Casais com HIV que vivem juntos
Por: acnobre • 29/10/2018 • Trabalho acadêmico • 1.881 Palavras (8 Páginas) • 267 Visualizações
FACULDADE
CURSO
NOME
Casal com HIV que Vivem Juntos
2018
Nós não somos inimigos uns dos outros. Os verdadeiros inimigos são aqueles que tentam nos dividir em todos os tipos possíveis de grupos para criar guerras de gêneros, raças, rendas e idades
Ben Carson
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 2
O HIV nos dias de Hoje e sua Contextualização Social 3
Casais soroconcordantes e seu dia-a-dia. 4
Casais Sorodiscordantes e seu dia-a-dia 5
CONCLUSÃO 6
BIBLIOGRAFIA 7
INTRODUÇÃO
Durante a década de 80, pouco se sabia sobre o vírus HIV, patologia que causa imunodeficiência severa e afetiva, que começava, grande parte das vezes, como uma rara infecção pulmonar caracterizada por um sistema imunológico enfraquecido. Mas o que é o Hiv?
O HIV (Vírus da Imunodeficiência Adquirida) é um vírus responsável pelo surgimento da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Contraído a partir do contato direto do vírus com mucosas (nasal, oral, genital, anal, ocular), material pérfuro-cortante (agulhas) ou portas de entrada na pele. Após o primeiro contato, o vírus e atravessam a barreira da mucosa, infectando o interior das células do sistema imunológico (T4, monócitos, macrófagos e células dendríticas) e das células progenitoras hematopoiéticas, responsáveis pelo potencial de dar origem a todos os tipos de células sanguíneas.
Ao aderir-se as células, o vírus HIV engloba seu material genético ao celular utilizando a enzima sintetizada Transcriptase reversa transcrevendo e traduzindo suas proteínas virais; durante esse processo, ocorre o enfraquecimento e diminuição das células de defesa, provocando a redução da imunidade.
No entanto, após a infecção viral, ocorre o momento de Latência, onde os anticorpos criados pelo organismo conseguem diminuir o número de vírus no sangue, aumentando o nível de linfócitos T4 no organismo; entrando nessa fase, o organismo do paciente não apresenta nenhum sintoma; enquanto a infecção se desenvolve com a carga viral aumentando levemente com o tempo junto com a redução lenta dos linfócitos.
Contudo, não ocorre apenas a queda das células de defesa. Durante esta fase, inicia-se um processo inflamatório generalizado crônico o qual aumenta o número de vírus circulando no organismo. Quando há a infecção pelo HIV juntamente ao aparecimento de uma ou mais infecções oportunistas ou secundárias, ocorre, então, o desenvolvimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
Para entender a vida de casais com HIV é necessário compreender o que é o vírus, conforme explicado, junto com um contexto atual de portadores e seus temores e barreiras enfrentadas para a aceitação e cuidado para a manutenção de uma vida saudável e tranquila.
O HIV nos dias de Hoje e sua Contextualização Social
Durante a descoberta da doença na década de 80 e 90, a falta de conhecimento sobre o vírus trouxe consigo estigmas sociais que se fixaram junto com estereótipos e fortes preconceitos na sociedade, sendo então o “terror” da época, funcionando como uma sentença de morte para os portadores. Entretanto, atualmente, com o enorme avanço da medicina, o maior mal acerca do vírus é o preconceito.
Em vista que trinta anos se passaram desde o conhecimento do vírus, o receio e o estereotipo sobre o assunto ainda é presente, principalmente em escolas fazendo com que o tema não seja debatido com profundida e clareza. “O Ministério da Educação, que deveria garantir que as escolas falassem sobre orientação sexual e gênero, retirou do documento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) trechos que falavam sobre o respeito a orientação sexual dos demais. “O Plano Nacional de Educação (PNE) foi aprovado pelo Congresso sem o trecho que fala sobre gênero ” (CAMPELO, 2017).
Graças ao estigma trazido do passado, muitas pessoas desconhecem a diferença entre o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e o da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Uma pessoa pode ser portadora do vírus HIV e não ter AIDS, que se manifesta quando as células do sistema imunológico ficam tão fragilizadas que deixam o corpo vulnerável a uma série de infecções oportunistas. Esse desconhecimento e confusão agrava um impacto psicológico que dificulta a aceitação de portadores que se fecham em barreiras de medo e solidão muitas vezes até levados a tentativas de suicídio. “Nos dois anos de convívio com o vírus, ele pensou em se matar oito vezes. A falta de apoio, o medo do preconceito, os estereótipos sobre a doença ainda o atormentam, a ponto de decidir não falar para família” (CAMPELO, 2017).
Todavia, o avanço médico trouxe consigo tratamentos altamente eficazes, que mesmo sem uma cura, proporciona a portadores uma diminuição e controle da quantidade de vírus no corpo, fazendo com que ele deixe de se reproduzir no organismo. Com a medicação ministrada de forma correta, o sistema imunológico não é afetado e a carga viral baixa até ficar indetectável, e entre dois a seis meses, deixando a carga viral indetectável diminuindo em aproximadamente 95% o risco do infectado transmitir o HIV, junto com uma expectativa de vida igual a de uma pessoa não portadora.
Casais soroconcordantes e seu dia-a-dia.
Na primeira detecção do vírus, o paciente e a família vivem momentos difíceis e geralmente não estão preparados para as mudanças. A descoberta da soropositividade para HIV causa um momento traumático e de intenso sofrimento psicológico. O diagnóstico exige enfrentamento e um longo período de adaptação, que gera consigo momentos de tristeza, incertezas e medo. Entretanto, a ideia de partilhar a situação com alguém que enfrenta o mesmo concebe um sentimento de força e cria um âmbito de ajuda mutua, apaziguando o psicológico do indivíduo.
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