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Interpretação De Eletrocardiograma

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Por:   •  28/9/2014  •  4.165 Palavras (17 Páginas)  •  552 Visualizações

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Interpretação do Eletrocardiograma

O ECG é uma das formas de registro da atividade elétrica cardíaca. Referindo-se ao

órgão como um todo, reflete eventos elétricos do conjunto de células que o compõe. No

entanto, para sua perfeita compreensão, pode e deve ser relacionado à atividade elétrica

de uma única célula miocárdica. A atividade elétrica miocárdica compreende a sucessão cíclica de dois eventos: o potencial de repouso e o potencial de ação.

O potássio esta em maior concentração no meio intracelular do que no intersticial, por

isso, o potássio tende a migrar para o exterior da célula. Já o sódio, o sentido é

inverso pois sua concentração também inversa (maior no meio intersticial). Os íons potássio

saindo da célula cria uma diferença de potencial elétrico entre os dois meios. Surge uma

força elétrica tendendo a devolver o potássio para o meio intracelular. Quando a força

elétrica (para dentro da célula) e a força difusional (para o exterior da célula) são iguais,

em módulo, há equilíbrio dinâmico. A diferença de potencial entre o interior e exterior é igual

a -90mV; este é o chamado potencial de repouso, e a célula esta polarizada. As alterações responsáveis

pelo potencial de ação, são didaticamente divididas em fases: fase 0 – ascensão do potencial de ação,

corresponde à despolarização (o potencial sai de -90mV para +30mV); ocorre um grande aumento da permeabilidade

aosódio. Fase 1 – deslocamento da curva em direção à linha de potencial zero; é a repolarização rápida e

precoce – diminui rapidamente a permeabilidade ao sódio. Fase 2 – relativa estabilização em torno da linha

de potencial zero, é descrita como plateau do potencial de ação. Há diminuição da permeabilidade ao potássio

e corrente lenta para o interior de cálcio. Fase 3 – deslocamento da curva para a linha de base; corresponde

à repolarização. Há aumento da permeabilidade ao potássio; estes íons saem lentamente da célula. Fase 4 –

trata-se do repouso elétrico, a linha de base permanece estável, em torno de -90mV, até a chegada de um novo

estímulo. As bombas de sódio potássio ATPase e os canais de vazamento iônico, mantém esse repouso elétrico miocárdico .

A partir dessa compreensão fisiológica da célula miocárdica pode-se criar métodos para detecção da atividade elétrica miocárdica.

Para correta interpretação do ECG devemos primeiramente compreender a seqüência de despolarização elétrica do

coração e suas resultantes, geradas pela porção de maior quantidade de fibra muscular (ventrículos). A seqüência de figcomeça a repolarizar-se: após um curto período de período refratário

absoluto, inicia-se a repolarização cardíaca seguindo-se do endocárdio para o pericárdio, criando um vetor elétrico

dirigido para baixo e para esquerda, circunscrevendo uma deflexão positiva em DI e aVF; no ECG encontramos a onda T.

O segmento ST é de extrema importância na clínica médica referindo-se à atividade das artérias coronárias (figura 2).

As derivações

O eletrocardiógrafo nada mais é do que um galvanômetro que mede pequenas correntes elétricas a partir de dois eletrodos

dispostos em determinados pontos do corpo humano. As diferenças de potenciais são medidas decorrentes da atividade cardíaca.

Normalmente, os eletrodos são dispostos em dois pontos da superfície do corpo,mas existem situações em que se usam eletrodos

intra-esofágicos ou até introduzidos nas cavidades cardíacas.

Chama-se derivação à linha que une esses eletrodos. Ela é dita bipolar quando os dois eletrodos registram potenciais da mesma

ordem de grandeza, ou seja, quando ambos se encontram à mesma distância – do ponto deuras abaixo mostra o caminho do potencial de ação partindo do nodo sinusal ou sinoatrial, propagando-se

pelos átrios direito e esqApós todo o átrio estar despolarizado, o estímulo chega ao nodo atrioventricular, onde há um atraso proposital,

para a garantia de toda a despolarização atrial; no ECG encontramos o intervalo PR nesse momento. A partir daí,

há a despolarização septal, o potencial percorre o fascículo AV ou feixe de His por seus ramos direito e esquerdo

(ântero-superior e póstero-inferior), caminhando pelo septo interventricular. Esta etapa é extremamente importante

para contração miocárdica e circunscreve no ECG o complexo QRS. A onda Q, inicialmente, é inscrita com deflexão

negativa (em DI e positiva em aVF) já que o vetor inicialmente caminha no sentido da direita e inferior. Nesse

momento há despolarização apical ventricular, com o vetor elétrico dirigido para esquerda e para baixo do coração;

devido a grande quantidade de fibras miocárdicas no ventrículo esquerdo, este será o eixo cardíaco determinante,

isto é, sobre a derivação DII ou 60°. No ECG, este momento é visto como a onda R do complexo QRS. Em seqüência

encontramos o fenômeno da despolarização tardia ventricular, onde aquelas fibras ainda não ativadas pelo potencial

de ação, agora se ativarão, ao ECG encontramos a onda S do complexo QRS, com um vetor resultante para esquerda e

para cima,

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