes.
• Desativação de pontos gatilho: Manobra realizada sobre pontos dolorosos específicos dos tecidos moles onde o fisioterapeuta exerce pressão manual com objetivo de aumentar o aporte sanguíneo profundo e, conseqüentemente, promover o relaxamento muscular.
• Massagem e Quick – Massage: Técnica que tem como objetivos: Aumento da circulação sangüínea e linfática, aumento do fluxo de nutrientes, reabsorção de acúmulos metabólicos, estimulação do processo de cicatrização, alívio da dor, aumento da amplitude de movimento, facilitação das atividades musculares, tonifica os órgãos internos, aumenta a sensação geral de energia, relaxamento físico, alívio da ansiedade/tensão (estresse), favorece condições da calmaria psíquica, estimulação da atividade física, sensação geral de bem-estar.
• Treinamento muscular respiratório: Consiste em promover um ganho de resistência e força da musculatura respiratória, uma vez que, o atleta do futebol depende essencialmente de uma oferta de oxigênio suficiente para manter os níveis de atividade ao máximo. Para a realização das técnicas utiliza-se aparelhos individuais com resistência à fluxo, a volume ou pressão.
• Condicionamento Ventilatório: São técnicas especificas para aumentar os volumes e capacidades respiratórias. Pode ser realizada em associação com os exercícios pliométricos, durante as atividades anaeróbicas ou juntamente com o Treinamento Muscular Respiratório – TMR. Visa melhorar principalmente a capacidade residual funcional, o volume minuto e a capacidade vital.

1. Recursos

ELETROTERAPIA	CINESIOTERAPIA	TERMOTERAPIA	TMR	C. VENTILATÓRIO
Tens/Fes Burst de 4 Canais	Balancim	Infra - vermelho	Threshold	Respiron a fluxo (individual)
Interferencial de 4 canais	Cama elástica	Ultra – som de 1 e 3 MHZ	EPAP	Voldaine (individual)
Corrente Russa	Tornozeleiras de 0,5, 1 e 2 Kg	Bolsa gel e bolsa d’água	Manovacuômetro
Gel condutor	Maca
Eletrodos auto – adesivos (individual)	Rolo e cunha
	Faixas elásticas

  Serrano Esporte Clube