Candidiase
Exames: Candidiase. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: DariBorges • 23/8/2013 • 9.315 Palavras (38 Páginas) • 1.544 Visualizações
1 INTRODUÇÂO
A candidíase é uma micose oportunista primária ou secundária, endógena ou exógena, causada por leveduras do gênero Candida (BARBEDO & SGARBI, 2010).
As leveduras do gênero Candida têm considerável atenção por colonizarem com alta frequência o hospedeiro humano (BARBEDO & SGARBI, 2010).
No tubo gastrointestinal espécies de Candida são encontradas cerca de 20% a 80% na população adulta sadia. Nas mulheres cerca de 20% a 30% exibem a invasão da Candida na vagina. A microflora vaginal representa um dos mecanismos de defesa natural da mulher, quando sadio impede a proliferação de microrganismos estranhos na mesma (COLOMBO & GUIMARÃES, 2003; LINHARES et. al., 2010).
Para se tornarem patogênicos esses microorganismos sofrem alterações nos mecanismos de proteção do hospedeiro ou o comprometimento das barreiras anatômicas e até mesmo os processos invasivos médicos e queimadura ocasionam as alterações dos mecanismos de proteção do hospedeiro podem decorrer de mudanças fisiológicas que ocorrem na infância ou até mesmo no envelhecimento. Infecções por Candida abrangem um amplo aspectos de patologias aparentes e agressivas, acometendo com muita facilidade pacientes sujeitados a diversos fatores de risco. Infecções de pele e mucosas são relatadas em pacientes sadios com poucas alterações no local da resposta do hospedeiro no sitio da infecção por Candida. As infecções sistêmicas por Candida podem danificar vísceras como decorrência de dispersão hematogênicada levedura pelo organismo, complicações infecciosas estas comumente relatadas em pacientes cruciais, portadores de patologias degenerativas e/ou neoplásicas (COLOMBO & GUIMARÃES, 2003).
O diagnóstico da candidíase deve ser o mais rápido possível para inclusão do tratamento, ele pode ser de difícil diagnóstico pelo fato de ausência de sintomas clínicos e demora de resultados em métodos de diagnóstico tradicional (MIMICA, 2009).
Os principais grupos de agente antifúngicos mais indicados no Brasil para o tratamento de espécies de Candida são à base dos antibióticos poliênicos anfotericina B e nistatina, tendo também grande efeito sobre estas os derivados azólicos que possuem entre dois a três átomos de nitrogênio no anel azólico sendo denominados imidazólicos (cetoconazol e miconazol) ou triazólicos (itraconazol, fluconazol e voriconazol) (RIBEIRO et. al., 2004).
Os métodos de profilaxias são voltados principalmente ao combate das manifestações clínicas superficiais, com o tratamento correto, para que estas não evoluam para a candidíase sistêmica que é considerada a forma mais agressiva desta patologia (MOREIRA, 2005).
Este trabalho tem por seu objetivo realizar uma revisão bibliográfica e estudos baseados em artigos científicos, sobre seu tema principal, candidíase, dando enfoque em seus tipos diferenciados, o fungo causador, como é, onde ele age, uma breve pauta sobre seu histório de como surgiu esta patologia e o porquê de seu nome, este trabalho também abrange o seu diagnóstico e tratamento.
2 HISTÓRICO
“O gênero Candida, subdividido em cerca de 200 espécies, tem o seu nome derivado do latim onde candidus significa branco” (RIBEIRO, et. al., 2010).
Hipócrates (660 a.C.) e Galeno (130 a.C.) descreveram uma forma de aftas brancas habitadas na boca que provavelmente era candidíase oral (CARRATTA et al, 1992). Já Anton van Leeuwwenhoek (1632-1723), inventor do microscópio, foi a primeiro a ver estes fungos após colheita da placa (RIBEIRO, et. al., 2010).
As espécies patogênicas mais importantes são Candida albicans, Candida tropicalis, Candida parapsilosis, Candida krusei, Candida glabrata e, Candida guilliermondii todos tem origem no latim ou grego. Para chegar a essas nomenclaturas eles descreveram o fungo, a fonte do seu isolamento, ou o nome de uma pessoa. Essas diferentes nomenclaturas são controversas (COLOMBO & GUIMARÃES, 2003).
A Candida albicans advém do latim do verbo albicare que quer dizer branquear (COLOMBO & GUIMARÃES, 2003). Porém como a Candida albicans é a espécie mais comumente isolada de pacientes, já teve em torno de vinte nomenclaturas, possivelmente porque os pesquisadores foram encontrando os fungos na natureza, em animais e humanos e dando diferentes nomes, ignorando que estavam se referindo ao mesmo organismo (CARRATTA et al, 1992).
O nome mais antigo conhecido para a Candida albicans foi Oidium albicans, dado por Charles-Philippe Robin, em 1843, pioneiro no estudo da biologia celular. B. Langenbeck, em 1841 encontrou fungos em lesões orais e estabeleceu a etiologia fúngica do “sapinho” oral inoculando bebês sadios com material membranoso oriundo de “aftas” (CARRATTA et al, 1992).
Em 1861, Zenker descreveu o primeiro caso de candidíase profunda e posteriormente Plaut , em 1885, e Zopf, em 1890, mudaram seu nome para Monilia albicans, que se manteve até os anos vinte do século XX (RIBEIRO, et. al., 2010). O nome atualmente aceito, Candida albicans, foi introduzido por Christine Marie Berkhout botânica e micologista alemã, que em 1923 fez descrição do gênero Candida na sua tese de doutorado na Holanda (RIBEIRO, et. al., 2010).
Em 1940, foi noticiado o primeiro caso de endocardite causada por Candida Albicans, por H. Joachim e S. Polayes e pode-se dizer que pode causar infecção em qualquer tecido, já que a mesma atinge a circulação sanguínea (COLOMBO &GUIMARÃES, 2003). A candidiase vulvovaginal foi relatada pela primeira vez por Wilkinson em 1949, que relacionou a existência do fungo na vagina e o aparecimento de vulvovaginite (ÁLVARES et. al., 2007).
A Candida glabrata foi chamada de Cryptococcus glabrata por Anderson em 1917.J.Lodder e N.F. deVries, em 1938, chamaram-na de Torulopsis glabrata.O gênero Torulopsis havia recebido este nome de A.N.Berlese, em 1895 e dois pesquisadores, David Yarrow e Sally A. Meyer, em 1978, batizaram com seu nome atual (COLOMBO & GUIMARÃES, 2003).
Aldo Castellani bacteriologista italiano, enquanto trabalhava, diferenciou várias espécies de Candida, uma das espécies ele batizou de Oidum tropicale, e também outras espécies ele chamou Monilia tropicalis, Candida vulgaris, Mycotorula dimorpha, Candida paratropicalis e Christine Marie Berkhout introduziu o nome atual Candida tropicalis, em 1923 (COLOMBO & GUIMARÃES, 2003).
Para a Candida parapsilosis existiam vários nomes anteriores entre eles Monilia
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