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Formas De Aumentar A Eficácia Da Toxina Botulínica Na Biomedicina Estética Facial

Por:   •  14/6/2023  •  Trabalho acadêmico  •  3.759 Palavras (16 Páginas)  •  91 Visualizações

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FORMAS DE AUMENTAR A EFICÁCIA DA TOXINA BOTULÍNICA NA BIOMEDICINA ESTÉTICA FACIAL

Katrine Suéli Cenci Fortes dos Santos¹

Ligia Vanessa Hartmann Novaki²

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Biomedicina (FLC9901BBI) – Trabalho de Graduação

20/06/23

1 INTRODUÇÃO

        A busca por um modelo ideal de beleza nunca foi tão estimulada e valorizada. Strehlau, Claro e Laban (2015), enfatizam a influência da mídia e seu poder sob os indivíduos, generalizando a paixão pela moda, expandindo o consumo de produtos de beleza e tornando a aparência, essencial para a identidade das pessoas. Segundo os autores “a vaidade está por trás da definição de padrões estéticos e de como a beleza corporal é culturalmente construída, e procedimentos cirúrgicos e não cirúrgicos são realizados no afã de atender aos padrões estéticos.” (STREHLAU; CLARO; LABAN, 2015, p.74)

        Rabelo e Vandesmet (2017), destacam que culturalmente o padrão de beleza está ligado a valores sociais. Onde quanto mais parecer jovem, mais interessante na sociedade a pessoa se torna. Segundo os autores, a indústria tem aproveitado essa questão, aumentando a economia no ramo dos cosméticos, e aumentando a valorização do rejuvenescimento facial.

        Neste contexto Nascimento e Hespanhol (2020), afirmam que o aumento na procura pela melhora nos sinais de envelhecimento, trouxe consigo um aumento na procura por procedimentos que empregam esta finalidade em curto prazo, como é o caso da toxina botulínica do tipo A (TBA), a qual segundo os autores é a mais procurada para suavizar as linhas de expressão e rugas.

        Segundo Marques (2014), a toxina botulínica era vista como algo mortal, produzida pelo Clostridium botulinum, causador da doença conhecida como Botulismo, adquirido principalmente pela contaminação alimentar, de carnes, peixes, legumes e atém em conservas. Ainda segundo o autor “esta toxina é capaz de inibir a liberação de acetilcolina, levando a uma queda na transmissão nervosa, que promove um relaxamento muscular tal capaz de impedir a ventilação por relaxamento contínuo de músculos como o diafragma, levando à morte” (MARQUES, 2014, p.6).

        Porem com o tempo, pesquisas e estudos mais aprofundados foram realizados, e descobriu-se formas de utilização a favor da medicina e da saúde humana. Muitas áreas hoje fazem uso da toxina para tratamentos diversos, dentre essas áreas encontramos a biomedicina estética. De acordo com Small (2013, p.9), “desde a sua aprovação para uso cosmético pelo FDA - órgão regulamentador americano para alimentos e medicamentos, a toxina botulínica tornou-se o procedimento cosmético minimamente invasivo mais utilizado, com mais de três milhões de tratamentos realizados anualmente.” (SMAL, 2013, p.9)

        “Inicialmente foi utilizada para o tratamento de alterações oftalmológicas como o estrabismo, e rapidamente demonstrou a sua eficácia no campo da beleza. Passou a ser utilizada para o tratamento das rugas hipercinéticas da face e logo após vários distúrbios dermatológicos.” (SANTOS; ANDRADE, 2022, p. 367)

        Gouveia, Ferreira e Sobrinho (2020, p. 57), destacam que “além da aplicação do botox em rugas, a TBA pode também ser usada para correção do sorriso gengival, prevenir e tratar queloides e cicatrizes hipertróficas, para tratar hiperidrose, para promover o rejuvenescimento escrotal e para utilização do microbotox.” Atualmente a toxina botulínica vem sendo muito estudada, e novos tratamentos e formas de utilização e associação são realizadas, revelando um potencial enorme para resultados estéticos cada vez melhores.

        De acordo com Nascimento e Hespanhol (2020), apesar de o tratamento ser eficaz, de efeito imediato e não necessitar de cortes e internações hospitalares, “o seu único defeito é sua ação de pouca durabilidade, fazendo com que os pacientes procurem alternativas cada vez mais frequentes, para aumentar o tempo entre as aplicações e consequentemente sua durabilidade”. (NASCIMENTO; HESPANHOL, 2020, p. 10)

        Matushima (2022), completa que a duração do efeito da toxina é de 3 a 4 meses, e depende de vários fatores, como dose, concentração, técnica de injeção, resposta imune do paciente, etc, tendo esse efeito transitório como desvantagem.

        Santos e Andrade (2022), explicam que para que ocorra a contração muscular, são enviados estímulos elétricos para o cérebro, os quais passam pela medula espinhal e vão diretamente para o nervo que leva a informação para o músculo, os neurotrasmissores são os responsáveis pelo envio dessa informação. “A toxina impede essa transmissão dos neurotransmissores, assim também impede a contração do músculo onde a toxina é aplicada, gerando uma paralisia, e como o músculo não fará contrações, o surgimento de rugas é menos provável.” (SANTOS; ANDRADE, 2022, p.369)

        Segundo Paula (2021), a denervação química pela toxina botulínica é totalmente zinco-dependente e necessita de mais de uma molécula de zinco para que a molécula de toxina realize a denervação química de maneira eficaz. Koshy et al. (2012) completam que, sendo essas toxinas proteases dependentes de zinco, surge a questão do papel da concentração intracelular de zinco, poder limitar a ação da toxina.

        O presente trabalho teve por objetivo descrever o mecanismo de ação da toxina botulínica, para assim analisar sua relação com o zinco, e compreender os principais interferentes para alcançar uma possível melhora no tempo de duração e eficácia do seu efeito, na biomedicina estética facial. Com base em estudos já publicados em revistas científicas e artigos, os quais foram analisados e posteriormente realizado um levantamento bibliográfico para averiguar os possíveis influenciadores na ação desta toxina já analisados, bem como as formas de melhorar sua duração, os quais trouxeram os dados necessários para o desenvolvimento da presente pesquisa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

        “A toxina botulínica (TB) é uma toxina produzida através da esporulação de uma bactéria gram-positiva e anaeróbica conhecida como Clostridium botulinum, descoberta no ano 1895, ano em que ocorreu um surto de botulismo.” (GOUVEIA; FERREIRA; S0BRINHO, 2020, p.57).

        Marques (2014), descreve as várias espécies capazes de produzir a neurotoxina botulínica. “Mesmo com diferentes características fenotípicas, são todas classificadas como Clostridium, entre elas C. botulinum tipo I, II, III e IV, C. baritii e C. butyricum. Cada uma destas espécies produz um ou mais tipos de toxina.”. Ainda segundo o autor a mais importante são da espécie C. botulinum. (MARQUES, 2014, p.17)

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