A Gripe

A gripe

Em 1918, o mundo viveu o mais letal surto de gripe da história recente da humanidade. Referida na Europa e no resto do mundo como gripe espanhola, essa epidemia surgiu e desapareceu rapidamente, mas o agente causador não foi guardado para estudos. Naquele tempo, nenhum pesquisador teve condições ou a preocupação de isolar e preservar amostras do elemento patogênico da gripe espanhola.

A gripe espanhola matou cerca de 40 milhões de pessoas entre 1918 e 1919. Acredita-se que o termo “gripe espanhola” se popularizou na Europa em virtude da neutralidade da Espanha, cujo governo censurava qualquer notícia a respeito da doença que, inicialmente, atingia os países envolvidos na Primeira Guerra Mundial.

Considerando a evolução do vírus da gripe no decorrer do século XX e XXI, apesar de nenhum pesquisador ter conseguido a preservação de uma amostra do vírus da gripe espanhola, nos EUA, o Museu Médico do Exército norte-americano aliado ao trabalho do patologista Johan Hultin, tornou-se possível recuperar características a partir de análise genética de tecidos antigos.

Analisando tecidos antigos de vítimas, os pesquisadores conseguiram detectar a natureza da pandemia e detalhes sobre as viroses da gripe em geral. Acredita-se que pandemias de gripe humana surgiram num ciclo que se repetiu duas vezes depois de 1918, nos anos de 1957 e 1968.

O objetivo da pesquisa realizada nos EUA para recuperar as características da gripe espanhola é o de compreender os fatores que a permitiram ser virulenta e intensa, essa compreensão ajudará os pesquisadores a desenvolverem melhores tratamentos e métodos de prevenção para todos os tipos da gripe humana, estabelecendo a origem do vírus e possíveis localizações de surtos pandêmicos.