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A Graduação em Tecnologia em Radiologia

Por:   •  9/9/2023  •  Trabalho acadêmico  •  2.807 Palavras (12 Páginas)  •  70 Visualizações

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IMPACTO DA IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS NA SAÚDE E ECONÔMIA

IMPACT OF FOOD IRRADIATION ON HEALTH AND ECONOMY

Camila Ap. Barbosa Barroso, Edivanilda Almeida da Silva, Renato Almeida da Silva, Vivian Almeida de Assunção

Centro Universitário Senac

Graduação em Tecnologia em Radiologia

camila.vbb@gmail.com, edivanildapd@gmail.com, rassar1@hotmail.com, vivian.assuncao@hotmail.com

Resumo.  A irradiação de alimentos é um processo físico, que consiste em submeter os produtos embalados ou à granel, a uma dose controlada de radiação ionizante, por um tempo predeterminado, com o intuito de melhorar a qualidade sanitária e aumentar validade de consumo dos alimentos. O artigo Trata-se de um estudo de revisão de literatura, realizada por meio da busca de artigos na base de dados Scientific Electronic Library Online onde buscamos identificar as evidências científicas sobre o uso da irradiação de alimentos, seus efeitos na saúde e impactos na economia No processo de irradiação podem ocorrer mínimas alterações químicas, sendo considerado para a Organização Mundial da Saúde como alterações insignificantes, não apresentando perigo ou nocividade. Os resultados mostram que a irradiação de alimentos é uma técnica altamente eficaz na preservação dos alimentos, inibindo fungos e bactérias que tentam deteriorar os alimentos e aumentam a vida útil deles.

Palavras-chave: Irradiação de alimentos, Radura, Impactos de alimentos irradiados, Doses de radiação, Efeitos da radiação, Uso da radiação na indústria.

Abstract. 

Key words: Food irradiation, Radura, Irradiated food impacts, Radiation doses, Radiation effects, Use of radiation in industry.


  1. Introdução

A irradiação de alimentos é um processo físico, que consiste em submeter os produtos embalados ou à granel, a uma dose controlada de radiação ionizante, por um tempo predeterminado, com o intuito de melhorar a qualidade sanitária e aumentar validade de consumo dos alimentos (GCIIA, 1991; BRASIL, 2001).

Segundo o International Consultative Group on Food Irradiation as irradiações ionizantes são aquelas que possuem energia alta o suficiente para desalojar os elétrons dos átomos e das moléculas e convertê-los em partículas eletricamente carregadas, chamadas de íons (ICGFI, 1999). Ao ser emitida a radiação gama é absorvida pelo alimento e promove ação direta e indireta sobre os micro-organismos presentes (HANSEN, et al., 2001). Pela ação direta, a energia age nas moléculas de DNA, danificando o material genético (ALCARDE, et al., 2003). A radiação provoca a excitação das moléculas de ácido nucléico, o que faz com que seus elétrons migrem para camadas mais externas e ao retornarem para camadas mais internas liberem energia que pode ser suficiente para promover uma cadeia de mudanças biológica e morte celular (DIEHL, 1995).

Esses danos na cadeia de DNA manifestam-se por mutações gênicas e quebras na cadeia e têm como consequência o bloqueio da duplicação do DNA, pois quando não existe sistema de reparação para o tipo de enlace quebrado há paralisação da síntese de proteínas (MANTILLA, 2010). Isto leva à inibição da reprodução e do crescimento dos micro-organismos (CORRE; VENAILLE, 1994).

Em 1981, um comitê formado pela Food and Agriculture Organization (FAO), Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que alimentos irradiados com até 10,0 kGy (kilogray - unidade de medida para quantidade de radiação absorvida) são incondicionalmente seguros. Pelo menos 40 países aprovaram a irradiação de um ou mais produtos alimentícios e 29 utilizaram a irradiação de alimentos comercialmente (JAY, 2005).

O licenciamento para garantir a proteção radiológica dos trabalhadores envolvidos nesse processo e do público consumidor, bem como a segurança das fontes de radiação é conduzido, no Brasil, pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

O licenciamento de instalações radioativas segue um conjunto de etapas consecutivas que inicia com a aprovação do local da instalação e segue até a retirada de operação, ao fim da vida útil da instalação. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) é o órgão que realiza o licenciamento ambiental das instalações que também seguem as etapas de autorizações e a aprovação do local. O funcionamento de uma instalação para irradiação de alimentos depende ainda da obtenção do Alvará Sanitário e do cadastramento nos órgãos competentes do Ministério da Saúde e o Ministério da Agricultura. Com todas as exigências dos vários órgãos do governo, o licenciamento pode durar pelo menos 2 anos. Durante o período de licenciamento, várias atividades de desenvolvimento do mercado podem ser realizadas, como por exemplo, campanhas de esclarecimento da população sobre o consumo seguro de alimentos irradiados e abertura do mercado exterior para absorção desses produtos (FAE, 2010).

Considerando a necessidade de constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos visando a proteção à saúde da população e com os estudos atualizados sobre aplicação da irradiação no tratamento sanitário de alimentos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) adotou a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 21, de 26 de janeiro de 2001, que aprova o regulamento técnico para irradiação de alimentos, onde foi considerada a necessidade de aperfeiçoamento das ações de controle, bem como a de atualizar, harmonizar e consolidar as normas e regulamentos técnicos relacionados a todos os alimentos tratados por irradiação (BRASIL, 2001).

Na rotulagem dos alimentos irradiados, além das informações sobre os dizeres exigidos para os alimentos em geral e específicos, deve constar no painel principal a seguinte informação: "Alimento Tratado por Processo de Irradiação", com as letras de tamanho não inferior a um terço (1/3) da letra de maior tamanho nos dizeres do rótulo, da mesma forma quando um produto irradiado é utilizado como ingrediente em outro alimento, deve declarar essa circunstância na lista de ingredientes, entre parênteses, após o nome do mesmo  (BRASIL, 2001).

O uso do logotipo da Radura (Figura 1), no Brasil,  é voluntária de acordo com a norma geral Codex Alimentarius para alimentos irradiados. Codex Alimentarius  é uma normatização de alimentos estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) através da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e Organização Mundial de Saúde OMS, criado em 1963, com a finalidade de proteger a saúde dos consumidores e assegurar práticas equitativas no comércio regional e internacional de alimentos. É uma referência mundial para consumidores, produtores e elaboradores de alimentos (CODEX, 2003; EHLERMANN, 2009).

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