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A Eletrocardiografia é uma técnica de exame de uso frequente para o diagnóstico das doenças do coração

Por:   •  10/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  5.545 Palavras (23 Páginas)  •  443 Visualizações

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  1. Introdução

        A eletrocardiografia é uma técnica de exame de uso frequente para o diagnóstico das doenças do coração. O eletrocardiograma (ECG) é um exame indispensável na avaliação clínica dos atletas, dos pacientes de risco que necessitam de cirurgia, bem como daqueles que apresentam cardiopatias. Sua maior contribuição está relacionada com o diagnóstico e o acompanhamento dos portadores de arritmias cardíacas, mas também, fornece importantes subsídios quando há sobrecarga de pressão das câmaras cardíacas; miocardiopatias; insuficiência coronariana e infarto do miocárdio. (GARCIA, 2002)

        Além disso, o ECG pode apresentar alterações quando há distúrbio eletrolítico, sobretudo naqueles que envolvem o potássio e o cálcio, bem como em algumas endocrinopatias, tal como a tireotoxicose. (GARCIA, 2002)

        Como qualquer exame complementar, também o ECG tem que ser interpretado com cautela e suas informações devem ser assimiladas como auxílio ao juízo clínico de forma que o médico possa melhor fundamentar o seu diagnóstico e o seu esquema terapêutico. (GARCIA, 2002)

  1. CARACTERÍSTICAS DO ECG NORMAL

        O ECG normal é composto pela onda P, pelo "complexo QRS" e pela onda T. O complexo QRS é com frequência constituído por três ondas distintas, a onda Q, a onda R e a onda S. A onda P é causada por potenciais elétricos gerados quando os átrios se despolarizam antes da contração. O complexo QRS é causado por potenciais gerados quando os ventrículos se despolarizam antes da contração, ou seja, quando a onda de despolarização se difunde pelos ventrículos. Tanto a onda P como os componentes do complexo QRS, portanto, são ondas de despolarização. A onda T é causada por potenciais gerados enquanto os ventrículos se recuperam do estado de despolarização. Esse processo no músculo ventricular ocorre 0,25 a 0,35 s após a despolarização, sendo esta onda conhecida como onda de repolarização. O ECG é constituído tanto por ondas de despolarização como de repolarização. (GUYTON & HALL, 2002).

Figura 1- Morfologia do sinal de eletrocardiograma e suas principais constituintes.

[pic 1]

Fonte: DESPOPOULOS; SILBERNAGL, 2003.        

  1. INTRODUÇÃO À INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DO ECG

        Na análise de um ECG deve-se procurar identificar os sinais que permitam determinar as alterações no ritmo cardíaco; da ativação das câmaras cardíacas; da condição do impulso através das vias excitocondutoras ou do miocárdio de trabalho; do volume e da massa muscular das câmaras cardíacas; da irrigação sanguínea de regiões do coração. (GARCIA, 2002).

        Para isso, o estudo do registro eletrocardiógrafo deve obedecer a um roteiro que aborde a morfologia das ondas; a medida de duração e da amplitude das ondas e dos segmentos; a frequência cardíaca; o ritmo; as anormalidades de condução; o eixo elétrico do QRS; os sinais de hipertrofia da parede muscular ou de crescimento de cavidade cardíaca e os sinais de isquemia ou de infarto. (GARCIA, 2002).

  1. ELETROCARDIOGRAFO

        O equipamento usado para registrar as variações do potencial elétrico na superfície do corpo deve apresentar sensibilidade para captar potenciais de pequena magnitude. Ele deve possuir também uma boa capacidade para discriminar e atenuar os ruídos elétricos do ambiente. O equipamento usado para esse fim é constituído por eletrodos, amplificador e registrador.

(GARCIA, 2002).

  1. Eletrodos        

        Os eletrodos são pequenas placas metálicas que podem ser fixadas ao corpo com auxílio de uma faixa elástica ou por vácuo. A pele deve ser previamente desengordurada e os eletrodos devem estar limpos, a fim de que a resistência elétrica do conjunto pele-eletrodo seja baixa. (GARCIA, 2002).

  1. O amplificador e o sistema de registro

O amplificador possui uma entrada capacitiva balanceada. Isso significa que somente os sinais cujas voltagens variam com o tempo são amplificados. Por isso, esses amplificadores pertencem à categoria dos amplificadores AC (corrente alternada). Nesses amplificadores, todo sinal contínuo (DC) é rejeitado. Isso é importante porque a colocação dos eletrodos sobre a pele, bem como o contato que eles estabelecem com a pasta eletrolítica, permite que se formem potenciais DC. Os resistores de entrada (R1 e R2) servem para balancear os sinais que chegam às entradas positiva e negativa do amplificador. Os seus valores são ajustados pelo fabricante para que sinais de mesma amplitude e que estejam em fase sejam cancelados. Com isso, os sinais espúrios produzidos pela rede elétrica e por equipamentos situados próximos ao eletrocardiógrafo são atenuados. A presença de um capacitor (C) e de um resistor (R) em cada entrada do amplificador cria uma constante de tempo que limita a velocidade de resposta do equipamento para sinais rápidos. Os estudos têm mostrado que, para registrar os potenciais elétricos do coração, essa constante não deve ser maior que 3ms. (GARCIA, 2002).

        O registrador é constituído por uma pena móvel cuja ponta é aquecida eletricamente. Essa pena, ao deslizar sobre um papel termossensível que se move a velocidade constante (25mm/s ou 50mm/s), registra os potenciais elétricos sob a forma de ondas. (GARCIA, 2002).

        Com a finalidade de permitir a comparação dos registros eletrocardiográficos, os eletrodos são colocados sobre as regiões do ombro direito; ombro esquerdo; região inguinal esquerda; quarto espaço intercostal direito junto à borda do esterno; quarto espaço intercostal esquerdo junto à borda do esterno; quinto espaço intercostal esquerdo sobre a linha hemiclavicular; quinto espaço intercostal esquerdo sobre a linha axilar anterior; quinto espaço intercostal esquerdo sobre a linha axilar média. (GARCIA, 2002).

  1. FISIOLOGIA DO SINAL ELETROCARDIOGRÁFICO

        As partes do coração normalmente batem em sequência ordenada. A contração dos átrios (sístole atrial) é seguida pela contração dos ventrículos (sístole ventricular), durante a diástole, todas as quatro câmaras estão relaxadas. O sistema de condução do sinal eletrocardiográfico é formado pelo nódulo sinoatrial (SA), pelas vias internodais atriais, pelo nódulo atrioventricular (AV), pelo feixe de His e pelo sistema de Purkinje. (SCHWARZ, 2009).

        O nódulo SA é o marca-passo natural; é ele que determina a taxa com que o coração bate. Os impulsos gerados no nódulo SA passam através das vias atriais para o nódulo AV; deste para o feixe de His, e, através dos ramos do feixe de His, para o sistema de Purkinje, que o distribui por entre a musculatura ventricular. (SCHWARZ, 2009).

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