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Diversidade De Vida

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Por:   •  11/10/2014  •  2.624 Palavras (11 Páginas)  •  386 Visualizações

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FATORES DE RISCO RELACIONADOS A COMPLICAC¸OES˜

LOCAIS DE ACIDENTES CAUSADOS POR ANIMAIS

PEC¸ONHENTOS

Diana Costa OLIVEIRA

Silvia dos Santos de ALMEIDA

Edson Marcos Leal Soares RAMOS2

RESUMO: Acidentes relacionados com animais pe¸conhentos s˜ao muito comuns no Brasil, principalmente na Regi˜ao Norte, onde a ´area de fauna ainda ´e bastante extensa. Este trabalho objetivou apresentar os fatores associados a complica¸c˜oes locais durante o tratamento de pacientes com envenenamento causado por um animal pe¸conhento. A metodologia utilizada foi a regress˜ao log´ıstica bin´aria, por meio da qual pode-se verificar que quanto maior o tempo entre a ocorrˆencia do acidente e o atendimento, maior a probabilidade de esta vir a apresentar complica¸c˜oes locais e conforme agrava o caso do paciente, igualmente maiores ser˜ao as suas chances de apresentar complica¸c˜oes locais durante o tratamento.

PALAVRAS-CHAVE: Animal pe¸conhento; complica¸c˜ao local; regress˜ao log´ıstica.

1 Introdu¸c˜ao

O Brasil possui uma fauna extremamente diversa, na qual ocorre a presen¸ca de animais produtores e portadores de toxinas nocivas a outros organismos. Os acidentes causados por tais animais s˜ao comuns em propriedades rurais brasileiras, sendo que, geralmente, se tornam graves pela falta de conhecimentos e cuidados adequados. Esses animais s˜ao classificados como pe¸conhentos, por possu´ırem um mecanismo de ca¸ca e defesa que consiste em injetar em suas presas, atrav´es dos dentes ou ferr˜ao ou aguilh˜ao, uma substˆancia t´oxica produzida por glˆandulas especializadas, por onde passa o veneno (Minist´erio da Sau´de, 2012). Por´em, isso ocorre pelo instinto de sobrevivˆencia desses animais, que ao se sentirem amea¸cados, imobilizam o agressor e fogem para um local seguro. Temidos pelo homem, os animais pe¸conhentos est˜ao presentes tanto em meios rurais, quanto urbanos. Eles s˜ao respons´aveis por provocarem inu´meros acidentes dom´esticos, em variadas regi˜oes brasileiros, com ´ındices crescentes ano ap´os ano. Cobras, aranhas, escorpi˜oes, lacraias, taturanas, vespas, formigas, abelhas e marimbondos s˜ao exemplos dessa categoria de animais pe¸conhentos.

Os acidentes com animais pe¸conhentos s˜ao considerados um problema de sau´de pu´blica, pois afeta principalmente a popula¸c˜ao rural e economicamente ativa (Machado et al., 2012; White, 2000). O Minist´erio da Sau´de noticiou que houve um crescimento de 157% na quantidade de notifica¸c˜oes nos u´ltimos 10 anos (Minist´erio da Su´de, 2012), e constantemente s˜ao publicados alertas para a popula¸c˜ao sobre cuidados que se deve ter para evitar esses acidentes.

Quando o soro n˜ao ´e aplicado a tempo na v´ıtima de envenenamento, dependendo da quantidade de veneno injetado pelo animal e de sua letalidade, os tecidos do corpo ficam lesionados, ocorrendo complica¸c˜oes, dentre elas, as complica¸c˜oes locais, mesmo durante o tratamento. Essas complica¸c˜oes podem ser: infec¸c˜ao secund´aria, necrose extensa, s´ındrome compartimental, d´eficit funcional e at´e mesmo a amputa¸c˜ao do membro atingido (Brasil, 2000).

O objetivo deste trabalho foi descrever o perfil e as caracter´ısticas cl´ınicas e epidemiol´ogicas de pacientes v´ıtimas de acidentes com animais pe¸conhentos, al´em de desenvolver um modelo log´ıstico capaz de mostrar a probabilidade de uma pessoa apresentar complica¸c˜oes locais durante o tratamento de casos de acidentes por animais pe¸conhentos.

2 Material e m´etodos

2.1 Ambiente

A ´area de estudo compreende o estado do Par´a, que ´e formado por 144 munic´ıpios e possu´ıa, em 2010, a popula¸c˜ao de 7.581.051 habitantes, ocupando uma ´area de 1.247.954,666 km2 (IBGE, 2010).

2.2 Dados

As informa¸c˜oes analisadas s˜ao referentes a 27.827 casos de acidentes causados por animais pe¸conhentos no estado, no per´ıodo de janeiro de 2007 a dezembro de 2010. Os dados foram obtidos no Sistema de Informa¸c˜ao de Agravos de Notifica¸c˜ao (SINAN) da Secretaria de Estado de Sau´de Pu´blica do Par´a (SESPA).

As vari´aveis utilizadas na modelagem s˜ao: tempo decorrido entre o acidente e o atendimento (em faixas-horas); classifica¸c˜ao do caso (leve, moderado ou grave) e complica¸c˜oes locais durante o tratamento, - se houve complica¸c˜ao (1) e n˜ao houve complica¸c˜ao (0), como a vari´avel resposta no estudo. Outras vari´aveis foram analisadas descritivamente, tais como gˆenero, faixa et´aria e grau de escolaridade da v´ıtima; tipo e gˆenero do animal; local anatˆomico da picada; mesorregi˜ao e munic´ıpio do estado do Par´a onde ocorreu o acidente. Essas vari´aveis n˜ao foram utilizadas no modelo, pelo fato de seus coeficientes n˜ao terem sido significativos ao n´ıvel de confian¸ca de 5%.

2.3 M´etodo de an´alise

A an´alise estat´ıstica foi feita por meio da regress˜ao log´ıstica que ´e considerada uma das principais t´ecnicas de modelagem de dados, cujo objetivo ´e modelar uma vari´avel resposta categoriz´avel em rela¸c˜ao a uma ou mais vari´aveis preditoras que influenciam a sua ocorrˆencia (Hosmer and Lemeshow, 2000).

A regress˜ao log´ıstica utilizada neste trabalho ´e aquela onde a vari´avel resposta (Yi) ´e bin´aria, portanto, assume valores “0” ou “1”, ou seja, ausˆencia ou presen¸ca, respectivamente, da caracter´ıstica em estudo. Considerando-se apenas uma vari´avel independente, tem-se o modelo de regress˜ao log´ıstica simples, dado por

, (1)

onde β0 e β1 s˜ao os coeficientes de regress˜ao a serem estimados pelo m´etodo da m´axima verossimilhan¸ca e Xi ´e a vari´avel independente, onde i = 1,2,...,n. No caso da regress˜ao log´ıstica mu´ltipla, que ´e uma extens˜ao do modelo (1), o modelo ´e composto por duas ou mais vari´aveis independentes (X1,X2,...,Xp) e, por seus respectivos coeficientes de regress˜ao β0, β1,...,βp. Portanto, tem-se βtX = β0 + β1X1 +...+βpXp. Logo, o modelo (1) se estende para o modelo log´ıstico mu´ltiplo, dado por

t

E(Y , (2)

sendo assim, a vari´avel resposta Yi (2) obtida por Yi = E(Yi|Xi)+ϵi, onde o termo ϵi ´e o erro aleat´orio do modelo e representa a diferen¸ca entre o valor observado de Yi e o valor esperado condicionado de Yi dado Xi, sendo Yi uma vari´avel

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