Resenha: Exercício físico e estresse oxidativo: mecanismos e efeitos
Por: Tiago Imperatori • 28/11/2017 • Resenha • 871 Palavras (4 Páginas) • 515 Visualizações
Resenha: Exercício físico e estresse oxidativo: mecanismos e efeitos
Tiago I. Imperatori
A síntese de ERO durante exercícios físicos pode ser induzida de diversas formas. Algumas fontes de geração de ERO podem ser mais importantes do que outras, variando de acordo com o órgão ou tecido estudado, tempo específico de análise, ou ainda, de acordo com o metabolismo predominantemente envolvido no exercício físico em questão.
Evidências experimentais têm indicado que a elevação no consumo de O2 observado durante tais atividades induz um aumento no fluxo de elétrons na musculatura esquelética ativa, bem como favorece um maior “escape” destes elétrons, a partir da cadeia respiratória mitocondrial, resultando na síntese de ERO, para ser reduzido ou consumido o O2 necessita receber seus elétrons um a um, fato que ocorre através de uma reação de oxirredução unieletrônica, catalisada pela enzima citocromo oxidase. Considerando o fato das mitocôndrias serem o local de consumo de O2 nos organismos aeróbios, este compartimento intracelular, sobretudo a cadeia respiratória mitocondrial, tem sido apontado, como principal sítio de síntese de ERO. Além disso, em organismos aeróbios, a coenzima Q é apontada como a enzima chave para a síntese mitocondrial de espécies reativas.
Durante exercícios físicos, o processo de isquemia e reperfusão também ocorre em atividades esportivas de metabolismo predominantemente anaeróbio, misto, com contrações do tipo isométricas ou ainda de explosão após o processo isquêmico muscular, os tecidos em estado de hipóxia recebem grandes quantidades de O2, momento que é conhecido como estado de reperfusão tecidual do O2. Em tecidos em estado de hipóxia a enzima xantina desidrogenase possui papel central na síntese de ácido úrico a partir da degradação de trifosfato de adenosina (ATP), difosfato de adenosina (ADP) e monofosfato de adenosina (AMP), devido à elevada demanda por energia pelo tecido muscular. O estresse oxidativo promovido pelo exercício físico, em parte pode ser induzido pelo processo de isquemia e reperfusão. Entretanto, cabe salientar que, apesar da enzima xantina oxidase estar envolvida na síntese de ERO durante exercícios físicos, os músculos esqueléticos apresentam baixa quantidade desta enzima.
A realização de exercícios físicos promove microlesões em fibras musculares e em tecidos conectivos. Este efeito induz a ativação de células do sistema imunológico, desencadeando uma resposta inflamatória após exercícios físicos, tais como maratona ou ciclismo é comum à observação de leucocitose e neutrofilia44. Inicialmente, neutrófilos32 e posteriormente, monócitos e linfócitos são recrutados para o local de inflamação, onde produzem enzimas proteolíticas, chamadas lisozimas e ERO, para limpar e reparar o tecido lesado46. Após uma maratona, por exemplo, a concentração de neutrófilos pode aumentar em mais de 4 vezes a de repouso e de 1,4 vezes a capacidade de geração de radicais de oxigênio por neutrófilos
A PL caracteriza-se como um processo de oxidação dos fosfolipídios de membranas celulares e subcelulares. Este processo faz parte do metabolismo
celular, pois exerce importante função na regulação do processo de renovação das membranas18. Em situações de estresse oxidativo, entretanto, a PL induz alteração de permeabilidade e fluxo iônico das membranas, o que promove a perda da seletividade para a entrada e saída de nutrientes e substâncias tóxicas à célula, além de comprometer componentes da matriz extracelular.
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