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RELATÓRIO DE PRÁTICAS ACADÊMICAS COMPLEMENTARES ETIOLOGIA, SEMIOLOGIA E TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA OSTEOPOROSE

Por:   •  30/8/2018  •  Relatório de pesquisa  •  2.521 Palavras (11 Páginas)  •  539 Visualizações

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        CENTRO UNIVERSITÁRIO AGES

COLEGIADO DE FISIOTERAPIA

RELATÓRIO DE PRÁTICAS ACADÊMICAS COMPLEMENTARES

ETIOLOGIA, SEMIOLOGIA E TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA OSTEOPOROSE

Atividade apresentada à disciplina de Fisioterapia Reumatofuncional, como pré-requisito para consolidação das práticas acadêmicas complementares.

GILVAN DINO ARAUJO NETO

Paripiranga

2018

        A atividade em questão foi realizada no PSF José Alves dos Santos, no município de Euclides da Cunha, Bahia. O fisioterapeuta responsável pelo caso foi Uilson Gelsen Sena da Silva e a paciente foi a senhora Iraci Alexandrina Lima. A paciente possui 78 anos de idade, sua data de nascimento foi dia 02/08/1939, já teve duas tromboses, uma ocorreu há 8 anos e outra há 3 anos, atualmente é dona de casa e tem como exame complementar a densitometria óssea, realizada no dia 25 de setembro de 2017 e seu diagnóstico clínico é de osteoporose lombar e osteopenia no quadril. A paciente iniciou o tratamento realizando apenas analgesia nas primeiras três semanas, foram utilizados ultrassom em modo contínuo com 1mHz, intensidade média de 1.2w/cm² por 3 minutos, uso de TENS em modo convencional, com frequência de 50Hz, largura de pulso 100µs e tempo de 15 minutos, e por fim, a mesma fazia uso de gelo por 20 minutos. Seu tratamento dura em média 40 minutos. Após a fase de analgesia, o fisioterapeuta, além de fazer uso de TENS e ultrassom nos mesmos parâmetros, realizou série de willians com a paciente em decúbito dorsal no tatame com o auxilio de um theraband de cor roxa, orientava a idosa a passar 10 minutos na bicicleta ergométrica e por fim, a senhora realizava exercícios para membros inferiores com o auxílio de caneleiras, os exercícios visavam fortalecimento de quadríceps, glúteo e isquitibiais.                                
        O diagnóstico cinético funcional da paciente será realizado através das suas queixas, das suas limitações, e do seu grau de funcionalidade. Dona Iraci relata sentir fortes dores na região torácica, aborda realizar quase todas as atividades de vida diária, entretanto, tem dificuldade para abaixar quando necessita pegar algo em lugares baixos e tem marcha claudicante, ou seja, algia em região torácica, com limitação da amplitude de movimento e funcionalidade de membros inferiores. Diante dessas informações e da anamnese/exame físico colhidos pelo fisioterapeuta responsável, o diagnóstico cinético será: promover analgesia da região torácica, promover ganho de amplitude na coluna vertebral e promover ganho de função em membros inferiores.        
        Após a realização das visitas aos locais do atendimento fisioterapêutico, é proposto que seja feito um protocolo para o paciente caso nós fossemos o fisioterapeuta responsável pelo caso, diante disso, segue o plano de tratamento de acordo os conhecimentos adquiridos da patologia e os achados científicos sobre osteoporose.                 Segundo Andrade (2015), o esqueleto humano é composto por 206 ossos, esses ossos são constituídos de vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, matriz óssea e pelas células, que são os osteócitos, osteoblastos e osteoclastos, estas tem a missão de remodelar o osso. A homeostasia mineral é mantida pelo processo de remodelação óssea, onde o esqueleto é destruído e reconstruído frequentemente, quando ocorre um desequilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea, pode haver o surgimento de algumas doenças, a osteoporose, por exemplo, acontece devido ao aumento dessa reabsorção.         
        Costa; et all (2016) aborda que a osteoporose é uma doença osteometabólica que se caracteriza pela diminuição da densidade mineral óssea, associada ao aumento da microarquitetura do osso, o que provoca uma maior fragilidade do esqueleto, aumentando os riscos de fratura. Num estudo recente, foi constatado que no Brasil há uma prevalência de osteoporose de 28,8% acordado aos critérios da OMS. A osteoporose é uma doença silêncios, e a manifestação da desta patologia ode ocorrer por meio das fraturas, principalmente na coluna vertebral, quadril, fêmur e punho. As fraturas causadas pela osteoporose levam a dor nas costas, diminuição da qualidade de vida interfere nas atividades de vida de diária e podem levar até a morte. Andrade (2015) questiona que essa doença acomete ambos os sexos, entretanto, as mulheres são acometidas com mais frequência eu os homens, principalmente após a menopausa, em razão da baixa concentração dos níveis de estrogênio, aumentando a perda da massa óssea. Estudos apontam que entre 3 mulheres após os 50 anos sofrerá uma fratura m razão da osteoporose.         
