Distribuição Trimodal das Mortes: Trauma
Por: Marcelarivass • 13/5/2020 • Dissertação • 2.598 Palavras (11 Páginas) • 635 Visualizações
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Distribuição trimodal das mortes:
Pico 1: segundos- minutos após o trauma eles morrem
- Causa da morte:lesões gravíssimas, que na maioria das vezes morre la no lugar
- Tratamento: não tem. Só tem prevenção
Pico 2: o que mais cai em prova! De minutos até 24horas após o trauma, 30% das mortes.
- Causas de morte: Lesões passíveis de tratamento!
- Tratamento: Sistema de Saúde + ATLS
Pico 3: > 24 horas (+- 20% das mortes)
- Causas de morte: Principalmente complicações da internação como sepse e disfunção múltipla de órgãos e sistemas, e TEP (gordurosa, etc)
- Tratamento: Sistema de saúde + boa medicina.
Avaliação primária:
ABCDE- via aérea, respiração, circulação, neurológico, exposição.
- Atenção a segurança do local!! Primeira coisa!!
A - AIRWAY:
- Controle da coluna
- Estabilização manual da coluna, colar cervical + prancha rígida.
- Via aérea - ponto fundamental da VA. Está pérvia? Fonação preservada = via aérea pérvia!!
- Vou pro “B”: O2 > = 10L/ min
- Armadilhas do “A”: indicações de via aérea artificial:
- Apneia
- Proteção da via aérea: paciente sangrando e vc tem medo dela broncoaspirar
- TCE grave - Glasgow menor ou igual a 8.
- Incapacidade de manter oxigenação com a máscara
- Tipos de via aérea artificial:
- Definitivas x temporárias
- Definitivas: protegem a via aérea pq existe um balonete insuflado na traqueia.
- Intubação oro
- O tempo de intubação é uma apneia, na parada são 10 segundos.
- Intubação assistida por drogas = intubação por sequência rápida.
- Tubo orotraqueal bem colocado: uso exame físico + capnografia + Rx de tórax.
- Alternativas a IOT: máscara laríngea e combitubo, se vc não conseguiu intubar, vc pode usar a máscara ou o combitubo desde que a cara dele não esteja detonada.
- E se eu não consigo ou não posso intubar? O “crico” eu faço?
- Intubação naso: contraindicada em apneia
- Cricotireoidostomia cirúrgica: não é do cirurgião, é do emergencista.
- Incisão ao longo da membrana cricotireoidiana.
- Contraindicação absoluta: criança com menos de 12 anos de idade, ou eu não sei fazer. Ai vc faz a crico por punção: via aérea temporária
- Traqueostomia (procedimento eletivo e não de urgência no trauma)
- Temporárias:
- Máscara laríngea, combitubo
- Cricotireoidostomia por punção
- Usa gelcro 14.
- Depois de fazer a punção coloca uma dupla via de soro. 40-50 PSI 15L/ min. Quando coloca o dedo faz a inspiração e quando tira o dedo faz a expiração, isso em relação 1:4 segundos (I:E) Durante 30-45 min.
- Posso fazer em menores de 12 anos
- A melhor é a definitiva, dentro da definitiva a melhor é a intubação orotraqueal (preferencial)
B - BREATHING
- O2
- Exame físico respiratório
- Oxímetro
- 3 armadilhas do B:
- Pneumotórax (hipertensivo e aberto) e o hemotórax
- Pneumotórax hipertensivo:
- Fisiopatologia: Clássico: lesão em “saco de papel”. O ar entra e não consegue sair. Começa a se formar uma bolota de ar no seu hemitórax. Bolota de ar que empurra o mediastino, ai vc observa o desvio da traqueia.
- Clínica; desvio de traquéia, turgência jugular, percussão timpânica ou hipertimpânica, ausculta com murmúrio vesicular abolido.
- A pessoa vai morrer chocado pq o retorno venoso fica prejudicado, ai a pessoa apresenta quadro de choque obstrutivo.
- Diagnóstico é clínico, não se pede exame de imagem para fazer o diagnóstico!
- Conduta: tratamento imediato. Toracocentese de alívio. No adulto deve ser realizado: nas crianças -12 anos???? no segundo espaço intercostal, linha hemiclavicular. No adulto: no mesmo local da drenagem pleural (toracostomia) no 5º espaço intercostal, entre as linhas axilares anterior e média.
