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Alzheimer e esquizofrenia

Por:   •  30/4/2016  •  Seminário  •  7.073 Palavras (29 Páginas)  •  390 Visualizações

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Esquizofrenia e Alzheimer

SEMINÁRIO DE 19/04/2015

Esquizofrenia

  1.  Conceito

O histórico conceitual da esquizofrenia data do final do século XIX e da descrição da demência precoce por Emil Kraepelin. Outro cientista que teve importante influência sobre o conceito atual de esquizofrenia foi  Eugen Bleuler. Kraepelin (1856-1926) estabeleceu uma classificação de transtornos mentais que se baseava no modelo médico. Seu objetivo era delinear a existência de doenças com etiologia, sintomatologia, curso e resultados comuns. Ele chamou uma dessas entidades de demência precoce, porque começava no início da vida e quase invariavelmente levava a problemas psíquicos. Seus sintomas característicos incluíam alucinações, perturbações em atenção, compreensão e fluxo de pensamento, esvaziamento afetivo e sintomas catatônicos.

A esquizofrenia é uma doença psicótica. Esse estado mental indica uma perda de contato com o real. A pessoa que atravessa uma crise psicótica pode ter alucinações, delírios, mudanças comportamentais e pensamento confuso. Estes sintomas estão aliados a uma carência de visão crítica, que leva o indivíduo a não reconhecer o caráter estranho do seu comportamento. A apresentação é complexa e afeta tanto homens quanto mulheres em proporções semelhantes. Entre as causas estão fatores genéticos e ambientais, especialmente àqueles que afetam o cérebro em desenvolvimento. Existem evidências de que o uso de alguns tipos de drogas ilícitas pode causar essa doença (ex.: maconha).

As principais manifestações envolvem perturbação do pensamento, da afetividade e da interação social; que se iniciam preferencialmente no início da idade adulta e determinam sérias dificuldades ao indivíduo no campo pessoal, familiar, ocupacional e social.

  • Anedonia ou perda da capacidade de sentir prazer foi proposta como a característica central ou cardinal da esquizofrenia.
  • Anedonia física abrange a perda de prazeres como admirar a beleza do pôr-do-sol, comer, beber, cantar, ser massageado.
  • Anedonia social abrange a perda de prazeres como estar com os amigos ou estar com outras pessoas.

O embotamento afetivo foi considerado comum, mas não onipresente, em pacientes com esquizofrenia, sendo também comum em pacientes depressivos. Os déficits cognitivos foram relacionados como características importantes da esquizofrenia desde as descrições originais de Kraepelin e Bleuler.                                                                      

Uma pessoa somente desenvolve a esquizofrenia se houver, de um lado, uma herança genética e, de outro, fatores ambientais de risco, capazes de torná-la biologicamente vulnerável para o transtorno,

Indivíduos com maior carga genética (maior número de genes para a esquizofrenia), por exemplo, podem adoecer com insultos ambientais mais brandos ou em menor número do que aqueles com menor carga genética, que precisariam de um componente ambiental mais forte.

  1. Epidemiologia

A epidemiologia estuda a distribuição das doenças nos grupos populacionais quanto a sua magnitude e natureza.

A esquizofrenia é uma doença mental grave que afeta mais de 21 milhões de pessoas em todo o mundo. É caracterizada por uma distorção de pensamento, percepções, emoções, língua, autoconsciência e comportamento. Algumas das experiências mais comuns são o fato de vozes e ilusões auditivas.

Em todo o mundo, a esquizofrenia está associada a uma incapacidade significativa e pode afetar o desempenho educacional e de trabalho. Pessoas com esquizofrenia têm entre 2 e 2,5 vezes mais probabilidade de morrer em uma idade precoce que toda a população. Isto é geralmente devido a doenças físicas, tais como doenças cardiovasculares, metabólicas e infecciosas.

A doença é muito comum em todo o mundo, afetando cerca de 50 milhões de indivíduos (1% de população adulta) e atingindo as pessoas sem distinções culturais, econômicas ou sociais. Na maioria dos doentes, a doença inicia-se entre os 13 e os 25 anos de idade, mas segundo um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a incidência desta doença, ou seja, o número de novos casos que se verificam anualmente, oscila entre 7 e 14 em cada 100 mil habitantes, com idades compreendidas entre os 15 e os 54 anos, quando o corpo está sob a grande influência das grandes alterações hormonais e físicas da adolescência e do início da idade adulta. Mesmo assim após os 40 anos o desenvolvimento da esquizofrenia é menos frequente.

Um fator importante relacionado com o curso da esquizofrenia emerge da comparação entre pacientes esquizofrênicos de países desenvolvidos e países em desenvolvimento. No estudo multicêntrico IPSS (International Pilot Study of Schizophrenia)  observaram que a proporção de pacientes com curso grave nos países desenvolvidos foi significativamente maior do que a verificada em pacientes de países menos desenvolvidos.

Os estudos epidemiológicos realizados no Brasil originam estimativas de incidência e prevalência compatíveis com as observadas em outros países. Não há consistência de possíveis diferenças na prevalência da esquizofrenia entre sexos, independentemente da metodologia empregada nos diferentes levantamentos epidemiológicos.

O começo da doença é mais precoce no homem do que na mulher. Entretanto, na presença de história familiar positiva para distúrbios psicóticos, a idade de início é mais precoce para homens e para mulheres.

As mulheres apresentam um curso mais brando da esquizofrenia e, portanto, um melhor prognóstico e uma melhor possibilidade de adaptação social. Dados de estudos multicêntricos sugerem que os pacientes de países menos desenvolvidos apresentam um prognóstico melhor na esquizofrenia.

  1. Causas

Ainda não se conhecem as causas exatas da esquizofrenia. Sabe-se que a hereditariedade é um fator importante, pois pessoas que têm um familiar com esquizofrenia têm maior chance de desenvolver a doença, mas ainda não se conhecem os genes envolvidos. 

Em gêmeos idênticos, se um dos irmãos tem a doença, em 50% dos casos o outro irmão também a terá. Isto mostra a importância dos fatores genéticos, mas também que apenas a carga genética não é suficiente para a manifestação da doença, pois ocorrem casos de esquizofrenia em famílias que não tinham histórico da doença.

Alguns pesquisadores acreditam que a esquizofrenia é resultado de uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Certas pessoas nascem com essa tendência, mas o problema só aparece se forem expostas a determinados fatores ambientais. 

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