Alcatrão E Derivados

2.3 ALCATRÕES E DERIVADOS

Devido a necessidade de materiais adequados para o revestimento, tanto de estruturas, quanto para a pavimentação de rodovias, o alcatrão é uma substância que gerou grande interesse nos setores industriais e no de obras públicas.

Essa substância é obtida pelo carvão de pedra (hulha), que é aquecido no vácuo e começa a se decompor quando a temperatura alcança em torno de 450 °C, expelindo substâncias voláteis que o mesmo contém e deixando um resíduo, o coque. À medida que se formam, e com o aumento progressivo da temperatura, os produtos mais voláteis, nos qual predomina a água e o alcatrão, são retirados da câmara e submetidos a um processo de resfriamento. Assim, quando ocorre a condensação da água, também se separa parte dos componentes solúveis. Os vapores não condensáveis são passados através de equipamentos e aí lavados com água ou com uma solução fraca de ácido sulfúrico, que absorve a amônia presente. Finalmente, o gás já resfriado, é tratado sobre carbono ativado, para que as substâncias de ponto de volatização baixo sejam retiradas.

São vários os derivados do alcatrão, que constituem matérias-primas essenciais para um grande número de indústrias. Alguns exemplos são os hidrocarbonetos, ácidos carboxílicos, bases nitrogenadas, substâncias sulfurosas e outros. Para que se conseguir obter essas substâncias, é preciso fazer a destilação fracionada do alcatrão em caldeiras especiais. É daí que surgem os três grandes grupos em que se dividem: os produtos leves, médios e pesados.

Todos esses produtos podem ser submetidos a uma nova e mais intensa destilação, levando a derivados de aplicação tanto na área da medicina, como da indústria. O líquido espesso, resultados da destilação do alcatrão, é amplamente utilizado em vias públicas, impermeabilização de tetos e na fabricação de vernizes, como é o caso do piche.

No campo da medicina, os derivados do alcatrão encontram uma grande variedade de aplicações, em virtude de suas propriedades antissépticas ou analgésicas. Tornou-se comum o uso de ácido fênico e outros derivados da tratar feridas e desinfetar instrumentos de cirurgia. Os laboratórios farmacêuticos também utiliza-se desses produtos para preparar aspirinas, sacarinas e sulfas. Na indústria petroquímica, eles recorrem a diversos desses derivados, na fabricação de coisas como baquelite e nylon. Até mesmo na produção de explosivos alguns derivados são utilizados, como é o caso do trinitrotolueno (TNT).