Asma Ocupacional
Ensaios: Asma Ocupacional. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: hilton1986 • 24/10/2014 • 3.503 Palavras (15 Páginas) • 319 Visualizações
Informações Médicas Home Versão em PDF Copyright © 1997 - 2012 Dr. Pierre d'Almeida Telles Filho
Asma Brônquica
Tipos de Asma
Asma Ocupacional
As vias aéreas, das fossas nasais aos alvéolos, mantêm contato com 14.000 litros de ar, durante as 40 horas semanais de trabalho, sendo que a atividade física quando presente aumenta a ventilação e expõe o indivíduo a maior concentração de substâncias, que podem alcançar até 12 vezes os níveis de repouso.
A asma é a causa mais comum de doença respiratória relacionada ao trabalho, tendo ultrapassado a asbestose e a silicose nos países industrializados, sendo responsável por 1-2% do total de casos (1). Aproximadamente 3.000 novos casos são relatados por ano no Reino Unido (2), onde a incidência na população que trabalha é > 20:1.000.000. Um estudo recente avaliou uma grande população de adultos jovens da Europa e de outros países industrializados, estimando-se entre 5 e 10% os casos de asma secundária à exposição ocupacional (3). A prevalência da asma ocupacional varia em função da profissão e da substância a qual o trabalhador fica exposto. A prevalência pode ser alta como 50% naqueles expostos a enzimas proteolíticas (4) e baixa, cerca de 5% em alguns grupos de pacientes expostos a isocianatos (5) ou poeira de madeira de cedro (6). O tempo médio para a suspeita pelo médico de asma ocupacional é de 2 anos e para o diagnóstico final de 4 anos (2).
Epidemiologia
São poucos os estudos sobre a incidência da asma ocupacional. Eles são importantes pois a duração dos sintomas varia, o que torna difícil a interpretação da prevalência. Os indivíduos sintomáticos que atribuem seus sintomas à exposição profissional mudam frequentemente de emprego, e muitos mudam inclusive a área de trabalho. As informações disponíveis sobre a incidência de asma ocupacional provêm, na Europa, de dados estatísticos do sistema de compensação previdenciário e de um pequeno número de programas de controle iniciados em diferentes países.
O sistema implantado na Finlândia é o mais antigo, criado em 1923, e talvez o mais completo (7). Os relatórios são emitidos pelo FIOH (Finnish Institute of Occupational Health) baseados em três fontes: médicos pneumologistas, sistema de compensação e companhias de seguros, e casos diagnosticados pelo próprio FIOH. Como as companhias de seguros exigem provas irrefutáveis, o diagnóstico de asma ocupacional e sua ligação aos agentes causais são geralmente bem estabelecidos.
No Reino Unido, as informações são provenientes de uma fonte oficial e de dois programas voluntários iniciados em 1989: os programas SHIELD da região de West Midlands (8) e SWORD (Surveillance of Work-related and Occupational Respiratory Disease) (9). O projeto SWORD é baseado em notificações de novos casos de asma por pneumologistas e médicos do trabalho do Reino Unido. Os critérios de diagnóstico não são específicos: os participantes devem relatar todos os casos de doença respiratória que julguem ser devido à exposição no trabalho. O sistema de compensação cobre somente 23 agentes, sendo que em 1993, uma categoria "aberta" foi introduzida.
Asma Brônquica/Asma Ocupacional :: Dr. Pierre d'Almeida Telles Filho
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O sistema adotado pelos Estados Unidos é diferente dos sistemas europeus. O programa SENSOR (Sentinel Event Notification System for Occupational Risks) (10) não visa a obtenção de índices epidemiológicos e sim a identificação de casos sentinelas potencialmente perigosos, em vista de uma intervenção investigativa e preventiva sobre o local de trabalho. Os critérios para o diagnóstico são precisos: a asma deve ser diagnosticada por um médico e a associação asma/trabalho deve ser demonstrada. Além disso, o agente implicado deve ser conhecido por sua associação com a asma ou por ser capaz de provocar piora da função pulmonar ou aumento da responsividade brônquica.
Na França, as primeiras informações epidemiológicas sobre a asma ocupacional foram coletadas somente em 1993, quando de uma pesquisa efetuada através de um questionário realizado com todos os médicos do trabalho pela Sociedade Francesa de Medicina do Trabalho e pela Associação da Asma (11). Em 1996 a Sociedade de Pneumologia de Língua Francesa e a Sociedade Francesa de Medicina do Trabalho criaram a ONAP (Observatoire National des Asthmes Professionnels) inspirada no programa britânico SWORD (9). Nos anos de 1996 e 1997 a ONAP computou cerca de 1.000 fichas de avaliação de asma ocupacional (704 homens e 368 mulheres) obtidas através de notificações de serviços hospitalares (18%), profissionais liberais (9%), médicos do trabalho (12%), especialistas em patologias profissionais (54%) e outros (4%). Dentre estas fichas, 854 (80,5%) eram casos típicos de asma ocupacional, 52 (4,9%) casos de síndrome de disfunção reativa das vias aéreas e 155 (14,6%) de sindromes asmáticas atípicas. Para o ano de 1996 a ONAP recenseou 394 novos casos de asma profissional sendo a incidência desta patologia neste ano de 17:1.000.000 de trabalhadores.
Na Alemanha, todas as empresas são obrigatoriamente filiadas a Berufsgenossenschaft, um organismo público legislativo (12). Desta forma, todos os trabalhadores, assalariados e também os autônomos, estão protegidos pela lei. Dentre as finalidades da Berufsgenossenschaft temos: prevenção de acidentes e doenças do trabalho, controle de riscos para a saúde no local de trabalho, tratamento, reabilitação e compensação e auxílio doença. Três categorias de doenças obstrutivas profissionais são reconhecidas: causadas por sensibilizantes, por irritantes químicos e tóxicos, e as secundárias à exposição de isocianatos, classificadas separdamente.
Classificação e Diagnóstico
A asma relacionada ao trabalho pode ser classificada em dois tipos: asma agravada pelo trabalho e asma ocupacional; de acordo com o conhecimento da etiologia e fisiopatologia (Tabela 1).
Tabela 1 – Tipos de Asma Relacionadas ao Trabalho
Asma Relacionada ao Trabalho
1. – Asma Agravada pelo Trabalho
2. – Asma Ocupacional
2.1 – Síndrome da Disfunção
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