Etnobotânica

“PLANTA MEDICINAL”: ETNOBOTÂNCIA E SUA DIVERSIDADE CULTURAL

AUTOR: JOSÉ DOS SANTOS CORDEIRO JUNIOR

AUTORA: JOYCE JULIETE DE OLIVEIRA

ORIENTADOR: ARNILDO POTT

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA

TRÊS LAGOAS/MS - CAMPUS II

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RESUMO

Morgan (1995) destaca que a Etnobotânica surgiu da geografia, tendo Alphonse de Candolle expandindo a fitogeografia. Em seus trabalhos, enfatizava as origens geográficas e a expansão de plantas cultivadas. Desta forma, o entrosamento entre as disciplinas, trás favoráveis reflexões sobre a introdução de plantas nativas e exóticas nas práticas culturais.

A diversidade biológica, não é simplesmente um conceito que pertence apenas ao mundo natural. Ela também traz uma construção cultural e social. As espécies são objetos de conhecimento, de domesticação e uso, fonte de inspiração para mitos e rituais das sociedades tradicionais e, finalmente, mercadoria nas sociedades modernas.

Populações utilizam das plantas das mais variadas maneiras, tais como: alimentação, vestimenta e abrigo. Estas, por sua vez, representam uma das bases da cultura material da humanidade. Assim, pode se observar que a vegetação é a identidade de uma população, já que por meio dela as pessoas refletem o que pensam e o que são, estabelecendo um vínculo com o meio à sua volta.

A etnobotânica pode servir como auxílio na identificação de práticas adequadas ao manejo da vegetação. Além do mais, a valorização e a vivência das sociedades humanas, ressaltando sua cultura e vivência local. Como também embasar estudos sobre o uso adequado da biodiversidade, incentivando, não apenas o levantamento das espécies, como contribuindo para sua conservação.

Segundo Amorozo (2002), populações locais possuem o seu modo próprio de trabalhar o meio a sua volta. Esta grande gama de informações é ainda muito desconhecida pelo meio científico.

Desta forma, este artigo tem como intuito discutir sobre os estudos Etnobotânico e a relevância de pesquisar e entender a importância que as diversidades culturais têm sobre o manejo e utilização destas plantas medicinais.

PALAVRAS-CHAVES: Etnobotânica; Planta Medicinal; Diversidade Cultural; Populações Tradiionais.

ABSTRACT

Morgan (1995) highlights that emerged Ethnobotany of geography, and Alphonse de Candolle expanding phytogeography. In their work, emphasizing the geographic origins and expansion of cultivated plants. Thus, the interplay between disciplines, behind favorable reflections on introduction of native and exotic plants in cultural practices.

Biological diversity is not simply a concept that belongs only to the natural world. She also carries a cultural and social construction. The species are objects of knowledge, domestication and use, inspiration for myths and rituals of traditional societies and finally goods in modern societies.

People use plants in several ways, such as food, clothing and shelter. These, in turn, represent one of the bases of the material culture of mankind. Thus, it can be observed that vegetation is the identity of a population, since through it reflect what people think and what they are establishing a link with the environment around them.

The ethnobotany can serve as an aid in the identification of appropriate practices to vegetation management. Furthermore, recovery and survival of human societies, emphasizing their culture and local experience. As well as a basis for further about the proper use of biodiversity, encouraging not only the survey of the species, as contributing to their conservation.

According Amorozo (2002), place people have their own way of working through his back. This wide range of information is still very unknown to the scientific community.

Thus, this article has the intention to discuss the Ethnobotanical studies and relevance to research and understand the importance of cultural diversity have on the management and use of medicinal plants.

KEY-WORDS: Ethnobotany, Medicinal Plant, Cultural Diversity, Populations Tradiionais.

1.0 INTRODUÇÃO

De acordo com Morgan (1995), a Etnobotânica surgiu da geografia, tendo Alphonse de Candolle expandindo a fitogeografia, enfatizando em seus trabalhos as origens geográficas e a expansão de plantas cultivadas. Assim, o entrosamento entre as disciplinas, trás favoráveis reflexões sobre a introdução de plantas nativas e exóticas nas práticas culturais.

Segundo Amorozo (1996), a população de um determinado local, geralmente possuem um grande conhecimento sobre o ambiente onde vivem. Esta proximidade ocorre, principalmente, pela necessidade de buscar do meio, recursos que poderão ser utilizadas para enumeras utilidades.

Ainda segundo Amorozo, a etnobotânica aborda a forma como diferentes grupos humanos interagem com a vegetação. Assim, na maior parte, estudos etnobotânicos têm sido realizados com populações mais diretamente dependentes do ambiente para sobrevivência. Ao longo de várias décadas de pesquisa, antropológos e etnobiólogos em geral têm constatado um profundo conhecimento sobre os organismos e processos ecológicos locais por parte desses grupos, em todo o mundo.

Buscar, avaliar e analisar apresenta-se como um “fértil” campo para a aquisição de conhecimento, interpretação e reflexão dos diferentes olhares, valores, interesses, posições e práticas da etnobotânica que circulam entre as populações de variadas comunidades. Buscando assim, entender o papel da natureza sob os olhares dos mesmos e sua vasta biodiversidade.

A conservação da biodiversidade vem se tornando cada vez um objetivo importante, pois sua variabilidade entre os seres vivos de todas as origens é presente e útil. Porém a diversidade biológica, não é apenas um conceito que pertence ao mundo natural. A biodiversidade também faz parte da construção cultural e social, pois são objetos de conhecimento, tanto no uso domestico, como em fonte de rituais das sociedades tradicionais e, para o uso de mercadoria e industrialização.

Parafraseando Amorozo (1996) a etnobiologia define a etnobotânica como “a disciplina que se ocupa do estudo do conhecimento