Acido Folico
Trabalho Escolar: Acido Folico. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: victor_vicent • 27/5/2014 • 2.190 Palavras (9 Páginas) • 542 Visualizações
O ácido fólico é a vitamina B9 do complexo B, abundante nas folhas verdes (daí o nome fólico). Folato é um termo genérico para os compostos que têm atividade vitamínica similar a do ácido pteroilglutâmico e é a forma da vitamina naturalmente encontrada nos alimentos (Krishnaswamy e Nair, 2001). Ácido fólico é a forma sintética do folato, encontrada em suplementos vitamínicos e alimentos fortificados (Bailey, 2000). Sua importância foi descoberta há cerca de 70 anos, quando foi verificado que a anemia gestacional podia ser tratada com extrato de levedura. Nele foi identificado o folato, que mais tarde foi extraído das folhas do espinafre.
As principais fontes alimentares de ácido fólico são espinafre, feijão branco, aspargos, verduras de folhas escuras, couve de bruxelas, soja e derivados, laranja, melão, maçã, brócolis, gema de ovo, fígado, peixes, gérmen de trigo, salsinha, beterraba crua, amendoim, mas em quantidades insuficientes para suprir as necessidades da mulher que deseja engravidar. O cozimento prolongado dos alimentos pode destruir até 90% do seu conteúdo em ácido fólico.
Há desconhecimento em relação ao folato ingerido durante a gravidez em gestantes brasileiras, mas há uma proporção significante de mulheres em idade reprodutiva em outros países e em condições semelhantes que consome dietas com baixos níveis de folato e não usa suplementos contendo ácido fólico (Fonseca et al., 2003).
O folato age como coenzima em várias reações celulares fundamentais e é necessário na divisão celular devido ao seu papel na biossíntese de purinas e pirimidinas e na transferência de carbonos no metabolismo de ácidos nucléicos e aminoácidos. Em geral, o crescimento rápido e as multiplicações celulares, aspecto central do desenvolvimento fetal, requerem um suprimento adequado de folato (Krishnaswamy e Nair, 2001). Na gestação, previne defeitos de fechamento do tubo neural como anencefalia e espinha bífida além de lábio leporino e fenda palatina, malformações cardíacas e do trato gênito-urinário. A suplementação de folato deve ser iniciada antes da concepção, pois o tubo neural, estrutura precursora do cérebro e da medula espinhal, se fecha entre 22º e 28º dias após a concepção. O fechamento deste tubo é essencial para a formação da calota craniana e da coluna vertebral. As mulheres que tomam o ácido fólico depois do resultado do teste de gravidez correm o risco desta anomalia já estar em desenvolvimento pois a época de aparecimento deste tipo de malformação é muito precoce. A época do estabelecimento dos diversos tipos de malformações fetais é:
– Defeitos do tubo neural – 28 dias;
– Defeitos do septo ventricular cardíaco – 42 dias;
– Lábio leporino – 36 dias;
– Fenda palatina – 47 a 72 dias.
O ácido fólico é ainda essencial no metabolismo da homocisteína, aminoácido tóxico para o endotélio capilar, mantendo seus níveis normais. A elevação dos níveis de homocisteína pela deficiência de folato é associada a risco cardiovascular. Durante a gravidez, o folato interfere com o aumento dos eritrócitos, o alargamento do útero e o crescimento da placenta e do feto (Scholl e Johnson, 2000). Diversos estudos apontam a associação entre a deficiência do ácido fólico com anemia megaloblástica, câncer do cólon, leucemia, doenças mieloproliferativas e algumas enfermidades crônicas da pele. Ainda glossite, perda de apetite, diarréia, mal estar geral e deterioração mental. Em gestantes, além de mal formação fetal são relatados prematuridade e baixo peso ao nascimento.
Crianças de 1 a 3 anos necessitam ácido fólico para o crescimento. O crescimento fetal consome ácido fólico materno. Alcoolistas, ingerindo apenas calorias vazias do álcool, desenvolvem múltiplas deficiências. Neles, a falta de ácido fólico é potencializada porque o álcool age como antagonista do seu metabolismo. Pacientes com doenças inflamatórias crônicas do trato digestivo podem apresentar má absorção de ácido fólico.
Quando a necessidade aumentada não é compensada pela ingestão da vitamina, como em fase de crescimento, gestação e lactação haverá deficiência de folato. Alcoolismo, malabsorção, diálise e doença hepática são outras causas de deficiência de folato. As medicações que interferem com a utilização do folato incluem: drogas antiepilépticas (DAE) como fenitoína, carbamazepina e barbitúricos além de metformina (usado no tratamento de diabetes), sulfasalazina (doença de Crohn e colite ulcerativa), triamtereno (um diurético), metotrexate (um imunossupressor), entre outras.
DAE podem reduzir os níveis de folato. Tanto homens como mulheres que recebem DAE indutoras do sistema P-450 estão em risco de apresentar baixos níveis de ácido fólico e anemia megaloblástica. Os níveis séricos de folato podem ser reduzidos em até 90% dos indivíduos que recebem fenitoína, carbamazepina e barbitúricos. Valproato, como um inibidor enzimático, pode causar deficiência de ácido fólico por inibir a enzima glutamato formil transferase, enzima responsável pela formação do ácido folínico. DAE com pouco ou nenhum efeito sobre o sistema P-450 como gabapentina, topiramato e lamotrigina, não interferem no metabolismo do ácido fólico (Morrell, 2002).
Pode-se avaliar a reserva de ácido fólico pela dosagem do folato intra-eritrocitário (valor normal varia de 160 a 640 ng/ml), considerando-se deficiência quando os níveis estão abaixo de 140 ng/ml.
Mulheres em idade fértil devem consumir 400 micro-gramas (mcg) de ácido fólico por dia. Desde 1992, o uso
de 400 mcg diários de ácido fólico é recomendado nos EUA para reduzir o risco de malformação fetal. Desde 1998, é recomendada a ingestão de 400 mcg/dia de alimentos fortificados ou suplementos além do ácido fólico recebido na dieta (Lopes et al., 2004). Para mulheres que já tiveram uma criança com defeito de fechamento do tubo neural a dose recomendada é de 4000 mcg, começando um mês antes da concepção até o terceiro mês da gestação. A suplementação com ácido fólico, no entanto, parece segura até 15 mg/dia. A precaução americana deve-se ao relato feito há mais de 30 anos de que grandes quantidades desta vitamina diminuiriam o limiar convulsivógeno. Este fato não foi comprovado (Morrell, 2002). Quando são ingeridas doses mais elevadas, como a vitamina é solúvel em água, o excesso é eliminado na urina. Existem estudos que sugerem que a administração exagerada de ácido fólico
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