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Efeito Da Oferta Dietética De Proteina

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Por:   •  15/9/2014  •  3.094 Palavras (13 Páginas)  •  455 Visualizações

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Efeito da oferta dietética de proteína sobre o ganho muscular, balanço nitrogenado e cinética da 15N-glicina de atletas em treinamento de musculação

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RESUMO

O efeito da oferta crescente de proteína sobre o ganho muscular, balanço nitrogenado e cinética da 15N-glicina de atletas de musculação foi estudado em seis jovens saudáveis, praticantes de treinamento com pesos (> 2 anos), sem uso de anabolizantes e concordes com os princípios éticos da pesquisa. Todos receberam adequações dietéticas (0,88g de proteína/kg/dia) pré-experimento de 2 semanas (D1) após o que se ofereceu, por idêntico período, dieta contendo 1,5g de proteína/kg de peso corporal/dia com 30kcal/g de proteína (dieta D2). A seguir receberam, nas próximas 2 semanas, a dieta D3, contendo 2,5g de proteína/kg de peso corporal/dia e 30 kcal/g proteína. As avaliações antropométricas, alimentares, biquímicas, balanço nitrogenado (BN) e cinética com 15N-glicina foram realizadas no início do estudo, pós D1 (M0) e no último dia das dietas D2 (M1) e D3 (M2). Ao final do estudo (4 semanas) houve aumento significativo na massa muscular (1,63±0,9kg), sem diferença entre D2 e D3. O BN acompanhou o consumo protéico/energético (M0 = -7,8g/dia; M1 = 5,6g/dia e M2 = 16,6g/dia) e a síntese protéica acompanhou o BN, com significância estatística (p<0,05) em relação ao basal (M0) mas semelhante entre D2 e D3 (M1 = 49,8±12,2g N/dia e M2 = 52,5±14,0g N/dia) e sem alteração significativa do catabolismo. Assim, os dados de BN e cinética da 15N-glicina indicam que a ingestão protéica recomendável para esses atletas é superior ao preconizado para sedentários (0,88g/kg) e inferior a 2,5g/kg de peso, sendo no caso, 1,5g de proteína/kg de peso/dia com ajuste do consumo energético para 30 kcal/g de proteína.

Palavras-chave: exercício, dieta, proteína, síntese, músculo.

Introdução

O treinamento de força favorece a hipertrofia muscular, pela maior liberação de hormônios anabólicos (GH, IGF-1 e testosterona), bem como a disponibilidade de nutrientes (aminoácidos e glicose) no músculo(1). Entretanto, o maior consumo de ATP para a contração muscular pode diminuir a disponibilidade de energia para síntese protéica muscular(2). Assim, caso não haja adequação das calorias não protéicas, a oxidação de aminoácidos no músculo esquelético e a conversão hepática dos aminoácidos gliconeogênicos em glicose aumentam e, com isso, diminuem as disponibilidades de aminoácidos para a síntese protéica(3).

A proteína é o regulador mais importante do metabolismo protéico(4). Segundo Bilsborough e Mann(5), não só a quantidade protéica, mas a composição deve ser levada em consideração. Arginina, lisina, glutamina são estimulantes dos hormônios anabólicos (insulina, GH, IGF-1) e, os aminoácidos de cadeia ramificada, têm papel importante na regulação metabólica da síntese protéica muscular. Para síntese protéica muscular, os aminoácidos essenciais são tão eficientes quanto à mistura completa de aminoácidos e, uma mistura de aminoácidos de cadeia ramificada é tão eficiente na promoção da síntese protéica como todos aminoácidos essenciais reunidos. Dentre eles a leucina tem efeito preponderante(6). A leucina age como mediador positivo modulando especificamente as atividades das quinases intracelulares ligadas a tradução do mRNA de proteínas como a 3’fosfatidilinosinol quinase e a quinase protéica ribossomal S6 mammalian target of rapamycin (mTOR)-70kDa (p70s6k). A leucina estimula a atividade da mTOR no músculo para iniciação da síntese protéica e pode ser considerada como substrato bioativo desta modulação(6).

Atualmente, apesar de terem sido esclarecidas as necessidades protéicas de atletas de força, (1,4 a 1,8g/kg de peso/dia)(7) ainda persistem hábitos alimentares hiperprotéicos para o ganho de massa muscular associados ao treinamento com pesos.

Portanto, o objetivo do estudo foi verificar o efeito da oferta crescente de proteína, com adequação energética, sobre o ganho muscular, balanço nitrogenado e cinética da 15N-glicina de atletas em treinamento de musculação.

Casuística e Métodos

Em estudo prospectivo observacional foram investigados jovens, do sexo masculino, praticantes de musculação há no mínimo dois anos, não usuários de esteróides anabolizantes, não vegetarianos e não fumantes ou etilistas. Com esses critérios foram selecionados seis atletas entre 18 e 35 anos de idade, devidamente informados sobre a proposta do estudo, os procedimentos a que seriam submetidos e assinantes do termo de consentimento livre e esclarecido, com posterior aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa desta instituição (Of.269/98).

Hábitos alimentares e Protocolo dietético

A investigação dos hábitos alimentares foi realizada durante um mês pré-intervenção dietética, por meio do registro alimentar de três dias e aplicação do recordatório alimentar de 24 horas(8), com cálculo da quantidade centesimal dos nutrientes por meio do software de Nutrição "NUTWIN" (9).

A partir dos dados pré-intervenção foram feitas adequações permitindo que consumissem dieta contendo 1,5g de proteína/kg de peso corporal/dia com 30 kcal/g de proteína. Esta foi a dieta das duas primeiras semanas de intervenção, denominada dieta D2. Nas duas semanas subsequentes os atletas receberam a dieta D3, com o acréscimo de 1 g de proteína/kg de peso/dia, oferecido pelo suplemento Amino 2000®, perfazendo um total de 2,5g de proteína/kg de peso corporal/dia e mantendo a adequação de 30kcal/g de proteína.

Todos os alimentos foram selecionados, adquiridos, temperados, cozidos e porcionados em restaurante sob a supervisão de profissional nutricionista. Cada atleta recebia a embalagem contendo a alimentação diária, devidamente etiquetada, contendo todas as refeições. As eventuais sobras eram computadas e excluídas do cálculo diário da ingestão.

A duração total da fase de intervenção dietética foi de 28 dias (dietas D2 + D3) (figura 1).

Protocolo de exercício físico

O protocolo de treinamento constou de duas fases, com a primeira fase (14 dias) na pré-intervenção dietética, tendo como finalidade o nivelamento do condicionamento muscular entre os participantes. A segunda fase (em presença do tratamento dietético) visou a hipertrofia

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