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Adesivos Transdérmicos

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Por:   •  15/7/2014  •  1.927 Palavras (8 Páginas)  •  1.138 Visualizações

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Breve histórico

No início do século 20 foi descoberto que o dimetilsulfóxido (DMSO) alcançava a circulação sistêmica quando em contato com a pele, mostrando ser possível que outros fármacos pudessem fazer o mesmo. Durante a Segunda Guerra Mundial, alguns soldados utilizavam nitroglicerina para diminuir ataques de angina, assim foram desenvolvidos nos anos 50 ungüentos e comprimidos sublinguais de nitroglicerina que apresentavam resposta rápida porém com curta duração, sendo necessárias doses sucessivas. No final da década de 60 e inicio da década de 70, surgiu o interesse pelos dispositivos transdérmicos, mas somente em 1981 foi desenvolvido o primeiro transdérmico, Transderm-Scop, pelo laboratório farmacêutico ALZA. Ao longo dos anos, muitos outros foram desenvolvidos, entretanto a introdução deste no mercado ocorreu na década de 90.

Porque foram criados os sistemas terapêuticos transdérmicos?

Surgiram para resolver as diversas limitações encontradas na administração de formas farmacêuticas tradicionais como doses repetidas, intervalo de administração inconvenientes, fármacos desativados ou neutralizados no estômago, intestino ou fígado antes de alcançarem a corrente sanguínea diminuindo assim sua biodisponibilidade, requerendo dosas terapêuticas muito altas para garantir a sua eficácia, aumentando consequentemente os riscos de efeitos colaterais.

O que o sistema transdérmico oferece para o paciente?

Ele oferece ao paciente uma melhor adesão ao tratamento pois este sistema busca manter o nível plasmático da droga por um maior período, proporcionando liberação controlada e prolongada de substâncias ativas, sem a necessidade de uma agulha ou cânula para injetá-la na circulação sistêmica.

Quais os desafios do desenvolvimento deste sistema?

Um dos maiores desafios é a pele, que para nós, é uma barreira natural para microorganismos e substâncias estranhas, sendo necessário o uso de promotores de permeação, que desestruturam a camada mais externa da pele (estrato córneo), possibilitando assim uma permeação mais efetiva. Além da pele, a permeação de fármacos também depende, essencialmente, das suas propriedades físico-químicas e do seu comportamento quando incorporados num sistema farmacêutico apropriado. Assim, cada combinação fármaco / sistema terapêutico deve ser considerada individualmente com exigente fundamento de avaliação na etapa de pré-formulação para, posteriormente, serem desenvolvidos os estudos de permeação cutânea e eficácia.

VANTAGENS E DESVANTAGENS

As vantagens dos sistemas transdérmicos incluem:

 Administração não-invasiva;

 Libertação contínua de fármaco, o que leva a que não existam picos plasmáticos e, consequentemente, a probabilidade de efeitos adversos é reduzida;

 Aumento da adesão ao tratamento devido à diminuição da frequência de sintomas e de efeitos adversos;

 Evitam o efeito de primeira passagem hepático, aumentando a biodisponibilidade dos fármacos;

 Evitam fatores que afetam a absorção dos fármacos no trato gastrointestinal, como o pH, a atividade enzimática e as interações com os alimentos;

 Permitem a administração de fármacos a doentes com comprometimento da via oral, com náuseas ou inconscientes;

 Baixa variabilidade inter- e intra-individual;

 Possibilitam o término do tratamento a qualquer momento, por remoção do patch.

As desvantagens compreendem:

 Custos elevados de produção;

 Possível irritação no local de aplicação do patch, bem como eritema,

prurido e edema local que podem dever-se ao fármaco, adesivo ou excipientes;

 Limitação do tipo de fármacos utilizados, devido à baixa permeabilidade

cutânea;

 Dosagens limitadas.

Como os transdérmicos podem ser classificados?

Podem ser classificados de acordo com a disposição do fármaco no dispositivo:

• sistemas contendo o fármaco no adesivo;

• sistemas contendo o fármaco no adesivo multilaminado;

• sistemas de reservatórios e,

• sistemas matriciais.

Como penetram na pele?

A penetração cutânea de fármacos envolve a sua passagem através das várias camadas cutâneas, sendo esta feita por difusão, existindo diversas vias pelas quais os fármacos atingem a circulação sistêmica, nomeadamente as vias transcelular, intercelular e folicular.

Figura 1: Fases da libertação transdérmica de fármacos.

[Fonte: www.chemeng.tsinghua.edu.cn/research/divisions/biochem/Lab_biochem]

DESENVOLVIMENTO DO ADESIVO TRANSDÉMICO:

O desenvolvimento destes sistemas é considerado uma atividade multidisciplinar que envolve a seleção de um fármaco, desenvolvimento do sistema terapêutico mais adequado atendendo às propriedades físico-químicas desse fármaco, estudos de permeação in vitro e in vivo, estabilidade e aspecto final do adesivo.

Figura 2: Fases de desenvolvimento dos sistemas adesivos transdérmicos.

[Fonte: Adaptado de KELEB, E. et al (2010); Transdermal Drug Delivery System- Design and Evaluation. International Journal of Advances in Pharmaceutical Sciences, pp. 205]

PROPRIEDADES IDEAIS DE UM SISTEMA ADESIVO TRANSDÉRMICO

O desenvolvimento dos sistemas adesivos para administração transdérmica de fármacos exige requisitos próprios, seguindo-se os ideais:

• Perfis farmacocinético e farmacodinâmico que permitam uma liberação constante de fármaco e por um período de tempo prolongado;

• Prazo de validade até 2 anos;

• Tamanho do adesivo < 40 cm2;

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