Elefantíase
Artigos Científicos: Elefantíase. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cami_simon • 23/5/2013 • 1.777 Palavras (8 Páginas) • 1.488 Visualizações
ELEFANTÍASE
Por Camila Liúse Simon
INTRODUÇÃO
A medicina tem se desenvolvido cada vez mais com o passar dos anos,
principalmente neste século XXI, buscando encontrar curas e melhorar a qualidade
de vida dos seres humanos. Nunca houve, na história da humanidade, tanta
preocupação e tantos cuidados com a saúde como nos dias atuais, e isso se deve
ao desenvolvimento científico, médico e tecnológico, sendo possível descobrir novos
tratamentos e métodos de restabelecimento da saúde. Porém, nem todas as
enfermidades possuem cura, nem são doenças muito divulgadas ou conhecidas.
Neste trabalho daremos enfoque à Filariose Linfática, também conhecida
como elefantíase, visando incentivar a população a conhecer a doença, assim como
suas características e sintomas, conscientizando a todos a importância da
prevenção e do tratamento caso for diagnosticada a enfermidade. Lembrando que
será abordado também um tanto sobre a descoberta e a história da elefantíase até
os dias atuais e o preconceito que os pacientes infectados por este mal sofrem.
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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1. ELEFANTÍASE
1.1. História e nomenclatura
Em documentos antigos referentes à Grécia e Roma Antiga, foram citados
sinais físicos característicos da doença, mas como estes sintomas podem derivar de
outras doenças, não é possível confirmar que tais indícios sejam realmente
causados pela a elefantíase.
Um século antes de Cristo, afirmava-se que a vivência próxima ao Rio Nilo,
no Egito, causada abundantes casos de elefantíase. Tal afirmação é vinda de
Lucretius Caius, e é confirmada em antigas estátuas, nas quais é notável o inchaço
característico da filariose.
No final do século XVI, John Hugen Linschoten, um explorador holandês,
afirmou que descendentes daqueles que tiraram a vida de São Tomé foram
“amaldiçoados por Deus, por isso nasceram com uma de suas pernas e um pé, do
joelho para baixo, grossos como a perna de um elefante”.
Demarquay, um cirurgião francês, foi o responsável pelo primeiro registro de
microfilária em seres humanos no ano de 1863. A descoberta ocorreu durante um
exame feito com o fluido leitoso de um paciente cubano que operara em Paris.
Em 1866, Otto Wucherer encontrou microfilárias na urina de pacientes com
hematúria (urina com sangue) e quilúria (presença do liquido linfático quilo na urina)
na Bahia.
As especulações de Wucherer se concretizaram quando Tomothy Lewis, em
1872, detectou microfilárias no sangue e relacionou o fato com a elefantíase.
Passado algum tempo, Patrick Manson, médico britânico considerado o Pai da
Medicina Tropical, surgiu com o pensamento de que um inseto, ao picar o homem,
traria microfilárias com o sangue para seu próprio corpo. Para comprovar seu
pensamento, Manson pediu ajuda a seu jardineiro, Sr. Hinlo, o qual estava infectado
pela Wuchereria bancrofti. Os insetos picaram o jardineiro por vários dias, e então
foram capturados, dissecados e analisados, em datas diferentes, o que permitia a
visualização do desenvolvimento da microfilária para formas mais evoluídas.
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Com pesquisas mais aprofundadas, Manson confirmou tais
desenvolvimentos, e afirmou que essas formas mais evoluídas no mosquito estavam
“à caminho de um verme adulto no ser humano”. Descobriu que os hábitos noturnos
do mosquito coincidiam com um maior número de microfilárias na circulação de seu
jardineiro, após o cair da noite. Porém, como Manson acreditava que os mosquitos
morriam após colocarem seus ovos na água, deduziu que as microfilárias
escapavam do mosquito morto e permanecia na água, podendo contaminar os
humanos quando estes bebessem da água contaminada. Esta dedução é
considerada uma falha nas pesquisas de Manson, mas serviu de inspiração para
muitos pesquisadores na busca de vetores para outras doenças.
Em 1877, Ronald Ross comprovou o ciclo de Wuchereria bancrofti através de
uma detalhada explicação de como ocorre a transmissão da doença. Ainda neste
ano, Joseph Bancroft, ao examinar o fluído de um paciente com um abscesso no
braço, descobriu um verme e o enviou para o helmintologista médico Stephen
Cobbold, que o chamou de Filária.
A descoberta de vermes adultos surgiu também no ano de 1877, por Silva
Lima e dos Santos.
Em 1880, Manson encontrou vermes adultos em tecidos removidos
cirurgicamente. Foi somente em 1921 que o nome Wuchereria bancrofti foi aceito.
Apelidou-se
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