        Segundo Andrade (2015), a osteoporose pode ser classificada em três tipos: a osteoporose pós-menopausa que ocorre em mulheres eu cessaram o seu ciclo menstrual; a osteoporose senil, que ocorre em pessoas que possuem mais de 70 anos; e a osteoporose secundária, que acomete pessoas que possuem doença renal, doença hepática, endócrina, hematológica, ou que fazem o uso de medicamentos com corticoides. Os fatores de risco para que o individuo apresente a osteoporose são: menopausa, amenorreia, hereditariedade, envelhecimento, dieta pobre em cálcio, excesso de álcool e fumo, imobilização prolongada, uso prolongado de medicamentos, indivíduos brancos, magros e baixos, deficiência hormonal, sedentarismo, pouca exposição ao sol, alto consumo de cafeína, baixo índice de massa corporal, entre outros.         O diagnóstico da osteoporose deve ser feito por meio da densitometria óssea, associada ao exame físico, a anamnese e aos exames laboratoriais. As radiografias irão mostrar a perda da massa óssea somente quando houver comprometido de 30% a 50% do osso, isto é, quando a doença já se encontra num estágio tardio. Já na densitometria, é possível diagnosticar a redução da massa óssea quando esta ainda se encontra no inicio, ou seja, quando ainda é considerada uma osteopenia, diante disso esse se mostra ser o melhor método para o diagnóstico da osteoporose. (ANDRADE, 2015).        
        Segundo Lourenço; et all (2010), os objetivos da fisioterapia no paciente com osteoporose serão alívio da dor, redução da contratura muscular, manutenção da mobilidade articular, prevenção do aparecimento de deformidades, fortalecimento muscular, orientação postural e manutenção/restauração da independência. A redução poderá ser feita através da eletrotermofototerapia, podem ser utilizados recursos como: ultrassom terapêutico, TENS, ondas curtas, laser e crioterapia. Segundo Fernandes; et all (2010), o ultrassom irá acelerar e garantir o processo de regeneração óssea, pois este estimula a proliferação celular e ativa alguns genes que atuam no processo de reparo ósseo. O ultrassom pulsado a 1 MHz, 30 mẆ/cm² por 20 minutos promove aumento da formação óssea e da atividade fosfatase alcalina, antecipando o processo da osteogênese, prevenindo a perna de massa óssea e auxiliando no tratamento da osteoporose. O TENS irá auxiliar na analgesia quando o paciente relatar dor no local da osteoporose, ele será utilizado em modo convencional, com frequência baixa e largra de pulso entre 50 – 20µs, o tempos será de 30 minutos e a intensidade confortável para  paciente. O ondas curtas será utilizado em alta frequência, em modo pulsado por poder utilizá-lo na fase aguda. Em relação ao laser, foi observado que o uso do mesmo provoca um grande aumento de células osteoblásticas da atividade fosfatase alcalina e da formação de nódulos calcificados depois da estimulação com laser GaAs (904nm). Fio notado também que em áreas onde ocorreram fraturas, o laser fio capaz de diferenciar os osteoblastos primários dos osteoblastos maduros, e esse aumento da concentração de osteoblastos proporciona uma maior síntese óssea, melhorando automaticamente a força mecânica do individuo. Já a crioterapia será utilizada também quando a paciente referir dor, podendo se utilizada de 15 à 20 minutos.                         Após eliminar o quadro de dor da paciente, iniciaria sessões de hidroterapia com a mesma, de acordo com Resende; et all (2008), a hidroterapia vem sendo utilizada como recurso para tratar doenças reumáticas, pois as propriedades físicas da água associada aos exercícios cumprem os objetivos físicos que são propostos numa reabilitação. Como a osteoporose acomete principalmente os idosos, a água também irá atuar nas desordens musculoesqueléticas e melhora do equilíbrio. Sintomas como dor, fraqueza muscular, dificuldade de equilíbrio, doenças articulares e desordens na marcha são diminuídos na fisioterapia aquática, pois alguns idosos apresentam certa dificuldade de realização de exercícios em solo, na água há uma diminuição da sobrecarga articular, com menos risco de quedas e lesões. A flutuação também possibilita ao individuo realizar alguns movimentos que podem não ser conseguidos em solo. As sessões de hidroterapia terão duração de 40 minutos, no inicio das sessões será trabalhada a adaptação a água com alongamentos e exercícios respiratórios, a duração dos alongamentos durará 30 segundos por cada grupo muscular, os músculos a serem trabalhados serão os isquiotibiais, glúteo, quadríceps, tríceps sural, iliopsoas, bíceps, trapézio e flexores e extensores do punho. Os alongamentos sempre serão realizados em posição ortostática e em contato com o fundo da piscina, em relação à respiração, a atividade será fita através de expiração lenta e prolongada pela soba sobre a água, com a boca imersa e com boca e