Karoliny Mendes

O óleo de Lorenzo

MILLER, George. O Óleo de Lorenzo. Drama de longa metragem, baseado em fatos reais. Estados Unidos. 1992.

O óleo de Lorenzo é um filme baseado em fatos reais, onde retrata a vida de Augusto e Michaela Odone, em busca da cura de seu filho Lorenzo portador da doença Adrenoleucodistrofia (ALD).

Aos cinco anos Lorenzo começa a apresentar comportamento agressivo na escola, intrigados com o fato não recorrente, seus pais levaram-no ao médico e receberam o diagnóstico de uma rara doença incurável (ADL); não conformados eles iniciam uma intensa batalha cientifica de persistência em busca da cura.

Lorenzo então começa a desenvolver os sintomas da doença, que o deixa surdo, cego, mudo, paralitico incapaz de engolir e com expectativa de vida de no máximo dois anos. A ADL se caracteriza pelo o acúmulo de ácidos graxos saturados de cadeia longa que atinge principalmente as células do cérebro destruindo a bainha de mielina, que por sua vez protege os neurônios responsável por transmitir estímulos nervosos.

Seus pais procuram ajuda em uma ONG destinada a parente de portadores da doença, onde se torna uma alternativa frustrada, pois a mesma estava interessada apenas em conformar os pais da morte certa de seus filhos. Indignados, começam a busca pela cura da doença através de pesquisas, levantamentos bibliográficos.

Começa uma verdadeira guerra ao perceber que os médicos e pesquisadores não reconhecem os dados encontrados pelos pais por não terem a devida formação acadêmica. Eles passaram dias e noites pesquisando e perceberam que mesmo obedecendo à dieta dos médicos, Lorenzo piorava a cada dia. Diante disso eles continuam cada vez mais persistentes e descobrem um óleo que misturava dois ácidos graxos insaturados, oléico e erúcico.

Lorenzo não ficou curado, mas também não houve progresso da doença.

Esse filme traz um conflito entre a vontade de fazer viver alguém amado e a dura realidade da ciência, com seus objetivos que muitas vezes não se estendem a preservação da vida humana. Também outro grande problema da medicina é esquecer que se trabalha com vidas e tratá-las como objetos. Esquecem que por traz daquele “objeto” tem uma família. E a vida de todos de alguma maneira será modificada.

Acredito que quem trabalha com pessoas tem que amar as pessoas, pois senão acontece o que descrevi acima. Pessoas se tornam objetos. Acontece e muito o que foi retratado no filme, a medicina dizer que não há nada a fazer, sem realmente pesquisar,tiram a esperança das pessoas sem piedade. E ninguém tem o direito de tirar a esperança de ninguém. A medicina se esquece de que são vidas; é um absurdo alguém que estuda para “salvar vidas” tratar “a Vida” com tanto descaso, a saúde pública precisa urgentemente de uma medicina humanizada, de pessoas que realmente se preocupem com o bem estar do próximo, que se doem, que se entreguem de coração, precisa-se de profissionais que se coloquem e que tentem sentir ao menos um pouco da dor de seus pacientes e familiares, tenho a certeza que quando isso acontecer, a saúde publica irá melhorar. Creio eu, que o certo seria a medicina e a fé andarem juntos. Pois milagres existem e uma prova é