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Desenvolvimento neurológico

Por:   •  29/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.700 Palavras (15 Páginas)  •  316 Visualizações

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A CRIANÇA EM CRESCIMENTO:

DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO

Segundo Papalia (2012) desde o momento da concepção até o momento da morte, os seres humanos passam por complexos processos de desenvolvimento. Como os seres humanos são pessoas inteiras, todos os aspectos do desenvolvimento estão interconectados, e todos desempenham um papel fundamental para esse processo.

Quando falamos em desenvolvimento não estamos nos referindo em uma determinada etapa, mas sim em um longo processo que estende-se por toda a vida. A psicologia do desenvolvimento é definida por Linda Davidoff (2010), em termos de ciclo da vida, no qual ela abrange a investigação do crescimento da estrutura física, o comportamento e o funcionamento mental desde qualquer ponto do tempo após o nascimento até qualquer ponto do tempo antes da morte. Dentre as varias áreas do desenvolvimento, este trabalho retratará como se dá o desenvolvimento neurológico desde a concepção até os 12 anos de idade, passando pelas primeiras formações anatômicas até a completa maturação do corpo, para que decorra seu bom funcionamento. Destacam-se ainda os fatores intervenientes que acompanham esse desenvolvimento em constante mutação.

DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO

  1. Definição e conceitos que envolvem o desenvolvimento neurológico:

Segundo Linda Davidoff (2010) o cérebro não é um órgão estático e fixo, pelo contrário, está em constante mutação. Através de décadas de estudos, foi constatado que o cérebro se adapta a necessidades mutáveis e também a lesões. Conforme amadurecemos, o cérebro é moldado, principalmente nos primeiros anos de vida, sendo influenciado pelo meio ambiente e por nossas experiências. A experiência individual faz com que mude, de varias formas, a quantidade e as propriedades de neurônios e conexões sinápticas.

A estrutura do cérebro é complexa, sendo o produto da interação entre fatores genéticos, epigenéticos e ambientais, como a hereditariedade, maturação e aprendizagem. Muitos teóricos diferem em linhas de pensamento a respeito do desenvolvimento neurológico, sendo que alguns defendem sobre a influência do ambiente neste desenvolvimento e outros não. Segundo o neurologista Rubens Wajnsztejn, “a maturação do sistema nervoso é definida como o desenvolvimento das estruturas corporais neurofisiológicas, determinado pelas potencialidades inatas e independentemente de experiência prévia, que poderá tanto possibilitar quanto limitar o desenvolvimento do comportamento”.

Principais elementos do cérebro

Tronco encefálico: controla as funções corporais básicas como respiração, sono, circulação e reflexos.

Cerebelo: coordeno a atividade sensório-motora.

Encéfalo: controla pensamento, memória, linguagem e as emoções, bem como os inputs sensoriais, e controle motor inconsciente. O encéfalo está dividido em lobo occipital, lobo temporal, lobo parietal e lobo frontal.

  1. Análise de fatores intervenientes à ele relacionados:

Fatores Relacionados

 Segundo estudos de Bruno Neto (2007), ao nascimento, o número de neurônios existentes em nosso sistema nervoso é muito maior do que precisamos para realizar nossas atividades físicas e mentais. No entanto, o bebê não consegue realizar tarefas que parecem simples como falar, controlar o ato de urinar, e simplesmente ficar de pé. Isto decorre da imaturidade biológica do sistema nervoso. Apesar de ter um número excessivo de neurônios, estas células ainda não estão se comunicando adequadamente, devido às poucas conexões neuronais e ao processo de mielinização incompleto.

Além dos fatores genéticos, o meio ambiente também serve de estímulo para o desenvolvimento neurológico. A medida que novos estímulos vão sendo incorporados na vida de um sujeito, novas conexões são exigidas, e os comportamentos motores, intelectuais e vegetativos sofrem processo de amadurecimento.

Mielinização

A velocidade da informação transmitida entre os neurônios depende do fato de o axônio ser coberto pelo material gorduroso chamado bainha de mielina. Isto é, um revestimento de células gliais especializadas que se enrolam no axônio, uma após a outra, com pequenos intervalos entre elas. Esta fragmentação da bainha faz com que os impulsos corram em uma condução saltatória, melhorando a velocidade da condutividade dos potenciais de ação.

A mielinização possui alguns períodos críticos, quando ocorre a maturação praticamente completa de determinada área de desenvolvimento, como por exemplo visão, audição, motora, intelectual, etc. Caso estes conhecimentos não sejam adquiridos neste período critico, ou sejam de forma não tão eficaz, não poderá ser incorporado pelo sujeito numa fase posterior de desenvolvimento.

Plasticidade Cerebral

Também decorrente de um período critico, o cérebro, com sua plasticidade, é capaz de se adaptar, fazendo novas conexões neuronais - em constante construção, com novos estímulos, a cada nova necessidade de interação e, principalmente, a cada nova aprendizagem -, assim como capaz de refazer redes neurais quando uma parte é lesada. Devido a plasticidade, novos circuitos neuronais são ativados e novas sinapses são formadas. Os neurônios envolvidos nesse processo ativo, aumentam o seu vigor funcional reduzindo a possibilidade de serem eliminados através da apoptose.

Apoptose

A apoptose neuronal é uma espécie de poda (morte neural programada) que ocorre em todo cérebro quando alguns neurônios não estão em constante uso. Segundo Linda Davidoff, os bebês chegam ao mundo com muitas organizações potencias do cérebro. Eles têm neurônios e fibras em quantidade superior às necessárias e desenvolvem excessivo número de sinapses. Normalmente no período inicial de vida há inúmeras podas neurais em todo o cérebro, que permitem a morte de alguns para dar espaço à outros que, em constante uso, podem se desenvolver com mais eficácia.

Poda Neural

Durante a etapa pré-natal e a primeira infância, o cérebro produz muitos mais neurônios e conexões sinápticas do que necessitará, como uma forma de garantir que uma quantidade suficiente de células chegue a seu destino e que conectem-se de forma adequada. No entanto, para se organizar, o sistema nervoso programa a morte celular de vários neurônios (apoptose) e a poda de milhares de sinapses que não estabeleceram conexões funcionais ou que “já cumpriram sua tarefa”. As sinapses que envolvem “neurônios competentes e ativos na rede” são as que permanecerão e a funcionalidade de cada um destes circuitos neuronais é o que nos permitirá aprender, memorizar, perceber, sentir, mover-nos, ler, somar ou emitir, desde respostas reflexas até as mais complexas análises relacionadas à física quântica.

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