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A Diarreia

Por:   •  8/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.458 Palavras (10 Páginas)  •  460 Visualizações

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Diarreia

Tratamento

 rrigir-.A maioria dos casos de diarreia é auto-limitada e de curta duração, logo não é preciso nenhum medicamento específico para a diarreia, sendo o único tratamento necessário a reposição dos líquidos e sais minerais perdidos. Esta é feita, geralmente, por via oral através da terapia de reidratação oral (TRO), a partir de uma solução com 60 a 90 mEq/L de  sódio, ou a partir do cálculo TRO (ml)  =  Peso (g) × %  Peso  Perdido × 2, podendo em casos mais graves como hipotensão, taquicardia e desidratação grave, ser feita através da administração por via intravenosa da solução  fisiológica  0,9% de sódio -20ml/kg/hora. A terapia de reidratação oral (TRO), consiste numa solução composta por água ligeiramente adocicada e salgada, que previne a desidratação causada pela diarreia, podendo esta ser adquirida comercialmente ou produzida em casa, a partir da diluição de cada litro de água potável com uma colher de chá de sal (3 gramas) e duas colheres de sopa de açúcar (18 gramas). É também recomendada a adição de pastilhas de zinco, que inibem a secreção fluida induzida do cloreto, promovendo uma maior absorção de água e electrólitos, uma regeneração do epitélio intestinal, através do aumento de enzimas na borda em escova do duodeno, e possivelmente um afastamento dos micróbios patogénicos.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda -se que as crianças com diarreia continuem a alimentar-se ou a serem amamentadas normalmente em casos de diarreia não inflamatória, já que os nutrientes continuam a ser absorvidos, e além disso, a amamentação durante os primeiros seis meses de vida é recomendada, uma vez que oferece imunização contra o Rotavírus, que só infecta crianças e tem como manifestações, vómitos, febre, e diarreia aquosa aguda com aspecto gorduroso. Em caso de diarreia inflamatória, deve-se evitar ingerir alimentos de difícil digestão, como alimentos gordurosos e condimentados que irritam o intestino, vegetais não cozidos e frutas com casca que contém muitas fibras, já que estas estimulam a motilidade intestinal e a defecação, aumentando assim a perda de água e nutrientes, o que dificulta a recuperação da diarreia. Após a ocorrência de diarreia aguda inflamatória causadas por Shigella e Salmonella, podem dar-se episódios transitórios de deficiência lactase, recomendando-se evitar lacticínios por algumas semanas. As bebidas com grande quantidades de açúcar não são recomendadas para crianças com menos de cinco anos de idade, uma vez que podem aumentar ainda mais a desidratação, porque estas soluções exercem uma grande pressão osmótica, atraindo a água do resto do corpo, sendo excretada posteriormente.

Embora os antibióticos apresentem benefícios em determinados tipos de diarreia aguda, geralmente não são usados em casos de criptosporidiose, infecção viral, e Salmonellose em  pacientes  imunocompetentes, já que podem aumentar o risco de desenvolvimento de complicações, como a síndrome hemolítico-urémica, caracterizada pela ocorrência em simultâneo de trombocitopenia (contagem de plaquetas inferior a 150.000/mm3), anemia com sinais de microangiopatia, e lesão renal aguda evidenciada por hematúria, proteinúria ou aumento do nível sérico de creatinina, podendo também causar disfunções neurológicas e hipertensão arterial, em diversos graus, nas pessoas infectadas com Escherichia coli, uma vez que esta bactéria produz toxinas do tipo Shiga (verotoxinas), que dão origem a um quadro de fezes diarreicas hemorrágicas ou disentéricas. As toxinas alcançam a corrente sanguínea e unem-se ao receptor GB3 (globotriaosilceramida), presente em vários epitélios, em particular no endotélio glomerular renal, bloqueando a síntese de proteínas que leva ao dano e morte celular, incluindo das células endoteliais glomerulares, que activam e agregam as plaquetas. Para além disso, algumas bactérias estão a desenvolver resistência antibiótica, principalmente a Shigella. Os antibióticos são recomendados para pacientes com diarreia colérica, pacientes  imunodeprimidos  (HIV  e  outras  doenças), out com  neoplasias  malignas,  hemoglobinopatias, e crianças  menores  de  três, e o seu uso pode ser indicado em quadros clínicos como diarreia do viajante, diarreia por  C.  difficile sanguinolenta, e Shigelloses.

antimotílicos e antissecretórios, que reduzem os movimentos intestinais, é composta por loperamida, que loperamida (Imoliga-se aos receptores opiáceos na parede intestinal, o que inibe a libertação de acetilcolina e prostaglandinas, reduzindo os impulsos peristálticos, e aumentando o tempo de trânsito e a secreção intestinal respectivamente,para além de elevar a tonicidade do esfíncter anal, de modo a dminuir a incontinência fecal; subsalicato de bismuto, que promove a antimotilidade intestinal, ono entanto tem como efeitos colaterais constipação, e agravamento da dor abdominal. Outro antidiarreico utilizado actualmente é racecadotril, pró-fármaco que necessita de ser hidrolisado no seu metabolito activo, tiorfano, actuando este como inibidor da encefalinase, enzima da membrana celular do epitélio do intestino delgado que hidrolisa péptidos exógenos e fragmenta péptidos endógenos, protegendo as encefalinas da degradação enzimática, prolongando a sua acção nas sinapses encefalinérgicas no intestino delgado, e reduzindo a hipersecreção intestinal da água e electrólitos induzida pela toxina da cólera ou pela inflamaçãoexercendo uma rápida ação antidiarreica, sem modificar a duração do trânsito intestinal, para além de diminuir a dor e distensão abdominais..

 Os probióticos, responsáveis pela reposição da flora normal intestinal, diminuem a duração dos sintomas, sendo um deles, o probiótico Lactobacillus que ajuda a prevenir a diarreia aguda inflamatória associada a antibióticos causadas geralmente por Clostridium difficile. Os protobióticos têm como mecanismos de acção a interacção com a microflora do hospedeiro, a inactivação de toxinas bacterianas, a inibição da ligação de toxinas com receptores intestinais, o efeito antissecretório, a estimulação do sistema imune hospedeiro, e a inibição da resposta inflamatória induzida por enterotoxinas.

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