- Conduta definitiva: drenagem em selo d’água. Vc faz uma toracostomia com selo d’água, no 5º espaço intercostal entre as linhas axilares anterior e média.
- Pneumotórax aberto:
- Fisiopatologia: trauma penetrante: orifício > ⅔ do diâmetro da traqueia. o ar entra e sai, não atinge o mediastino daquele jeito pq o buraco é grande.
- Conduta imediata: curativo em 3 pontas
- Conduta definitiva: mesma do hipertensivo. toracostomia com selo d’água. Primeiro dreno e depois suturo.
- Pegadinhas do pneumotórax:
- Nem todo pneumotórax precisa ser drenado. Se ele for simples e pequeno (acomete 20 a 30% do hemitórax) eu não preciso drenar. Mas se eu tiver uma situação em que ele pode aumentar a pressão intratorácica tenho que drenar: em situações de transporte aéreo ou ventilação mecânica, ai eu tenho que drenar mesmo sendo pequeno e simples.
- Drenou pneumotórax e não melhorou? 1º checa a técnica (esqueceu de abrir o dreno). se não pode ser lesão de brônquio fonte. É uma lesão de Grande via aérea, cada vez que respira entra mais ar pro lado lesionado. o dreno não é capaz de esvaziar o ar do hemitórax.
- É necessário passar um segundo dreno ou fazer uma intubação seletiva como conduta imediata
- O diagnóstico disso é através de broncoscopia
- O tratamento: toracotomia (sem o S kk )
- Hemotórax
- Fisiopatologia: normalmente relacionado a trauma penetrante E normalmente os vasos acometidos são vasos hilares ou sistêmicos (vasos de baixa pressão, por isso normalmente auto limitado), geralmente quando ele chega pra vc ele já parou de sangrar.
- Clínica: pode ter desvio de traquéia, jugular colabada pq tem choque hipovolêmico. Percussão maciça, ausculta com diminuição do murmúrio vesicular. o choque não vai ser obstrutivo, vai ser hipovolêmico. Hipotenso
- Conduta: toracostomia com drenagem em selo d’agua
- Pegadinha do hemotórax:
- Indicações de toracotomia no hemotórax: se ta sangrando demais, e vc acha que não foi lesão de vasos de baixa pressão.
- Drenagem imediata de 1500 ml.
- Drenagem de 200 ml/ hora durante 2 a 4 horas
- Necessidade persistente de transfusão.
C - CIRCULATION
- Choque + comum:
- hipovolêmico
- Focos de sangramento: tórax, abdome, pelve e osso longo (tipo fêmur com fratura muito grave)
- Conduta: acessos intra venosos = periféricos
- Não conseguiu IV: intra ósseo, central, safena.
- 2 acessos.
- Cristaloide aquecido a (37-40º). em adulto é 1 litro e em criança é 20 ml/kg. Se não respondeu da sangue pra ele.
- Classificação da perda volêmica:
- Classe I até classe IV
- PA e FC - montar tabela
- Classe I: PA normal , Frequência cardíaca normal. / Perda volêmica: pequena <750 ml
- Classe II: Pa normal + FC > = 100 / Perda >= 15% / >750 ml
- Classe III: PA diminuida + FC >= 120 / Perda >30% / >1500 ml
- Classe IV: Pa diminuida + FC >= 140 / Perda >40% / >2000 ml
- Avaliação da resposta:
- Sinais vitais ( tabela no slide resumo)
- Sem resposta: Transfusão maciça. Tem que fazer acido tranexâmico 1g por IV (só até 3horas após o trauma) + 1 grama ao longo de 8 horas.
- Cateterismo para ver diurese (alvos)
- 0,5 ml/kg/ h = adultos yyuç
- 1 g ml/kg/h = crianças
- Cuidado se tem::
- Sangue no meato
- Hematoma perineal ou escrotal
- Retenção urinária ou fratura de pelve.
- Pq nesses casos vc tem que investigar antes de passar o cateter vesical, fazendo uma uretrografia retrógada ANTES do cateterismo . Se ta integro passa o cateter. Em caso de lesão de uretra= CISTOSTOMIA
- Resumão do C:
- Controle da hemorragia
- Compressão local
- Torniquete por até +-6 horas no paciente.
