ELA - Eclerose Lateral Amiotrópica
Por: Yasmin Lemes • 12/3/2018 • Projeto de pesquisa • 2.772 Palavras (12 Páginas) • 222 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
O ser humano, dentro de suas condições normais, isto é, não acometido
por qualquer tipo de limitação intelectual ou física, é um ser altamente ativo –
social, por assim dizer. Livre para testar toda sua capacidade mental e corporal,
como expressar seus sentimentos, suas vontades, suas ideias e, também,
podendo sentir a adrenalina correr pelo corpo ao saltar de paraquedas ou correr,
ou então simplesmente ter a alegria brincar com seu próprio filho.
Contudo, em contrapartida a estas possibilidades, não haveria nada mais
aterrador do que ter toda essa potencialidade limitada. As doenças
neurodegenerativas são doenças que tiram essa liberdade humana, uma vez que
irão provocar a destruição, progressiva e irreversível, dos neurônios. Quando o
indivíduo é afligido por tal mal, dependendo da doença, poderá vir a perder as
funções motoras, fisiológicas ou intelectivas.
Partindo dessa premissa, o presente trabalho tem como objetivo estudar e
aprofundar conhecimento nas características da Esclerose Lateral Amiotrófica
(ELA). Percorrendo por seus aspectos neurofisiológicos e psicológicos, assim
como a qualidade de vida de um paciente com ELA e seu processo de
reabilitação.
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2. ASPECTOS MÉDICOS: ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA
2.1 Conceito
A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), dentro do grupo de doenças
neurodegenerativas como mal de Parkinson e Alzheimer, é uma das mais temidas
pelo homem, uma vez que preserva as capacidades cognitivas do indivíduo e o
faz acompanhar todo o progresso de sua doença e com ela a deterioração de seu
corpo e sua vida social.
A ELA, na França, é conhecida como doença de Charcot, atribuído ao
médico neurologista francês Jean-Martin Charcot por identificar as características
essenciais para o reconhecimento da doença. Desde então os pacientes eram
somente identificados, mas nunca tratados, uma vez que não havia qualquer tipo
de tratamento para frear a doença. Somente nos EUA, em 1939, após o
diagnóstico da doença em um grande jogador americano de beisebol, que
tentativas significativas de tratamento foram realizadas, tornando assim a doença
conhecida nos EUA com o nome do jogador, Lou Gehring. (MELLO, 2012)
2.2 Etiologia
A ELA, embora tenha diversos tipos, basicamente, pode ser originada em
dois casos: Familiar e Esporádica. O primeiro tipo, a ELA familiar, é responsável
por cerca de 5 a 10% dos casos da doença. Ela é transmitida por um traço
genético autossômico dominante, que faz com que metade da prole do indivíduo
portador seja afetada. A ELA esporádica, por sua vez, é responsável pela maior
parte dos casos (95% a 90%) e não tem relação genética na fisiopatologia.
(RESQUETI, et al, 2011)
Além destes, há a ELA guamaniana, que provavelmente decorre de hábitos
alimentares, tendo sido observados em anos anteriores a 1960 na Ilha de Guam,
cuja incidência da doença chegava a ser de 50 a 100 vezes maior do que a
encontrada em outros países do mundo. Já a ELA secundária é, provavelmente,
resultado de processos infecciosos ou tóxicos. (GUIMARÃES, VALE e AOKI,
2016)
Sua incidência na população em geral varia de 0,6 a 2,6 por 100.000
habitantes, possuindo uma incidência maior nos homens e o fator da idade,
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também, sendo considerado relevante, uma vez que os números prevalecem na
faixa entre 55 a 75 anos. (Portaria nº 1151, 11 nov. 20152)
2.3 Sinais e Sintomas
A ELA é uma doença caracterizada por afetar os neurônios motores
superiores e inferiores e assim incapacitar o portador da doença na realização de
qualquer atividade física. O indivíduo acometido pela Esclerose Lateral
Amiotrófica passa a sofrer por falta de força e atrofia muscular, que acaba por
interromper suas práticas cotidianas e, consequentemente, seu convívio social.
Conforme a doença avança, o grupo dos músculos a serem comprometidos é
maior e, dependendo da localidade de seu início, podendo ser nas regiões bulbar,
cervical, torácico ou lombar, pode ter ritmos diferentes. Mas, nos estágios finais, o
portador da doença passa a sentir dificuldades na deglutição, consequentemente,
dificuldades na fala e na respiração – a qual, geralmente, é a causa da morte do
paciente.
Aproximadamente 30% dos casos de ELA com início bulbar, a mais grave,
os pacientes apresentam três sintomas iniciais: disfagia, disartria e alterações
fonatórias. Uma avaliação é necessária para guiar o tratamento fonoaudiológico
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