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Por:   •  10/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.197 Palavras (9 Páginas)  •  841 Visualizações

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Avaliação das Funções Cognitivas.

Belém-PA

04/04/2013

           Os estudos de Jean Piaget foram fundamentais para a compreensão do desenvolvimento cognitivo. Figueiras (2001) coloca que o trabalho de Piaget constitui uma base científica para as pesquisas sobre a aquisição do conhecimento.

Piaget divide os períodos de desenvolvimento de acordo com o aparecimento de mudanças cognitivas e intelectuais, ou seja, o surgimento de novas qualidades do pensamento que interfere no desenvolvimento global. De acordo com a sua teoria cada pessoa passa por tais fases e se caracteriza pelo que de melhor o indivíduo consegue fazer em cada faixa etária, sendo influenciado por vários fatores. O autor supracitado observou esse processo de desenvolvimento humano analisando a passagem do pensamento pré-lógico para o pensamento lógico, destacando a necessidade da interação com o outro e de inúmeros estímulos para que tal pensamento seja alcançado. No entanto, nem sempre esse nível lógico é adquirido.

Dentre os períodos de desenvolvimento segundo Piaget, o primeiro período é o sensório-motor (0 a 2 anos). No início desta fase a criança apresenta uma evolução de comportamentos reflexos, predominando o desenvolvimento das percepções e movimentos. A criança nessa fase faz suas descobertas através de ações e produz um pensamento ainda pré-conceitual, construindo conceitos que são apenas seus, ou seja, partindo de sua própria forma de pensar. Ainda nesse período se inicia as primeiras condutas imitativas que possibilita a construção do simbolismo.

No segundo período, o pré-operacional (2 a 7 anos), inicia-se uma fase de representação, ou seja, a criança torna-se apta a construir mentalmente possíveis soluções, executando possíveis sequências de ações em sua cabeça (em representações). Neste momento, inicia-se a compreensão de símbolos e vários outros tipos de representação. Esse período é marcado pela maturação dos esquemas mentais e da interação com o meio físico que rodeia o universo infantil.  A criança nessa fase segundo Seber (1997), não possui ainda a noção de conservação, de quantidade e por isso não consegue resolver problemas que envolvam a reversibilidade do pensamento. Seus julgamentos são baseados na percepção e não na lógica. Por isso, esta necessita manipular os objetos para ordená-los e fazer relações entre estes. A lógica nessa fase se desenvolve em função da socialização do pensamento, onde, a criança pensa que todo mundo pensa como ela, e não procura verificar as suas afirmações.

Os processos mentais começam a ser tornar lógicos, segundo Piaget, na fase que ele chamou de operações concretas (7 a 11 anos). Isso porque as operações na mente das crianças são aplicadas a problemas reais (concretos) e não mais simbólicos. Essa fase é diferente da fase anterior pelo fato da criança já ser capaz de interagir socialmente questionando seu próprio pensamento, verificando ou negando conceitos nas trocas de argumentações com os outros. Além disso, surge a capacidade de operar de forma lógica sobre os problemas, por exemplo, de conservação, desenvolvendo um pensamento reversível.

Mais adiante, por volta dos onze ou doze anos, ocorre a transição do pensamento concreto para o pensamento formal ou lógico. Esta é a fase da abstração em que o pensamento se torna mais elaborado e hipotético-dedutivo, ou seja, capaz de pensar hipóteses e conclusões sem uma observação real.                                Sendo assim, para que a criança progrida no desenvolvimento do pensamento lógico ela precisa passar por cada um desses períodos sendo estimulada a fazer relações mentais a todo instante. Para isso, deve-se observar como os tipos de conhecimento agem sobre a construção do pensamento lógico.

A cognição tem um papel fundamental tanto na oralidade, quanto na leitura. A oralidade acontece naturalmente, de forma intuitiva, porém, a leitura e a escrita só são aprendidas mediante a um estudo e treino. Na escrita, a criança necessita dominar os códigos impostos pela língua, é um objeto cultural e resulta de um esforço coletivo da humanidade e depois, porque a criança através de um prolongado processo construtivo,que é o processo cognitivo, descobre as propriedades dos sistemas simbólicos.

Na escrita deve-se haver coerência, onde se destacam informações importantes, e se evita redundâncias, se exige uma norma espacial (esquerda para a direita); coesão onde há a preocupação com a ortografia e os elementos gráficos (pontuação); semântico, onde há a preocupação de se eliminar repetições léxicas, usando sinônimos e que a linguagem seja formal.

Segundo Citoler e Sanz (1997) a leitura é a capacidade de reconhecer palavras, registando a linguagem escrita e transformando os símbolos impressos em linguagem. Na leitura, a pessoa deve ter todo um domínio quanto aos fonemas, grafemas, pontuações, usando de vários processos cognitivos. Segundo o autor supracitado, para se ler é necessário usar de quatro processos cognitivos: Decodificação que ativa o significado das palavras na memória semântica, ativação visual da palavra, grafema – fonema; compreensão literal que é a ativação do significado das palavras no formato de frases; compreensão inferencial da ideia subjacente à frase; monitoração da compreensão, onde é definido um objetivo de leitura, as verificações e a implementação das estratégias para que se atinja o objetivo (integram-se síntese e elaboração de informação).

Com o objetivo de verificar o desempenho das crianças em cada período cognitivo, tornou-se necessário adaptar a avaliação proposta por Piaget, respeitando a idade, sexo, escolaridade e contexto nas quais o indivíduo está inserido. O avaliador tem como papel observar, não só o que o indivíduo produz, mas o porquê e de que forma o faz, de acordo com os processos maturativos (afetivo, relacional e cognitivo). Para isso, foi usado provas cognitivas na paciente M.C.R a qual descreveremos a seguir.

A classificação corresponde a relacionar elementos que podem ser agrupados por causa de seus atributos (cor, forma, tamanho e espessura). É o ato de agrupar objetos por similaridade. Sendo assim a estagiária solicitou que a criança separasse as peças iguais ou as que combinam, usando o bloco lógico como material.

A paciente disse que nenhuma peça era igual, justificando que as peças não tinham a mesma forma, tamanho, cor ou espessura. Imediatamente, a criança foi interrogada “porque você separou dessa maneira?” apresentando como justificativa que não havia nenhum igual, “Não tem nenhum igualzinho tia".

Por volta dos sete anos o pensamento da criança torna-se lógico, no sentido que pode ser observado a reversibilidade. Porém a evolução desses processos lógicos de pensamento (operações) só pode ser inicialmente aplicada a problemas que existem, no caso, que são concretos. Segundo Piaget (1995), após os cinco anos de idade, as crianças conseguem agrupar objetos com base no tamanho, na forma, na cor e espessura.

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