- Em cenario extrahospitalar vc tampona primeiro o sangramento, e ele ta falando. Por causa do phTLS- para médicos, eles fazem compressão primeiro.
- Toracotomia de reanimação
- 2 armadilhas do “C”
- Fratura pélvica
- Não se faz manobra, se ele refere dor, rotação estranha de MMII, retenção urinária. Pode fazer o paciente sangrar, mas an maioria das vezes não é a culpada por fazer o paciente chocar. O que faz o paciente chocar na fratura pélvica é a fratura em “livro aberto” provoca choque por lesão de plexo venoso. Ela é a mais rara de todas. É a que mais cai em prova.
- Conduta: amarra a pelve se ele ta instável. Amarra com um lençol, o nó deve ser a nóvel do grande trocanter do fêmur.
- Se não melhorou vc pergunta se tem ou não indicação de laparotomia ou não.
- Não melhorou?
- Sem sangue intraperitoneal
- Tamponamento pré-peritoneal
- Se não parou faz angioembolização (tratamento de sangramento arterial)
- Com sangue intraperitoneal
- Laparotomia
- Melhorou: chama o ortopedista
- Tamponamento cardíaco
- Fisiopatologia: trauma penetrante, começa a sair sangue de dentro do ventriculo pro saco pericárdico. Vc precisa de pelo menos entre 100-200 ml de sangue (foi rapido esse é o problema)
- Clínica: ventriculo não relaxa, ai da turgência jugular, ele não consegue relaxar e não consegue acomodar o sangue que vem das pernas, ai da hipotensão, e o sangue na frente gera hipofonese de bulhas. Isso é a tríade de Beck: turgência jugular, baixa PA, e hipofonese de bulhas
- Pulso paradoxal: por pouco sangue no VE, queda superior a 10 mmHg na pressão sistolica durante a inspiração. Na hora que o paciente inspira o pulso cai tanto que desaparece.
- Diagnóstico: Clínica + FAST
- Conduta temporária: pericardiocentese - vc tira 10-20 ml de sangue. Mas só é utilziada a temporaria se não posso passar direto pra definitiva.
- Conduta defnitiva: toracotomia (ESCOLHA). - Padrão ouro. Escolhe isso se tenho um cirurgião habilitado na sala de trauma.
D- DISABILITY
- Glasgow
- Pupilas
- Extremidades
E- EXPOSITION e ENVIRONMENT
- Exposição
- Preveção da hipotermia
TRAUMA DE TÓRAX
- Tórax instável
- Fisiopatologia: fratura de pelo menos 2 arcos costais consecutivos, e cada um tem que estar fraturado em 2 locais.
- Clínica: DOR (doi tanto que ele não consegue expandir ai ele morre de insuficiencia respiratória) + respiração paradoxal +
- Conduta: Oxigênio + analgesia + fisioterapia respiratória.
- Ele pode acabar indo pra insuficiencia respiratória pela dor e contusão pulmonar.
- Contusão pulmonar
- Intuba se PaO2 < 65 ou Sat < 90% vc deve considerar a IOT + ventilação mecânica
- Lesão de aorta
- Fisiopatologia: laceração ao nível do ligamento arterioso. Esse ligamento fica no nivel da emergencia da subclávia esquerad, essa laceração começa a sangrar e faz um hematoma. Ai o hematoma tampona a laceração. Pulsos em membros superiores estão bons, os pulsos em membros inferiores estão diminuidos.
- Diagnóstico: Clínica + imagem
- No raio-x: alargamento do mediastino, > 8 cm
- Perda do contorno aórtico
- Desvio do TOT/ CNG para direita.
- Exame + usado na pratica para diagnosticar: AngioTc de tórax.
- Exame padrão ouro: aortografia. Não sei a diferença entre angioTc e essa.
- Conduta:
- Tratar as outras lesões ou a aorta?? Bomba relógio no peito, que eu sei o tempo que tenho. 24horas. Se não morreu na hora aquele tamponamento é capaz de segurar a aorta por 24 horas. Então vai nas outras!
- Se o paciente ta estável eu início o beta bloqueador, se possível.
- Tratamento definitivo:
- Toracotomia esquerda
- Terapia endovascular (cada vez mais usada)
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