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A Cronobiologia E A Qualidade De Vida De Acadêmicos De Enfermagem

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Por:   •  29/9/2013  •  1.635 Palavras (7 Páginas)  •  819 Visualizações

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1. Introdução

O termo Qualidade Vida (QV) povoa a literatura desde a antiguidade, mesmo antes de Aristóteles e estava associado a palavras como felicidade e virtude, as quais, quando alcançadas, proporcionam ao indivíduo na visão da época, boa vida(1) .

A Organização Mundial da Saúde define Qualidade de Vida como o estado de completo bem estar físico, psíquico e social e não meramente ausência de doença ou enfermidade(1). Neste contexto, saúde deixa de ser um estado estático, biologicamente definido, para ser compreendida como um estado dinâmico socialmente produzido(2).

O conceito Qualidade de Vida também é um termo utilizado em duas vertentes: um na linguagem cotidiana, por pessoas da população em geral e outro no contexto da pesquisa científica, em diferentes campos do saber, como economia, sociologia, educação, medicina, enfermagem, psicologia e demais especialidades da saúde(3).

A qualidade de vida é um tema de interesse, relativamente, recente e há muito ainda por se fazer para torná-lo, de fato, um indicador operativo no contexto das políticas sociais e de saúde. Visto isso, podemos acrescentar um estudo paralelo também relacionado à qualidade de vida e que interfere diretamente em sua manutenção: a cronobiologia.

A cronobiologia estuda os ritmos biológicos. Os seres vivos em seus mais diversos níveis de organização, expressam algumas variáveis biológicas que tendem a oscilar regularmente como vigília e o sono, que são exemplos dessas variáveis que compõem um ritmo biológico(4).

O sono é um processo fisiológico e comportamental que se caracteriza por alterações do estado de consciência e diminuição das respostas do organismo aos estímulos externos(5, 6, 7). Seu curso é gerenciado por complexos eventos fisiológicos que regulam o crescimento e a restauração dos tecidos; conservam e recompõem do organismo e reajustam seus mecanismos biológicos(6, 8).

Ao contrário do que se acredita há algumas décadas, o sono não representa um período de inatividade, um estado passivo de relaxamento com a única função de compensar a fadiga gerada pelas atividades diárias(9).

O ciclo vigilia sono (CVS) obedece a um ritmo circadiano, que gira em torno de 24 horas(4). Esse ritmo é controlado pelos núcleos supraquiasmáticos que, localizados na região do hipotálamo cerebral, cosntituem um dos relógios biológicos ou osciladores internos do organismo(4, 8, 10, 11).

A expressão do CVS observado, entretanto, consiste na harmonização do ritmo endógeno com fatores externos, tais como os ciclos ambientais e sociais, determinando uma sincronização, ou ainda, um ajuste do ritmo interno a esses ciclos conhecido como fenômeno de arrastamento(4).

Os indivíduos de uma população podem ser divididos em diferentes cronotipos: matutino, indiferente e vespertino. As pessoas com cronotipo matutino (externo ou moderado) preferem dormir e acordar cedo, tendo melhor desempenho físico e mental pela manhã, enquanto os vespertinos (externos ou moderados) têm preferência para dormir e acordar tarde, apresentando melhor desempenho no período da tarde e início da noite. Os indiferentes são mais flexíveis e adotam horários intermediários para o desenvolvimento de suas atividades diárias(12).

Os problemas de sono manifestam-se, na vida diária, por meio de dificuldades cognitivas, memória, aprendizado e concentração: por interferir da função do sistema imune; alterar as respostas do organismo as situações de estresse e causar impacto negativo no desenvolvimento das atividades diárias e na qualidade de vida(13).

Uma vez que os ritmos biológicos são endógenos, não podem ser manipulados segundo a vontade do sujeito. Um aluno que estude em horários conflitantes com os seus ritmos biológicos terá um preço a pagar em termos de saúde, de qualidade de vida e da qualidade do seu desempenho estudantil(14).

Portanto, podemos verificar que em um curso de graduação em Enfermagem, muitos alunos trabalham a noite e estagiam no período matutino ou vespertino, havendo muitas vezes, alterações no CVS e conseqüentemente na qualidade do sono, causando problemas em seu aprendizado e na sua qualidade de vida, justificando a realização desta pesquisa.

2.Objetivo

Caracterizar o ciclo vigilia sono (CVS) e qualidade de vida de acadêmicos do curso de graduação em Enfermagem.

3.Método

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com base nos artigos disponíveis nos sites Bireme, Scielo e PubMed localizados pelos seguintes descritores: cronobiologia, qualidade de vida, sono, enfermagem, graduação, shiftwork, chronobiology, nursing, quality of life e student. Foram encontrados 38 artigos publicados entre os anos de 1982 à 2006, dentre os quais nenhum engloba totalmente o assunto a ser discutido.

4. Discussão

Encontramos os artigos referindo a Cronobilogia e a Qualidade de Vida atuando no ser humano de forma geral, sendo que nenhum deles se refere especificamente ao foco da pesquisa que é o aluno de graduação em Enfermagem em sua relação com o CVS.

Nota-se um grande número de artigos abordando turnos de trabalhos em fábricas, sendo que os que mais se aproximavam ao assunto, tratavam da análise do cronótipo de grupo de enfermeiros, estudos sobre o ciclo de vigília em estudantes universitários, da repercussão do CVS nos turnos de trabalhos de enfermeiras e no estresse do enfermeiro ligado à tolerância ao ajustamento ao turno noturno.

Em relação aos artigos referentes apenas à Qualidade de Vida, obteve-se um menor número de publicações. Estas tratavam das percepções dos alunos de graduação em Enfermagem quanto à sua qualidade de vida e da análise desta qualidade através de escalas. Há apenas um artigo que aborda da qualidade de vida de alunos-trabalhadores que cursam a graduacäo em enfermagem, porém que se refere apenas aos aspectos saúde/funcionamento, socioeconômico, psicológico/espiritual e família, sem analisar o CVS.

Um estudo mostra que vida dos de alunos-trabalhadores que cursam a graduaçäo em Enfermagem tem como característica o fato de que, em geral, estes näo têm tempo para estudar, sendo que a maioria näo consegue manter a atençäo durante as aulas devido ao cansaço, estresse e sonolência(15).

O desânimo e o cansaço prejudicam os estudos acrescido pelo fato de que a necessidade de dormir adentra o fim de

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