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O ARTIGO INTERFACES DO LUTO NA CLÍNICA SUBMISSÃO

Por:   •  23/12/2022  •  Artigo  •  3.923 Palavras (16 Páginas)  •  174 Visualizações

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AS (INTER)FACES DO LUTO NA CLÍNICA:  DESDOBRAMENTOS DO PROCESSO TERAPÊUTICO NA ELABORAÇÃO DO LUTO A PARTIR DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

HARTMANN, Jéssica Paula1. NASCIMENTO, Kelen Braga do². FATAH, Sabrin Salah Abdel3. MACHADO, Laura Morais4.

¹Psicóloga clínica. Bacharel em Psicologia (ULBRA Santa Maria). E-mail: jessiepaula@hotmail.com 

²Psicóloga clínica.  Pós-graduanda em Psicoterapia cognitivo-comportamental (Instituto Cognitivo). Bacharel em Psicologia (ULBRA Santa Maria). E-mail: kelenbraga49@outlook.com

3Acadêmica de Psicologia. UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL, Campus de Santa Maria. E-mail: sabrins.616@gmail.com 

4Psicóloga. Docente dos cursos de Psicologia da ULBRA Cachoeira do Sul e Santa Maria. E-mail: laura.machado@ulbra.br

RESUMO

A morte de pessoas amadas são eventos extremamente dolorosos no processo vital, exigindo a intensificação do cuidado sobre a saúde mental do indivíduo enlutado a fim de prevenir ou tratar psicopatologias decorrentes. O luto tem se configurado como uma demanda cada vez mais presente na clínica da Terapia Cognitivo-comportamental (TCC), ainda mais diante do cenário de Pandemia de Covid-19, sendo que esta tem sido a terapia de escolha de muitos pacientes. Faz-se necessário então conhecer as possibilidades de contribuições que a TCC disponibiliza para o processo de elaboração do luto na prática clínica. Dessa forma, o presente estudo pretende abordar os desdobramentos do processo terapêutico na elaboração do luto na clínica psicológica através do olhar da Terapia Cognitivo-comportamental, explanando estratégias e desafios com o intuito de contribuir no tratamento destes pacientes. Para tal, foi realizada uma revisão narrativa da literatura, através de artigos e livros sobre o tema, buscando caracterizar o processo de luto e suas complicações, bem como as possibilidades e objetivos da intervenção na clínica cognitivo-comportamental. Conclui-se que o terapeuta deve considerar o impacto biopsicossocial do luto ao paciente, podendo utilizar diferentes estratégias terapêuticas a fim de promover a saúde deste paciente.

Palavras-chaves: Luto, Terapia Cognitivo-comportamental, Clínica, Saúde Mental.

INTRODUÇÃO

A morte ainda é um assunto muito vedado socialmente. A maioria das pessoas não fala e nem se dispõe a refletir sobre a mesma. Movidas pela crença de que sempre haverá mais um dia após o outro, o ser humano ignora que desde o seu nascimento ele está morrendo. A morte é algo natural, ou seja, é parte do processo vital, porém a sua negação, tão presente na sociedade moderna, dificulta o processo de elaboração do luto daqueles que se deparam com a perda. Essa negação provoca na maioria das pessoas uma ilusão de imortalidade, em que o indivíduo se recusa a cogitar a possibilidade do fim. É somente quando o sujeito se depara com a perda de uma pessoa amada que então enfrenta a realidade da finitude da vida humana.

Cada sujeito reage de diferentes formas com a perda, sendo a morte ainda um tabu, fecham-se caminhos para apreensão de formas possíveis de como se lidar ante a um momento tão delicado como este. Para os profissionais da psicologia, acaba não sendo muito diferente, pois quem já escutou a fala do sofrimento de um enlutado sabe o quão difícil é estar neste lugar de escuta e ter que auxiliar o enlutado na elaboração deste luto.

Todavia, diante do panorama Mundial de Pandemia devido à Covid-19, a morte, luto, perda e doença são temas trazidos a luz da consciência. Neste sentido, a demanda da clínica psicológica também foi afetada com o aumento de atendimentos de pessoas que sofrem com perdas de familiares ou pessoas queridas à custa desta doença. Além disso, muitos dos protocolos de saúde adotados acabaram por dificultar os rituais de luto, tão importantes para as pessoas no processo de elaboração do mesmo.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é um sistema psicoterapêutico, criado por Aaron Beck, que engloba um conjunto de estratégias psicoterápicas visando o bem estar biopsicossocial de cada indivíduo e a superação ou prevenção de uma série de transtornos psicológicos. É uma abordagem que tem sua eficácia comprovada através de pesquisas, sendo indicada como primeira escolha para o tratamento de diversas psicopatologias. Vem crescendo de forma expressiva nos últimos anos, tanto em pesquisas, quanto na prática clínica, possuindo fortes evidencias de sua efetividade para uma série de problemáticas em saúde mental.  (KNAPP, BECK, 2008)

A perda de pessoas queridas e o processo de luto compõem eventos extremamente dolorosos no ciclo vital. O luto pode ser considerado um evento normal e natural, porém, dependendo de determinados fatores pode incitar o surgimento de psicopatologias, que dificultam ainda mais sua resolução e intensificam o sofrimento do indivíduo. (GOMES; GONÇALVES, 2015). Esta tem sido uma demanda cada vez mais presente na clínica cognitivo-comportamental, por isso, é necessário que mais estudos sejam realizados a fim de se ilustras formas de trabalhar com o processo de luto dentro da TCC.

OBJETIVO:

         O objetivo deste artigo é abordar os desdobramentos do processo terapêutico na elaboração do luto na clínica psicológica, baseado na terapia cognitivo-comportamental explanando estratégias terapêuticas possíveis e desafios presentes no processo terapêutico do indivíduo enlutado.

METODOLOGIA:

A metodologia utilizada para a realização da pesquisa foi a revisão narrativa da literatura, buscou-se utilizar da literatura das ciências humanas, com base em artigos das plataformas Scielo, Lilacs, Pepsic e revistas eletrônicas indexadas no Google. Além disso, recorreu-se também a livros relacionados ao tema abordado.

RESULTADOS

Vínculos, perdas e o processo do luto

O luto pode ser definido como a perda de algo extremamente significativo para o sujeito, como uma pessoa querida, uma relação importante, um trabalho, um ideal, entre outros. Já o processo de luto seria como cada sujeito experiência esta perda, algo que pode ser muito complexo, pois, varia de indivíduo para indivíduo, como já citado acima.

Há diferentes tipos de luto, porém neste artigo, focaremos no processo de luto pela perda de alguém significativo. Segundo o DSM- 5 (American Psychiatric Association, 2014, p. 194), o luto se configura por um anseio ou saudade intensa da pessoa falecida, dor emocional e sentimento de tristeza intenso, outras respostas esperadas são a preocupação com a pessoa falecida ou com as circunstâncias da morte desta.

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