Fitotoxicidade Do Antibiótico Cefalotina Em Sementes De Alface (Lactuca Sativa)
Artigo: Fitotoxicidade Do Antibiótico Cefalotina Em Sementes De Alface (Lactuca Sativa). Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: CarolineLebon • 18/12/2013 • 1.172 Palavras (5 Páginas) • 654 Visualizações
FITOTOXICIDADE DO ANTIBIÓTICO CEFALOTINA EM SEMENTES DE ALFACE (LACTUCA SATIVA)
Fernandes, C.L.F.; Honscha, LC..; Almeida, K.A.; Da Silva Júnior, F.M.R. carolinefernandes@furg.br
Laboratório de Ensaios Farmacológicos e Toxicolólgicos – LEFT – Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Rio Grande – FURG
RESUMO
Antibióticos e outros produtos farmacêuticos tem recebido atenção especial em estudos ambientais, pois são usados diariamente em grandes proporções por seres humanos e na produção animal. Os resíduos destes compostos, ainda que metabolizados, de uma forma ou de outra podem contaminar sistemas aquáticos. O aporte destes resíduos no meio ambiente pode favorecer a resistência de micro-organismos além de ocasionar efeitos tóxicos em plantas e animais não-alvo. Neste presente trabalho foi avaliada a fitotoxicidade do antibiótico cefalotina (cefalosporina de 1ª geração) utilizando o ensaio de toxicidade aguda em sementes de alface (L. sativa). As sementes de alface foram expostas em placas de Petri (n= 20 sementes por placa), em triplicata, a diferentes concentrações de cefalotina sódica (0, 1, 10, 100, 1000 e 10000 mg/L). Após 5 dias, foi medida a taxa de germinação e os pesos fresco e seco. Nenhuma concentração de cefalotina parece ter causado prejuízos em nenhum dos parâmetros mensurados da espécie testada. Desta forma, conclui-se que a cefalotina tem potencial fitotóxico nulo nas condições testadas.
Palavras-chave: contaminantes emergentes, toxicidade aguda, irrigação.
Área de interesse: botânica.
INTRODUÇÃO
A exposição direta dos alimentos de origem animal e vegetal aos resíduos dos antibióticos tem sido motivo da atenção dos órgãos regulamentadores e de pesquisa (Palermo-Neto & Almeida, 2006). Por outro lado, os seus efeitos em organismos não-alvo expostos em condições ambientais ainda são pouco conhecidos (Capleton et al., 2006).
A metabolização dos antibióticos normalmente não é completa, sendo excretados na urina e nas fezes, tanto na forma do composto original ou já parcialmente metabolizados (Kemper, 2008). Uma vez no ambiente, os resíduos de antibióticos podem acumular-se no solo, sofrer lixiviação ou, ainda, ser transportados, via escoamento superficial, para os corpos hídricos (Díaz-Cruz et al., 2003). Por outro lado, resíduos de fármacos podem ser absorvidos e se acumular nas plantas, resultando em risco à saúde humana quando da colheita e consumo de alimentos de origem vegetal (Migliore et al., 2003; Boxall et al., 2006). O destino e o comportamento ambiental desses compostos, assim como de outros produtos farmacêuticos, são influenciados por uma variedade de fatores, como as propriedades físico-químicas da molécula e do solo e as condições ambientais e de manejo prevalecentes (Kemper, 2008).
Alguns trabalhos têm sido realizados visando avaliar os efeitos fitotóxicos de fármacos, especialmente antimicrobianos, e os resultados tem sido variáveis (Migliore et al. 2003, Hillis et al, 2011). O antibiótico utilizado neste experimento (cefalotina) tem como característica química ser um antibiótico semissintético do grupo das cefalosporinas de primeira geração e que possui um mecanismo de ação similar à penicilina. A principal via de eliminação deste fármaco é representada pelos rins, através da filtração glomerular, acrescida de secreção tubular e o fígado acaba por ter um papel muito delimitado. A cefalotina em especial é degradada no organismo, transformando-se em uma forma desacetilada, inativa. As concentrações urinárias destes produtos alcançam níveis alarmantes, atingindo 600mg/ml até 5.000 mg/ml, sendo 80% á 100% excretados após a sua utilização (Silva, 2010). O objetivo do estudo foi avaliar a fitotoxicidade do antibiótico Cefalotina utilizando o ensaio de toxicidade aguda em sementes de alface (L. sativa).
MATERIAL E MÉTODOS
Espécie e composto testados
O ensaio de fitotoxicidade foi realizado com sementes de alface mimosa (Lactuca sativa). O fármaco avaliado foi a Cefalotina sódica, um antibiótico do grupo das cefalosporinas de primeira geração.
Desenho experimental
Para avaliação da toxicidade aguda em sementes de alface foram avaliadas diferentes concentrações de cefalotina (1, 10, 100, 1000 e 10000 mg/L) diluída em água destilada. Como controle negativo foi utilizado apenas água destilada e água mineral. Cada concentração foi testada em três réplicas, utilizando 20 sementes de alface distribuídas em placas de Petri contendo filtro de papel e adicionando 3 ml da concentração correspondente.
Parâmetros avaliados
Ao final de cinco dias de exposição, foi avaliada a taxa de germinação, peso fresco e peso seco das plântulas.
Análise dos dados
Os resultados foram expressos com a média ± desvio padrão. Para comparação das médias foi realizada análise de variância
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