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Imunologia e Gravidez

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Por:   •  27/11/2014  •  Artigo  •  719 Palavras (3 Páginas)  •  240 Visualizações

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TAVARES et al, VAcinas e gravidez, Acta Med Port. 2011; 24(S4):1063-1068

INtRODUçãO

A protecção da mulher grávida, prevenindo-a de doenças e complicações da gravidez, e a protecção do feto, recém-nascido e/ou lactente, dotando-o de anticorpos para que possa resistir a infecções durante

o período de maior vulnerabilidade1-3 são os principais objectivos da imunização na gravidez. Os clínicos gerais e obstetras estão habilitados para rever o estado de imunização e recomendar estratégias de vacinação na prossecução dos objectivos enunciados.

No sentido de facultar a estes e outros profissionais de saúde informação (precisa e concisa) acerca das Vacinas e gravidez, efectuámos uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados PubMed e UptoDate, de artigos publicados entre Janeiro de 1999 e Dezembro de 2009, usando as palavras-chave (termos MeSH): immunology; vaccination; pregnancy. Foram seleccionados 29 artigos escritos em Inglês e Francês e revistas as listas de referências bibliográficas dos artigos relevantes.

Imunologia e Gravidez

O sistema imunológico baseia-se, por definição, em dois tipos de imunidade: inata e adquirida. A imunidade inata é a reacção não específica a antigénios, mediada essencialmente por barreiras físicas (pele, mucosas, células endoteliais), células de defesa (neutrófilos, monócitos, macrófagos e células Natural Killer) e por proteínas do complemento e fase aguda. A imunidade adquirida é uma resposta específica a antigénios, sendo as principais células efectoras os linfócitos T e B.

A gravidez requer adaptações fisiológicas em todos os sistemas maternos, incluindo o sistema imunológico4.

O conhecimento básico da imunologia da gravidez é fundamental, ultrapassando o interesse meramente académico, dado que um grande número de anomalias no feto ou na grávida deve-se a alterações na resposta imune4.

Na gravidez coexistem dois fenómenos imunológicos: por um lado, o crescimento do feto ocorre num ambiente estéril e isolado, capaz de desenvolver, per si, uma resposta imune, ainda que imatura; por outro lado, a existência duma combinação de factores imunológicos maternos e fetais, na interface materno-fetal, permite o crescimento e o desenvolvimento do produto conceptual4.

Medawar, em 1953, apresentou a primeira explicação teórica para as alterações imunológicas na gravidez – a teoria do semi-allograft. Segundo a mesma, a gravidez seria um estado de imunossupressão em que a interacção imunológica entre o feto e a mãe é suprimida5. Hoje, porém, sabe-se que existe uma resposta imunológica adaptativa (imunomodulação) assente em dois presupostos: a resposta imune é semelhante em mulheres grávidas e não grávidas; há modificações

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a diferentes níveis do sistema imune, com alteração das células imunes circulantes (contagem, fenótipo e função)6. Os principais intervenientes desta rede imunomodulatória são a progesterona, os estrogéneos e a interface materno-fetal (placenta e decídua).

Assim, e de forma sucinta, podemos afirmar que na gravidez a resposta imune é preferencialmente mediada pela imunidade

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