nariz imersos. Para equilíbrio, exercícios de marcha serão utilizados, como marchar lateralmente, de frente e de costas alterando em sentido horário e anti-horário, marcha em fila com um paciente atrás do outro e apoio na cintura do indivíduo da frente, são realizadas curvas e mudanças de direção, marcha para frente impulsionando os membros inferiores, marcha para trás, marcha lateral com passos largos e marcha com rotação de tronco. Exercícios de abdução bilateral de ombros com 12 repetições por minuto bombeamento de tornozelo, o paciente realiza extensão dos joelhos com flexão plantar e se mantém nessa posição por 5 segundos, em seguida, a flexão dos joelhos com a dorsiflexão, mantendo pelo menos tempo, esse exercício é realizado em 10 repetições. Após a adaptação do paciente aos exercícios físicos na água, será realizado o programa de tratamento em solo, Santos; et all (2010), aborda que caminhada, alongamentos dos músculos mencionados acima, exercício aeróbio de força e alta resistência com baixo volume e alto impacto, exercícios de força, equilíbrio, coordenação e deambulação, extensão isométrica de tronco e exercícios de cadeia cinética aberta são eficientes no tratamento da osteoporose, lembrando que esse deve ser um tratamento contínuo para que  individuo tenha uma melhor qualidade de vida, com mais independência e menos desconforto, diminuindo principalmente o risco de quedas e fraturas osteoporóticas, os objetivos atingidos com um programa de tratamento que abordem os exercícios expostos acima são: diminuição dos riscos de fraturas, fortalecimento da musculatura do tronco, diminuição do risco de quedas, aumento da densidade mineral óssea, melhorar a aptidão física e melhora da saúde óssea. Os exercícios precisam ser praticados de 3 à 5 vezes por semana para que o tratamento tenha sucesso. As sessões terão duração de 45 minutos, e os últimos 15 minutos serão utilizados para relaxamento, pode ser utilizado o Yoga, pois esta é uma técnica que utiliza exercícios respiratórios para equilibrar a bioenergia, estimula a melhora da postura física e de alongamento, trabalha a força isométrica e o equilíbrio, o relaxamento psicofísico e a meditação, proporcionando que o paciente saia da sessão relaxado e combatido do estresse, pois estudos comprovam que o estresse excessivo provoca redução da saúde  da qualidade de vida, podendo levar à morbidade e consequentemente à morte. Desse modo, a associação de exercícios físicos com yoga promove melhora no bem estar do individuo. (Baptista; et all, 2002).          
        Em relação ao tratamento proposto pelo fisioterapeuta do caso, percebo que no local de atendimento (PSF) não possui recursos suficientes para promover um tratamento mais completo, entretanto, caso eu fosse o fisioterapeuta responsável, não focaria tanto somente na analgesia, teria associado os recursos eletroterapêuticos utilizados (adicionando ondas curtas e o laser) com alongamentos para os músculos isquitobiais, quadríceps, glúteo, paravertebrais, bíceps, trícpes, trapézio e romboides. Após mais ou menos umas 6 sessões com esse programa de tratamento, iniciaria o protocolo de fortalecimento, a paciente faria 5 minutos de alongamentos, 30 minutos de fortalecimento com o auxílio de halteres para movimentos de flexão e extensão, adução e abdução, supinação e pronação de cotovelos e ombros, e utilizaria as caneleiras para exercícios de hiperextensão de quadril, agachamento sem carga com apoio na espaldeira de reabilitação e movimentos de dorsiflexão e flexão plantar, cada exercício será repetido de 10 á 15 vezes, em 3 séries de cada. É importante lembrar ao paciente de associar o exercício à respiração correta. O tempo restante da sessão será utilizado para que sejam feitas técnicas de relaxamento com o método yoga, pois este possui muitos benefícios que aumentam o bem estar e a qualidade de vida do paciente, como foi mencionado acima. Como mencionei a hidroterapia como um dos principais meios de tratar a osteoporose, antes de todo esse tratamento que foi exposto acima, realizaria as sessões de hidroterapia para que a paciente pudesse ir se adaptando aos exercícios incialmente na água para logo depois iniciar os exercícios no solo.         O objetivo principal deste tratamento é promover o alívio da dor, aumentar a amplitude de movimento da coluna vertebral e fortalecer os membros inferiores para que a mesma possa realizar as suas atividades de vida diária. O tratamento será realizado em 20 sessões, ocorrendo duas vezes na semana e terá duração de aproximadamente 2 meses. Após a realização do tratamento com analgesia, ganho de amplitude de movimento (alongamentos), fortalecimento muscular (cinesioterapia) e relaxamento (yôga), a senhora será encaminhada para o grupo de exercícios de coluna da cidade proposto pela educadora física do programa Nasf (Núcleo de Apoio á Saúde da Família).

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