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Hanseníase

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Por:   •  5/5/2013  •  Projeto de pesquisa  •  5.924 Palavras (24 Páginas)  •  614 Visualizações

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1- INTRODUÇÃO

A hanseníase é caracterizada como uma doença infecto-contagiosa de evolução lenta e insidiosa, que se manifesta através de sinais e sintomas dermatoneurológicos, transmitida de pessoa para pessoa, por intermédio de contato íntimo com a fonte infectante. Na atualidade, ela é considerada um problema de saúde pública no país.

Para o Ministério da Saúde (2002), a hanseníase pode atingir pessoas de qualquer faixa etária e de ambos os sexos. Caracteriza-se por comprometimento dos nervos periféricos, provocando incapacidades físicas que podem, evoluir par deformidades físicas, causando diminuição da capacidade de trabalho, limitação da vida social e ainda problemas psicológicos que são responsáveis pelo preconceito contra a patologia.

Assim sendo, é interessante destacar que a problemática da enfermidade não se limita ao grande número de casos devendo ser considerada também o seu alto potencial incapacitante, que pode interferir na vida profissional e social do paciente, além de perdas econômicas e traumas psicológicos. Essas incapacidades têm sido responsáveis pelo estigma e discriminação dos doentes.

Localizado na Região Norte, o Tocantins, é considerado um das áreas mais endêmicas do Brasil, e dentre os seus municípios Araguaína se sobressai – com um nível elevado de casos da patologia.

Diante desta realidade, fez-se necessário pesquisar sobre o atendimento público ao portador de hanseníase em um hospital público de Araguaína – TO.

Porém, para a realização deste trabalho, foi feita uma pesquisa bibliográfica sobre a doença em estudo – como: o histórico, conceito, epidemiologia, classificação clínica e o tratamento. A busca de tais conhecimentos culminou com a elaboração de um questionário com perguntas fechadas, com o objetivo de saber como acontece o atendimento as pessoas infectadas pela hanseníase. E, também uma pesquisa de campo em um hospital público, com portadores de hanseníase e funcionários para melhor compreensão do processo de atendimento aos mesmos.

O presente estudo pretende mostrar o conhecimento da real situação da doença trazendo a mostra os fatores que contribuem para sua evolução, o que propiciará a realização de metodologias intervencionistas no atendimento da hanseníase na cidade de Araguaína, enfatizando que profissionais e pacientes poderão intervir de maneira mais humana e eficaz contra a patologia em questão.

2- REFERENCIAL TEÓRICO

2.1- Hanseníase

2.1.1- Breve histórico sobre a hanseníase

O Ministério da Saúde (2001), diz que a hanseníase é uma doença muito antiga, com uma terrível imagem na história e na memória da humanidade. Desde a Antiguidade tem sido considerada uma doença contagiosa, mutilante e incurável, provocando uma atitude de rejeição e discriminação do doente e sua exclusão da sociedade. Durante muito tempo os doentes foram confinados e tratados em leprosários. Esses aspectos deram origem ao estigma da doença e ao preconceito contra o doente. Assim sendo, é válido um rápido relato sobre a patologia pela história da humanidade.

Em Alexandria, 300 anos antes de Cristo, o mais famoso centro de estudos de medicina da antiguidade, já se estudava a chamada “Elefantíases”, que por muito tempo, foi confundida com a hanseníase e tratada como tal (TONELLI & FREIRE, 2000).

As primeiras referências da doença, foram encontradas na Índia e no Egito, datadas do século VII A.C. (BERTOLIN, 1998).

Veronesi e Focaccia (1999), dizem que no século XIII, a doença estava em expansão violenta na Europa, onde havia milhares de leprosários. Na Inglaterra, a lepra foi confirmada pela exumação de um cadáver em 1819, a endemia foi se alastrando através dos soldados e comerciantes.

Os autores supracitados, ainda destacam que na Idade Média os doentes eram considerados impuros, pela Igreja e sociedade, condenados a viver em “leprosários” isolados fora da cidade. A França chegou a ter 2.000 leprosários.

Para Tonelli e Freire (2000), os achados históricos relatam que a hanseníase instalou-se nas América nos séculos XVI e XVII, com os colonizadores espanhóis e portugueses.

Segundo Andrade, Apud Souza et. al., (1996) a existência de fontes infectantes de lepra no Brasil, teve a seguinte trajetória: pelos portugueses (1500) e espanhóis (1580 – 1640) para a região Sudeste, pelos holandeses (1624 – 1654) e para o norte do país.

Alchome e Yamashita (2000) mencionaram que desde 1967 em substituição à denominação lepra, a doença foi chamada de hanseníase, pois, o termo lepra era altamente estigmatizante no Brasil.

Tonelli e Freire (2000, p. 32) dizem: “o Brasil, que sofreu a contribuição das levas de escravos. Contaminados provenientes dos grandes focos africanos, mostrou-se o mais prevalente”.

Desta forma, os fatores que mais influenciaram a progressão desta enfermidade foram às condições precárias de moradia, desnutrição, migrações, falta de saneamento básico e o próprio desconhecimento dos serviços oferecidos pela rede básica de saúde, entre outros.

A história da hanseníase remonta aos tempos do início da povoação do Brasil, passando pelo período colonial, até o século XVIII.

De acordo Andrade, Apud, Souza (1996), a primeira referência da lepra no Rio de Janeiro ocorreu em 1698, quando da solicitação por parte do governo para instalação de um hospital para os lázaros, devido o elevado número de casos da doença naquela região.

Já, no ano de 1741, dois médicos na corte redigiram o primeiro regulamento para combater a lepra no Brasil. Doença considerada contagiosa estabeleceu-se, então como medida preventiva o isolamento dos pacientes em asilos diferenciados e separados por sexo e nível social, segundo Andrade, Apud, Souza et. al. (1996).

O autor acima mencionado destaca que a contínua solicitação para abertura de novos hospitais, mostrava que mesmo com as medidas adotadas a lepra continuava avançando.

Andrade, Apud, Souza et. al. (1996), narra que até 1943, a profilaxia da lepra era dividida em três áreas: leprosários, dispensários e preventórios. Sendo os primeiros os responsáveis pelos casos malignos; o segundo grupo destinado a cuidar dos contatos e pessoas suspeitas; o terceiro e último grupo destinava-se a criar e educar os filhos dos doentes

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