Endocrinologia Uma Introdução

Como é estudada a função endócrina?

Até pouco tempo, a endocrinologia e a pesquisa na área de hormônios eram ciências empíricas centralizadas em torno de um procedimento razoavelmente uniforme. Um suposto órgão endócrino é removido, privando-se o organismo da sua fonte normal de hormônio e os efeitos decorrentes são observados. De fato, esse é o procedimento que tem sido utilizado por muitos anos para a castração de animais machos domésticos. A remoção dos testículos na tenra idade, não somente torna o animal incapaz de se reproduzir, mas também reduz ou elimina muitas características masculinas, tanto anatômicas quanto comportamentais. Dessa forma, os cavalos e touros (bois) castrados tornam-se mais dóceis como animais de trabalho que os machos não castrados.

As alterações causadas pela castração podem, pelo menos em parte, ser revertidas pelo transplante das glândulas apropriadas (neste caso, os testículos) ou pela injeção de extratos de glândulas que contenham hormônios masculinos característicos.

A técnica de remoção de um órgão suspeito de produzir um hormônio, há muito vem sendo a abordagem comum na pesquisa na área endócrina. Os resultados são observados e descritos e, se os sintomas do órgão, o passo seguinte é a purificação do extrato, isolamento químico do componente ativo e, por fim, sua síntese química.

Essa abordagem geral tem bastante êxito na pesquisa de órgãos que podem ser removidos, sem causar risco de vida,. Como gônadas. Entretanto, muitos órgãos produtores de hormônios têm funções que são essenciais sob outros aspectos e a remoção deles resulta em graves dificuldades. O fígado e os rins, por exemplo, produzem hormônios, porém, a remoção deles rapidamente leva a efeitos fatais não relacionados ao papel desses órgãos como fontes de hormônios.

Radioimunoensaio

A introdução de novas técnicas poderosas modificou completamente a forma de abordar a pesquisa em endocrinologia. O uso de radioisótopos como marcadores e, particularmente, o uso do que se conhece como radioimunoensaio ampliaram a pesquisa na área endocrinológica para áreas que há alguns anos nem sequer eram imaginadas.

O método de radioimunoensaio foi introduzido por Rosalyn Yalow na década de 70 e atualmente é bastante utilizado na detecção e ensaio de concentrações hormonais extremamente baixas (e de outras substâncias) que estão presentes no sangue circulante. Por exemplo, hormônio gastrina pode ser detectado a uma concentração de pg em 1cm³ de plasma sangüíneo (Yalow, 1978).

Em princípio, a técnica do radioimunoensaio é bastante simples. A etapa inicial consiste na produção de um anticorpo para a substância em estudo. Que é obtido pela injeção da substância a ser estudada em m animal apropriado, por exemplo, o coelho (o coelho serve apenas como fábrica de anticorpos necessários ao ensaio). A substância injetada deve ser um antígeno – por exemplo, uma proteína ou polipeptídeo – que induz à formação de anticorpos no coelho. Se a substância não for um antígeno, ela se ligará inicialmente a uma substância antigênica, como uma proteína estranha e os anticorpos serão formados junto ao complexo. Os anticorpos específicos produzidos pelo coelho podem, então, ser facilmente